Capítulo 26

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- Então, Harrykins...- Fred começa, me tirando dos meus pensamentos.

- Como foi...- George continua, me fazendo olhá-lo.

- Que ficou...- Fred completa.

- Tão rico? - George finaliza.

- Ah, bem...- Começo a dizer, mas meus pensamentos estão distraídos.

Desde que aquele homem, que eu descobri se chamar Stefan, chegou, meu pai havia ficado estranho. Ele o levou até seu quarto e estão lá desde então, conversando.

Estou curioso para saber a relação de ambos, pois meu pai ficou mexido, de certa forma, por sua presença.

Está claro, para mim, que eles se conhecem desde muito tempo, pois parecem ter uma certa intimidade, aparentemente.

A conversa parece ser séria, já que estão demorando tanto.

Eu, Fred, George, Luna e Dray estamos na sala, conversando, desde então, mas eu estou tão distraído que estou me perdendo na conversa. Aquilo que Luna falou não sai da minha cabeça.

O ar apaixonante. Será...?

- Hazz?- Dray pergunta, me tirando dos meus devaneios e me fazendo olhá-lo, vendo que está com um olhar preocupado.

- Estou bem. Só distraído.- Informo, olhando-o de forma tranquilizadora.

- Não se preocupe, eles estão ótimos. Estão muito bem.- Luna diz, rindo suavemente, enquanto seus olhos sonhadores viajavam pela sala, olhando tudo.- Onde está a bruxa?

- Freya?- Pergunto, curioso, olhando-a franzindo o cenho.

- Não, aquela com os cabelos iguais ao carvão.- Ela responde, ficando séria. Engulo a seco, estremecendo, pois nunca havia a visto séria.- Não gosto dela.

- Quem?- Fred pergunta curioso.

- Uma bruxa, minha tia-avó, se chama Dahlia. - Respondo, sorrindo forçado, por não gostar da pessoa mencionada.- Ela ameaçou a mim e minha irmã.- Conto, calmo, mas irritado, e ouço alguns rosnados, mas acho que foi coisa da minha cabeça. - Não se preocupem, estamos lidando com ela.

- Precisa de ajuda?- George pergunta, irritado.

- Nós podemos ajudar.- Fred completa a linha de raciocínio.

- Não, vocês são meus convidados. Não quero vê-los se metendo em confusão. - Digo, mais para o nada do que para eles, pois pedir que eles não se metam em confusão é o mesmo que falar com uma parede e pedir para que saia da frente. Eles dão o sorrisinho inocente e fazem chifrinhos um no outro.

- Somos completamente inocentes. - Dizem simultaneamente, colocando a mão vaga no peito.

Todos rimos, dando altas gargalhadas, mas logo paramos, quando Dray interrompe, parecendo preocupado.

- Esperem.- Ele exclama, fazendo todos se calarem aos poucos. Quando estamos mais calmos, ele se vira para mim, preocupado, me fazendo franzir o cenho.- Não ouviram?

- O que?- Pergunto preocupado, aumentando minha sensibilidade auditiva, tentando ouvir algo.

- Ouvi um rosnado.- Ele informa, também tentando ouvir algo, e todos ficam em um completo silêncio.

Ficamos assim por alguns segundos e eu comecei a pensar que ele estava louco. Mas, conhecendo Dray, ele nunca se confunde e é por isso que eu continuo tentando ouvir.

Até que, de repente, eu pude ouvir um estrondo vindo de algum quarto. Apuro minha audição, ouvindo passos pisando em cacos de vidro. A pessoa provavelmente quebrou a janela e entrou.

Começo a pensar que pode ser um ladrão, mas, ao ouvir mais pares de passos, descarto essa ideia.

Vejo os gêmeos se levantarem, quando os passos ficaram mais altos, e sacaram suas varinhas, que tinham um brilho na ponta de cada, pois eles estavam prontos para lançar um feitiço.

Dray se aproxima de mim, quando eu levanto, e se põe na minha frente, me dando a minha varinha, que ele provavelmente guardou, por trás. Pego, me preparando, e vejo Luna na frente de Dray e atrás dos gêmeos.

Os passos ficaram mais altos a cada segundo e a cada segundo a tensão ficava maior.

Eu estava calmo, por fora, mas, por dentro, meu coração se acelerava, por causa da adrenalina que corria pelas minhas veias.

Os passos, que pisavam fortemente na madeira, ficaram mais altos e mais altos, até que, de repente, vários homens, que tinham o cheiro de cachorro molhado, atravessaram uma porta, que dava num corredor, e pularam a sacada, já semi-transformados.

Quando seus pés bateram no chão, eles ficaram em formação, nos cercando.

Meu pai, de repente, saiu do quarto, junto com o homem, por, provavelmente, ouvir a movimentação, e seus olhos se arregalaram em choque ao ver o grande número de lobisomens ali.

Ouvi ele sussurrar meu nome, preocupado, mas logo meus olhos foram de encontro com Dray, que me chamou, em sussurro.

- Hazz, são muitos. Eu irei distraí-los e preciso que você...- Ele começa a me dizer seu plano, que ele, provavelmente, iria me pedir para correr, mas eu o interrompo.

- Eu não irei embora. Não irei deixá-los.- Exclamo sussurrando, alterado, e, quando vejo que ele iria protestar, continuo.- De todos aqui, o que tem as maiores chances de sobreviver sou eu, então eu irei ficar.

Ele fica confuso e iria perguntar algo, mas logo desiste e volta a encarar os lobos.

Olho ao redor, nervoso pela quantidade de lobos ali, e vejo Freya murmurando algo, em cima da varanda. Vejo Elijah e os outros escondidos, prontos para atacar no momento certo, e fico mais aliviado, pois minha única e maior preocupação, no momento, são meus amigos.

- Você! - Um dos lobos, que estava na nossa frente e que eu imagino que seja o líder, fala, alterado, apontando para mim.- Você virá conosco. Seja por bem ou por mal.- Ele informa, fazendo um sinal para que os lobos se aproximassem, e eles assim fazem. Rio, gargalhando altamente, para que todos pudessem ouvir, e o lobo me olha irritado.- Algo engraçado?!

- Sim. - Começo, mas outra crise de risos vem. Quando consigo parar, respirando fundo e limpando minhas lágrimas, volto novamente para ele e o encaro friamente, mas com um sorriso sádico.- Você achar que irá sair vivo daqui.

O lobo, irritado, rosna e manda os lobos de antes se aproximarem mais. Os gêmeos, que estavam sorrindo animados, apontam sua varinhas para eles e os lançam para longe.

E assim começou a batalha.

Os lobos se aproximavam, tentando chegar até mim, mas os gêmeos e Luna os atacavam.

Dray, que até então estava quieto, me protegendo, lança um Bombarda num grupo de três lobos que se aproximavam de nós.

Acabo me assustando pelo barulho alto e solto um grito pequeno, me fazendo ouvir um baque atrás de mim. Olho para trás e vejo quatro lobos deitados no chão, com ambas as mãos nos ouvidos. Isso acaba me dando uma ideia.

- Dray, tampe os ouvidos. Avise os gêmeos e Lua para fazer o mesmo. - Informo sério, mas vendo que ele iria protestar eu o olho ameaçador, fazendo-o se calar.

Ele se aproxima, cuidadosamente, dos gêmeos e de Luna e fala algo com eles. Segundos depois, após Luna derrubar um lobo, eles se agacham e, apartir daqui, foi extremamente rápido.

Os gêmeos, Luna e Dray se abaixaram e eu respiro fundo, tocando meu núcleo, sentindo a magia e acumulando ela, para usar.

No segundo seguinte eu solto o grito de Banshee tão estridente que, mesmo com os ouvidos tapados, eles (meus amigos) tremeram.

Todos os lobos, que estavam se aproximando, e até mesmo meu pai e meus tios se abaixaram, com os ouvidos tapados.

Mas, de repente, quando abro os olhos, que estavam fechados, vejo um dos lobos perto de mim e sinto algo frio passar pelo meu pescoço, atravessando a pele. Sinto algo quente descer, manchando minhas roupas.

- HADRIAN.

E tudo ficou escuro, como o breu.

Continua...

𝕷𝖆𝖉𝖞 𝕯𝖆𝖘 𝕿𝖗𝖊𝖛𝖆𝖘 (1ª Temp.)Onde histórias criam vida. Descubra agora