Outro corpo, mesma alma

Capítulo 10

- Aqui é a Dra Ryle, você é Lolita? ligamos para a senhora pois é o contato de emergência de Louis De Villepin. Está correto?

Meu coração está batendo rápido demais.

- Sim, sou eu mesmo, o que aconteceu com ele? Onde ele está?

- Ele foi encontrado sem consciência, debaixo de uma árvore. Quem ligou para a ambulância foi o pai dele, dizendo que chegou em casa e encontrou o filho nesse estado.
Louis está internado, quebrou duas costelas e passou por uma cirurgia, pois seu pulmão quase foi perfurado por uma de suas costelas quebradas. Ele está estável, mas pedimos que a senhora venha aqui pois o pai dele sumiu e não nos notificou de nada.

Enquanto ela falava, pensava que tudo isso era minha culpa, eu que chamei ele para dormir comigo, eu sabia dos riscos, fui tão egoísta.
Não sei o que dizer, só preciso ver Louis e estar com ele.

- Já estou indo, em que hospital?

-Kentfield.

Desligo e vou correndo chamar um Uber. Mando mensagem para minha mãe, digo que vou para o hospital ver Louis e preciso dela lá.

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Chego no hospital aos tropeços, vou ao balcão perguntar por Louis.

- Me ligaram, sou o contato de emergência do Louis De Villepin, em que quarto posso encontrá-lo??

- Quarto sete, logo a direita senhora.

- Obrigada.

Parece que estou sonhando, da última vez que vim aqui o pai dele tinha espancado tanto Louis, os médicos disseram que se o " ladrão" tivesse batido mais em sua cabeça , ele teria ficado em coma.
Minha mãe já tentou entrar na justiça, disse que ajudaria Louis, mas ele disse que não queria isso, que o pai dele ia voltar para a reabilitação e não seria mais necessário. Não pudemos fazer nada, a não ser estar lá para ele e cuidar dele.

Chego em seu quarto e mal o reconheço. Seu rosto está tão inchado, seu olho esquerdo está praticamente para fora e, meu Deus, sua garganta, está roxa com marcas de mãos.
Pego suas mãos, junto elas em minha testa e choro, choro por ele, choro por medo de perdê-lo e choro por tudo que preciso chorar.
Estou implorando, implorando para que não tirem ele de mim:

- Por favor, por favor não levem ele embora. Por favor, eu imploro, por favor, não agora.

Então sinto seus dedos se mexerem e seu dedo indicador acaricia meu rosto, secando uma lágrima.

- Ma princesse, je suis lá, personne ne me prendra.

*Tradução (minha princesa, estou aqui, ninguém vai me levar).

A pressão em meu peito diminuiu um um pouco, sua voz me deixou calma.

-Meu amor, eu não acredito que ele fez isso com você, olhe seu estado, isso é desumano. Como você está se sentindo?

Louis tosse e faz uma careta de dor, colocando a mão em sua costela.

- Estou me sentindo como se tivesse sido espancado, espere um pouco, eu realmente fui.

Então dá um sorriso leve para mim.
Não acredito que ele consegue rir e zoar em um momento desses, só Louis mesmo.

- É sério Louis, eu achei que algo pior pudesse ter acontecido com você, não sabia de nada até a doutora me ligar. Já estava esperando um " sinto muito lhe informar". Fiquei com tanto medo de ouvir o que a médica tinha a dizer, fiquei com tanto medo de te perder, amor.

- Mas você não me perdeu, estou aqui com você, agora e para sempre, lembra?

- Agora e para sempre, meu amor.

Fiquei com Louis até minha mãe chegar e assinar a papelada. Por eu ser menor de idade, não podia, e já que o pai de Louis não iria aparecer, só tinha a minha mãe de responsável para responder tudo.
A mãe de Louis faleceu no parto, o que fez Lohan, pai de Louis, odiar o filho e culpá-lo pela morte de sua esposa.
Dessa vez não vamos aceitar o "não" de Louis, temos que fazer alguma coisa a respeito do pai dele, não tem como deixar um psicopata como ele solto.
Passei a noite no hospital, não me deixaram ficar no quarto de Louis, mas eu dei um jeito.
Sei que Louis daria um jeito de ficar ao meu lado se fosse eu naquela maca, então vou fazer o mesmo por ele.
Consigo entrar escondida e deitar na maca com ele. Pego a poltrona que tem para visitas e arrasto para mais perto, caso eu caia durante a noite.

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