Capítulo 15

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- E quem seria vc?- Pergunta, numa curiosidade fingida, enquanto descia as escadas.

Era ele, eu tinha certeza e eu nunca me confundia, não poderia. Eu o reconheceria em qualquer lugar. Esse cabelo loiro levemente cacheado, essas covinhas e, principalmente, esses olhos azuis que, assim como os meus, possuem as chamas do inferno, aquelas das quais queimam as almas, escravizando-as.

Niklaus Mikaelson. Está igual aquela foto que Lucius havia me mostrado, pois, como eu, ele é um vampiro. É ele. Meu pai.

Ele não me reconheceu, provavelmente. Como poderia? Eu era muito novo, quando ele, aparentemente, foi embora. E, oh, ele me olha com um desprezo ameaçador. Definitivamente não sabe quem eu sou.

- Niklaus, por favor, sem brigas. Estamos aqui para tratar de um assunto sério.- Elijah diz, tentando convencê-lo, provavelmente, a não fazer nada contra mim.

- Sim, vc não vai acreditar.- Kol diz, sorrindo divertidamente, e voltando à falar.- Ele é um Mikaelson e um Potter.

- Como?!- Niklaus pergunta, exasperado, enquanto me olhava surpreso e com os olhos arregalados.

- Sou Hadrian Edward Potter-Black-Malfoy-Mikaelson e é meu maior prazer conhecê-lo, Niklaus Mikaelson. - Digo, sarcasticamente, enquanto o olhava com um desprezo tão mortal que nem mesmo meus conhecidos me reconheceriam.

- Potter?- Ele pergunta, ainda mais surpreso.

- Sim, eu acredito que conheça meu pai, James Potter. - Afirmo, sorrindo ameaçadoramente, me aproximando dele.

- Seu pai?!- Pergunta, me olhando com os olhos arregalados, enquanto também se aproximava de mim.

- Sim, meu progenitor. E acredito que vc o conhecia. Muito bem, aliás.- Respondo, sorrindo sarcasticamente.

- Quando vc nasceu?- Ele pergunta, genuinamente curioso e é possível ver um lampejo de esperança naqueles olhos azuis.

- Eu nasci no dia 31 de julho, mas acredito que já tenha noção disto.- Respondo, olhando-o indiferente. Me viro e caminho até o sofá que estava sentado antes, logo me sentando ao lado de um Dray a beira da loucura.

- Espere, vc disse que nasceu em 31 de julho?- A loira de antes pergunta, se aproximando do sofá a minha frente e se sentando.

- Sim, eu fiz. E vc é?- Pergunto, curioso com sua pessoa.

- Sou Rebekah. - Ela responde, sorrindo amigavelmente.

- Hadrian. É um prazer conhecer alguém educado, já que vc foi a única que se apresentou formalmente.- Digo, sorrindo educadamente, enquanto apertava a mão que me foi estendida.

- O que está acontecendo?- Pergunta outra mulher loira, enquanto descia as escadas e passava por Niklaus, que estava paralisado, vindo até nós.- Vcs sequestraram crianças?

- Não, Freya, eles são da família. - Diz Kol, sorrindo animadamente. - Veja ele possui Potter e Mikaelson no nome.

- Potter? Como James potter?- Pergunta, enquanto me olhava surpresa.

- Sim, ele é meu pai progenitor. - Respondo, sorrindo de lado, enquanto meus olhos se voltavam para Niklaus, que ainda estava em choque.- Estou procurando por meu pai, por isso estou aqui. Vc é uma bruxa, estou certo?

- Sim, sou. - Ela responde, cruzando os braços acima do peito e me olhando com o cenho franzido.- Vc quer que eu faça um feitiço de localização?

- Não, perguntei apenas por curiosidade. - Respondo, sorrindo amigavelmente, enquanto meus olhos vagavam entre os irmãos Mikaelson.

- Garoto, eu posso falar com vc? - Niklaus finalmente pergunta, quando sai do transe, e se aproxima de mim.

Eu não recomendaria, mas eu estou realmente curioso com o que ele tem a dizer. Também quero saber sobre o dia que começou minha desgraça de vida, menosprezado.

Aceno com a cabeça e me levanto, o seguindo até uma sala. Me viro, antes de entrar, e olho para Dray, que me olhava desesperado. Sorrio tranquilizador para ele e ele se acomoda melhor no sofá, tentando não correr em minha direção e me puxar para fora dali.

Me viro novamente, encontrando aqueles olhos azuis me encarando curioso, mas, ao mesmo tempo, esperançoso. O que está acontecendo?

Adentro mais a sala e me sento no sofá, que ele apontou, sendo seguido por ele, que se senta ao meu lado.

Ficamos em um silêncio desconfortável por bastante tempo, por, provavelmente, ele estar pensando no que dizer. Suspiro e olho ao redor, vendo uma diversidade de quadros ali. Fico observando os quadros, tentando me concentrar nisso, mas seus olhos estão queimando em mim, me analisando, observando cada detalhe.

Certo, isso é irritante, mas eu não irei dizer absolutamente nada. Quero que ele comece a falar, até pq eu não tenho nada a dizer à ele, apenas minha magia, que está à um fio de estrangula-lo.

- Vc é filho de James Potter.- Não foi uma pergunta, ele já sabe disso. Ele fica em silêncio por um tempo e eu olho para ele, acenando em confirmação. - Onde ele está?

- Eu não sei.- Respondo sinceramente, relaxando um pouco. Vendo que ele ficou confuso, continuo.- Minha vida inteira foi uma mentira e os mentirosos disseram à mim que ele morreu. Então vc deve entender do pq eu estar em dúvida, com relação à sua morte.- Explico e ele acena, em compreensão, abaixando o olhar, parecendo pensar.

- Eu conheci seu pai, a muito tempo.- Ele diz, depois de um tempo. - Quando nos conhecemos-

- Sim, eu sei. Vcs tiveram um linda noite e ele ficou grávido. Por favor, vá direto ao ponto, não é isso que quero saber de vc.- Afirmo, friamente, e ele me olha surpreso. - Oras, vc realmente acha que eu viria, conhecidentimente, até a cidade que vc fundou, apenas para passar as férias? Que eu não saberia sobre um homem desconhecido que, por conhecidencia, conhecia meu pai intimamente e, aparentemente, fugiu com o rabinho de vira lata entre as pernas?! Vc realmente achou que eu não saberia, quando eu, para descobrir minha identidade verdadeira, fiz um teste de herança e vi seu glorioso nome nele como meu genitor?! O quão estúpido vc acha que eu sou?!- Grito, irritado, pois ele, finalmente me enraiveceu, e com a minha magia ricocheteando ao meu redor, o fazendo sufocar.

Eu a sentia ela queimar e algo dentro de mim gritar, querendo se libertar. Meu corpo tremia, pela magia que corria pelas minhas veias, e minha garganta queimava, como as mais ardentes chamas do inferno. Era doloroso sentir essa coisa tentar se libertar, tão doloroso que me fez ajoelhar no chão, com as pernas trêmulas.

De repente, a porta e aberta de forma agressiva e eu vejo uma cabeleira loira vir até mim, se ajoelhando ao meu lado. Ele tentava dizer alguma coisa, mas tudo o que eu ouvia era uma voz completamente abafada e inaudível.

- Grite.- Foi tudo oque eu consegui ouvir vinda dele, daquela presença reconfortante ao meu lado.

E foi tudo o que eu me lembro antes de obedecer.

Continua...

𝕷𝖆𝖉𝖞 𝕯𝖆𝖘 𝕿𝖗𝖊𝖛𝖆𝖘 (1ª Temp.)Onde histórias criam vida. Descubra agora