Capítulo 11

2.5K 343 5
                                    

- Certo, Hadrian. - Lucius diz, depois de um longo tempo em silêncio, assimilando, e se recompõe, voltando à se recostar na cadeira. - Agora, o que vc gostaria de saber de mim?

- Bom, como vc sabe, eu sou um Lycan. - Começo e, quando ele acena em compreensão, eu continuo.- Eu gostaria de saber se vc era muito próximo do meu pai. O que eu imagino que fosse.

- Sim, éramos próximos. - Ele responde, abrindo uma gaveta, e pegando um papel. Quando me entrega, vejo que é uma foto. - Esse era seu pai, na última vez que nos vimos, no dia 30 de outubro.

Olhando para a foto, vejo um homem com o rosto delicado e muito bonito. Tem olhos avelã, cabelos pretos, tão pretos que parecem azul escuro. Possui maçãs do rosto delicadas e lábios finos e avermelhados. Mas há mais alguém ao seu lado.

É um homem e ele sorri amplamente. Ele é loiro e muito bonito. Seus lábios são grossos, seu maxilar é levemente quadrado e forte, seus olhos são azuis claros e ele tem covinhas. Eles parecem felizes, como a felicidade antes da tragédia.

Seus olhos azuis céu são diferentes. Me lembram um pouco os meus, quando eu me olho no espelho. Estão alegres, mas parecem raivosos. Tem algo neles que me faz arrepiar, como quando eu vejo meus próprios olhos. Algo como se tivesse o próprio inferno queimando neles, torturando almas. Isso é estranho.

- Uh, quem é esse com o meu pai?- Pergunto, depois de um tempo apreciando a imagem.

- Bem...- Lucius começa, mas se contém. Ele parece querer contar algo, mas parece estar receoso quanto a isso. Depois de um tempo ele desiste e suspira.- Este, ao lado de James, é seu outro pai...

- Niklaus.- Continuo, olhando novamente para a foto. - Onde ele está, agora?

- Ele, no momento, mora na cidade que ele ajudou a construir. Não me lembro o nome, mas fica na Luisiana, nos Estados Unidos. - Responde, genuinamente interessado no assunto.- Eu nunca falei com ele, depois do que aconteceu.

- O que, realmente, aconteceu com ele e com o meu pai?- Pergunto, curioso.

- Não se preocupe. Ele não abandonou seu pai, se é isso que está pensando.- Ele começa e, após um aceno meu, ele continua. - Ele não é um bruxo, então seu pai lhe pediu para ir embora. É só isso que eu sei.

- Entendo.- Afirmo, em compreensão, e penso por alguns minutos. Logo, depois de um tempo, me lembro do assunto principal.- Ah, eu acabei esquecendo e fugindo do assunto. Eu queria saber se vc sabia sobre meu pai ser um Lycan e se sabe sobre algo dessa espécie.

- Ah, claro. - Ele diz, em compreensão. - Eu sabia sobre ele ser um Lycan, mas, na época, eu não sabia exatamente o que era. Depois do que aconteceu eu pesquisei sobre e encontrei algumas coisas. Não muitas, mas pode ajudar.

- O que vc descobriu?- Pergunto, curioso, me aproximando mais.

- Que os Lycans são muito fortes e precisam de um treinamento especialmente para eles. Eles devem treinar ambos os lados de si mesmo, o lado Banshee e o lado Dragão. - Lucius diz e eu aceno, mostrando que estou entendendo.- Seu dragão deve ser treinado a força bruta, que é seu ponto forte, como o fogo e a super força. E sua Banshee tem que ser treinada o psíquico, já que elas sentem a morte. Vc deve controlar a sua sensibilidade, para não gritar sempre que alguém morrer.

- Entendo, mas eu não deveria estar sentindo algo agora? - Pergunto, curioso.

- No momento, sua Banshee deve estar inativa. Creio que ela ainda não deve ter sentido a morte. - Responde calmamente.

- Então quer dizer que, no momento, ninguém deve ter morrido?- Pergunto, vendo-o acenar.

- Sim, provavelmente. - Ele responde.

- Entendo. - Afirmo, pensando por um tempo.- Eu já vou, agora. Preciso pensar, é muita informação. - Digo me levantando.

- Está bem, descanse um pouco. - Lucius diz e eu aceno, caminhando até a porta, mas parando quando o ouço novamente.- Se vc ver Narcisa no caminho, avise a ela que irei sair daqui a pouco, por favor.

- Certo. - Digo e saio do seu escritório indo até a sala.

Chegando na sala, vejo Dray e Cissy sentados no sofá, tomando chá. Eles conversavam sobre algum assunto banal, mas param assim que me veem.

- Então?- Dray pergunta, quando eu me sento no sofá.

- Foi uma boa conversa.- Respondo simplesmente.

- Sobre o que conversaram?- Ele pergunta, curioso, olhando para mim.

- Draco, não seja intrometido. - Cissy o repreende e recebe um bufo, dele, como resposta. - Mas como foi a conversa, querido? Vc parece triste.

- Não estou triste, só cansado. Foram muitas informações e só preciso descansar.- Respondo, sorrindo minimamente pata ela.

- Então vá descansar, nós tá chamamos quando forem servir o almoço. - Cissy diz, sorrindo amavelmente, e bebe um gole do seu chá.

- Está certo. - Afirmo me levantando e caminhando em direção às escadas.

O caminho até o meu quarto foi em completo silêncio. Bom, apenas externamente, já que a minha mente viajava bastante.

Penso sobre as coisas que Lucius disse a mim, sobre meu pai e sobre Niklaus. O que me lembra que eu preciso encontrá-lo, pois desejo muito saber o que aconteceu fatídica noite de 31 de outubro.

Mas devo admitir que estou com um pouco de meda da verdade. E se ele fugiu? E se ele deixou meu pai para morrer? E se ele me abandonou?

Não, eu não ligo. Se ele fez isso, então o problema é dele. Não irei ficar correndo atrás dele. E se, em algum momento, ele tentar algo contra mim, eu mesmo irei levá-lo ao inferno.

Mas não irei pensar nisso, pelo menos, não agora. Irei descobrir que cidade é essa. Bom, pelo menos não há tantos lugares a procurar, apenas na Luisiana.

Se ele ajudou a construir, deve ser uma cidade antiga, já que ele é um Vampiro. Bem, eu tenho uma cidade em mente. E, por coincidência, eu tenho uma Mansão lá.

Uma viajem, para um lugar que eu nunca ao menos ouvi falar e para uma Mansão que eu nunca vi. Parece um bom programa. Acho que pode ser divertido.

Sinto que será divertido. Muito divertido.

Continua...

𝕷𝖆𝖉𝖞 𝕯𝖆𝖘 𝕿𝖗𝖊𝖛𝖆𝖘 (1ª Temp.)Onde histórias criam vida. Descubra agora