- E então, onde James está?- Pergunta, após os longos minutos, dos quais pareceram horas, em silêncio.
Eu não conseguia dizer nada, pelo choque. Mas, depois de um tempo, eu comecei a ficar confuso, muito confuso. Como apareceu, no feitiço, que eu estava morto? Isso não faz sentido.
Alguém deve ter forjado isso tudo, pois não sou idiota em acreditar que foi engano e que o feitiço deu errado, algo que não é possível, pq, nesse caso, Freya teria que ser uma bruxa inexperiente, o que não deve ser o caso.
Alguém deve ter sabotado o feitiço daqui, ou, talvez, feito algo de lá. Sim, isso pode ter acontecido, pois, como me lembro bem, eu tinha muito bloqueios e, se tiveram coragem de fazer isso, alguém deve ter feito algo para que eu não fosse encontrado.
Alguma pessoa, desgraçada, me impediu de ficar com minha família para, provavelmente, benefício próprio, pois não há nenhum outro motivo aparente. Um ser, desprovido de inteligência, me impediu de crescer com amor e carinho, para que eu crescesse negligenciado.
Esse alguém, do qual eu tenho certeza de que sei quem é, pagará com a vida, mas, antes, será torturado de forma tão grotesca que irá implora até ao diabo para que o leve. Ele irá orar para Morgana pedindo misericórdia e bondade.
- Hadrian?- Sou tirado de meus pensamentos ardilosos por uma voz baixa e receosa, que quebrou o silêncio. Olhando para a voz, vejo Niklaus, que me olhava com preocupação.- Está tudo bem?
- Estou, não se preocupe. - Afirmo, dando um sorriso tranquilizador para ele e o vejo ficar mais relaxado. Até que me lembro da sua pergunta.- Eu não sei, ainda, mas irei descobrir. E descobrirei o que aconteceu. - Respondo, olhando-o de forma tranquilizadora, e vejo-o acenar levemente.
- Como vc está? Como vc viveu, até agora?- Pergunta, curioso, e se posiciona na beirada da cama, me olhando com atenção.
- Estou bem, agora, mas minha vida antes não foi tão generosa comigo. - Respondo, sentindo o gosto amargo na boca que as lembranças me trazem.- Minha vida inteira foi uma mentira. Me contaram, desde pequeno, que meus pais eram James e Lilian Potter, o que, como pode ver é mentira, e que eles morreram, naquela noite, para me salvar de um Lord das Trevas. - Conto, olhando-o seriamente. - Fui criado pela irmã de Lilian, Petúnia, e seu marido, Válter. Eles são muggles e não suportavam magia, então, desde pequeno, fui negligenciado e maltratado. Eles me obrigavam à fazer todas as tarefas da casa e, quando eu não fazia ou quando fazia qualquer coisa de errado, como dizer algo, qualquer coisa, em outro momento que não fosse urgente, eles me batiam e me deixavam sem comer por dias, até mesmo semanas.
Quando termino de dizer tais palavras, vejo os olhos dele brilharem em um dourado intenso, com veias abaixo dos olhos. Ele abaixa a cabeça, suspirando e, pelo que percebi, tentando esconder sua face.
Quando volta a olhar para mim, mais calmo, seu rosto está normal, mas ainda pode-se ver um brilho, quase invisível, dourado no canto inferior de ambos os olhos.
- Quando eu tinha 11 anos, no meu aniversário, eu recebi minha carta de Hogwarts. Imagino que saiba o que é. - Digo e o vejo acenar, em confirmação.- Meus supostos tios não gostaram muito e Válter queimou todas as cartas que eu recebia, e como eu não mandei a confirmação de que eu compareceria ao ano letivo, elas vieram como uma tempestade. Enchendo a lareira. - Digo, rindo nasalmente, lembrando do momento engraçado da casa cheia de cartas, e vejo-o sorrir levemente.- Quando estava cheio de receber as cartas, Válter me obrigou a viajar com ele para um lugar longe da civilização, tentando evitar que as corujas viessem.
Minha expressão fica séria, lembrando da infantilidade de um homem que se dizia adulto.
- Não adiantou muito, já que Dumbledore, no meu aniversário, mandou Hagrid ir me buscar. - Sorrio, lembrando desse dia, já que Hagrid fez Válter ficar com tanto medo que tremia e fez Duddley ficar com um rabo de porco.- Ele me levou até o Beco Diagonal, para comprar meus materiais escolares e logo me levou de volta aos Dursleys. Eles não gostaram muito da ideia de eu ir à Hogwarts e Válter me bateu até eu desmaiar e me prendeu no armário de vassouras, vulgo meu quarto, sem comida por quase uma semana.
Nesse momento, quando eu olhei para Niklaus, ele olhava para o chão, sem ter um foco, com nada menos que puro ódio no olhar.
- E então eu fui a Hogwarts, conheci meus supostos amigos, mentirosos também, e quase fui morto, pelo Lord das Trevas. Mas, acho que havia algo de errado, já que, no espelho Ojesed, espelho esse que mostra o maior desejo de seu coração, mostrou a mim com alguém, que eu não conhecia, ao invés de mostrar meus pais, que era o que eu mais desejava. Naquele momento eu ignorei, pois o único objetivo que passava pela minha cabeça era derrotar Voldemort. Depois disso aconteceram várias coisas, das quais colocaram minha vida em risco, mas eu consegui sobreviver, até o dia que eu descobri a verdade, através de um teste de herança, e retirei todas as compulsões que eu tinha.
- Compulsões?- Pergunta, curioso, voltando à me olhar.
- Sim, eu tinha várias compulsões e bloqueios, todos eles administrados por Dumbledore. Agora vc deve entender o pq de eu o querer morto. - Afirmo, olhando-o com ódio, mas não direcionado à ele e sim aquele velho. Ele acena, me olhando cúmplice.
Somos interrompidos da nossa conversa, que já tinha acabado, por um bater suave na porta. Niklaus diz para a pessoa entra e logo a porta é aberta, revelando Freya.
- Licença.- Ela diz, quando passa a cabeça pela porta.- Vcs irão demorar? O seu amigo está quase tendo um ataque de pânico pela demora.
- Já estamos indo.- Respondo, após uma risada sincera, olhando-a divertido.
Ela sai, fechando a porta, e eu e Niklaus nos levantamos, indo até a porta. Quando ele a abre, dando espaço para que eu passe, e, quando eu passo pela porta, ele sai logo atrás, fechando a porta.
Enquanto caminhamos, seguindo Freya até onde, eu acredito, que seja a cozinha, ele se vira para mim, me encarando com um sorriso no rosto.
- Eu tenho alguém para te mostrar.- Diz sorrindo abertamente, me fazendo olhá-lo intrigado.
Continua...
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𝕷𝖆𝖉𝖞 𝕯𝖆𝖘 𝕿𝖗𝖊𝖛𝖆𝖘 (1ª Temp.)
Roman d'amourᴸᵃᵈʸ ᴰᵃˢ ᵀʳᵉᵛᵃˢ ᥴᥲᥒsᥲძ᥆ ძᥱ s᥆𝖿rᥱr, ᥴᥲᥒsᥲძ᥆ ძᥱ mᥱᥒ𝗍іrᥲs, ძᥱ ᥱᥒgᥲᥒᥲᥴ̧᥆̃ᥱs. ᥴᥲᥒsᥲძ᥆ ძᥱ sᥱr 𝖿ᥱrіძ᥆, ᥱᥣᥱ, ᥲ⍴᥆́s ძᥱsᥴ᥆ᑲrіr 𝗍ᥙძ᥆, ᥎ᥲі ᥲ𝗍rᥲ́s ძᥲ𝗊ᥙᥱᥣᥱ 𝗊ᥙᥱ, sᥙ⍴᥆s𝗍ᥲmᥱᥒ𝗍ᥱ, ᥆ ᥲᑲᥲᥒძ᥆ᥒ᥆ᥙ. mᥲs, ᥱ sᥱ ᥲs ᥴ᥆іsᥲs ᥒᥲ̃᥆ 𝖿᥆rᥲm ᥲssіm? ᥱ sᥱ sᥱᥙ "sᥙ⍴᥆s𝗍᥆" sᥲᥣ᥎ᥲძ...