Capítulo 39

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Klaus, podemos ir?! - Pergunto pela terceira vez, mas agora eu estou furioso.

Eu e Klaus fomos para o tal bar que o loiro mencionou, mas as coisas saíram do controle.

Nós chegaram e, como sempre, começaram logo a beber, como antes. Eu estava me divertindo com ele. Era como nos velhos tempos quando ele deixavam Rebekah em casa, após uma festa, e nós dois passávamos a madrugada nos divertindo.

Mas logo umas garotas começaram a vir e flertar conosco, algo que me incomodou, então eu as mandei embora, para longe de mim, mas não a Klaus, aparentemente.

Ele estava aproveitando e isso me deixou irritado com o mesmo. Estava adorando, como se viesse aqui todos os dias. Esse pensamento fez meu sangue ferver.

As mulheres tinham as roupas extremamente curtas e estavam exibindo isso.

Aquilo estava me dando nos nervos e, ainda por cima, ele estavam "bêbado", por assim dizer. Nós, vampiros, não ficamos bêbados, mas o álcool nos faz ficar agitados e até excitados.

Saber isso estava fazendo meu interior borbulhar e eu queria sair dali, mas ele não me ouvia.

Eu pedi, três vezes, para que fossemos embora, nós dois, pois não queria que a nossa noite acabasse ali, mas ele está entretido demais e, agora, eu percebo isso.

Isso é doloroso.

A dor e tristeza são maiores que a raiva. Isso vale para o sentimento que tenho por ele que não sei o que é. Estão ligados.

É angustiante e sinto meus olhos arderem.

- Está bem. Se quer ficar, fique. Eu já estou de saída.- Me levanto, sentindo falta de ar, e vou até a saída. Quando consigo sair, depois de muito esforço, pois haviam muitas pessoas ali, respiro profundamente.

Meu coração apertava e eu não conseguia respirar direto, pois o ar entrava rápido demais para o meu cérebro raciocinar Era como se fosse um ataque de ansiedade, mas eu nunca tive um antes.

Eu não entendo. Nunca me senti assim antes. Era como se tivessem cravado estacas no meu coração. Dói demais e é sufocante.

- Stefan...?- Ouço a voz receosa de Klaus me chamar e é como se eu ouvisse um estalo, pois sou agressivamente tirado dos meus pensamentos.- O que houve? Tudo bem?

- Estou. Ótimo. - Respondo secamente. Eu realmente não queria olhar e nem conversar com ele agora. - Só estou cansado e...- Faço uma pausa, suspirando pesadamente e passando a mão pelos meus cabelos, ainda me recuperando. - ...Estou indo embora. - Murmuro, sentindo minha cabeça doer, e começo a andar para longe dali.

Minha cabeça girava, mas não muito, e eu sentia meu corpo pesar. Mas a sensação de ser esfaqueado não ia embora. Estava bastante presente e eu sentia como se meu coração estivesse sangrando.

O que diabos está acontecendo comigo?!

- Stefan, têm certeza que está tudo bem?- Ele pergunta de novo, agarrando meu braço, e, desta vez, eu não consegui aguentar ele ser tão cínico.

Minha cabeça dói e estou irritado, então eu não consigo aguentar ele ser tão idiota. Não hoje.

- Não! Klaus Mikaelson, eu estou péssimo!- Grito, irritado, me virando para ele tão rápido que meus calcanhares doeram. - Estou acabado! A garota que eu achei gostar me trocou, de novo, pelo meu irmão! Estou percebendo sentimentos que eu achei serem uma imaginação minha por estarem direcionados ao homem que eu deveria odiar e, ainda por cima, ELE É O MAIOR BABACA DESTE MUNDO!- Grito com ele, perdendo o olhar de surpresa que estava estampado no seu rosto. Sim, eu estava jogando tudo para fora, mas eu estava me sentindo ótimo.- O meu suposto "amigo" está mentindo pra mim! Me escondeu coisas de mim mesmo e, quando eu achei que estava tudo bem, pois ele havia devolvido tudo, me aparece isso!- Aponto para minha cabeça, como se o abismo, que antes estavam as memórias, estivesse por fora dela.- Um buraco! A porra de um buraco, Klaus!

Ele me olhava surpreso, seus olhos arregalados. Talvez por eu estar chorando ou por eu ter descoberto. Não sei e realmente não me importo, pois finalmente me sinto livre. Estava colocando as coisas que deixei guardado dentro de mim para fora e estou ótimo com isso.

- Tem a droga de um buraco na minha cabeça tão grande que eu realmente acho que arrancaram meus miolos! E tudo por culpa sua, seu merda!- Exclamo e ele me olha ainda mais surpreso, como se isso fosse possível. - O que? Acha que eu não percebi? TEM A MERDA DE UM ESPAÇO DO MEIO DO MEU CÉREBRO!- Grito e minha garganta teria doido, se eu fosse humano. - Sabe como é? Saber que o meu grande "amigo" me arrancou coisas de mim. Porra! Vai se ferrar, caralho!

Termino e depois respiro profundamente, totalmente aliviado. Isso com certeza foi a melhor coisa que já fiz.

Eu deveria, realmente, ter feito isso antes. Não foi tão ruim. Eu achei que ele iria mentir, ou tentar se justificar, mas o silêncio foi realmente ótimo.

Agora tudo o que eu quero fazer é rir e assim faço. Rio alto lembrando o quanto eu sou lamentável. Tanto como vampiro quanto como pessoa. Eu sou realmente algo lamentável. É por isso que estou rindo, em alto e bom som. Por que eu estou apaixonado por um completo babaca que nem ao menos se dá ao trabalho de responder ou até mesmo ligar para o que eu disse. Talvez ele nem ligue pro que eu sinto.

- Você nem liga, não é?- Rio novamente, mas amargurado desta vez. Havia um gosto ruim na minha boca. Eu estou aqui, me abrindo com ele, falando dos meus sentimentos e ele nem liga. Soa engraçado e repugnante, mas também tosco. Tosco por que estou rindo em meio lágrimas dolorosas. É tão tosco quanto Elena achar que o mundo gira em torno dela.

Bem, agora estou cansado. Exausto, pra ser sincero. Exausto de olhar pra essa linda cara de idiota dele, então eu me viro, pronto para ir embora, mas, ao que parece, isso fez ele acordar do coma.

Ouço ele se aproximar rapidamente e eu estava pronto para soca-lo, quando sinto lábios precionados fortemente contra os meus.

- Me desculpe...- Sussurra com a voz trêmula quando se afasta de mim. Eu iria gritar com ele, alto e claro, mas ele, de repente, segura ambos os lados do meu rosto e me olha nos olhos.- Se lembre. De tudo...

E, então, uma avalanche de lembranças preenche minha cabeça, de repente e acaba sendo até doloroso. São tantas que eu acabo me ajoelhando no chão com as pernas trêmulas.

É demais e, por ser muito, tudo acaba girando. Minha visão fica turva e, de repente, tudo escurece.

Mas eu tinha a certeza de uma coisa: eu vou te ferrar, Niklaus Mikaelson.

Continua...

𝕷𝖆𝖉𝖞 𝕯𝖆𝖘 𝕿𝖗𝖊𝖛𝖆𝖘 (1ª Temp.)Onde histórias criam vida. Descubra agora