Capítulo 63

33 15 9
                                    

Depois de um dia mais que perfeito com minha família, vou me trocar para ir à praia e ver Zayden.

- A mãe sabe que você vai?

Pergunta Alice, enquanto estou procurando uma roupa casual, mas bonita.

- Claro, ela não pareceu gostar muito, conseguiu folga por quatro dias para ficar comigo, mas ela entendeu.

- Que bom então, Loli.

- E como vão as coisas com Matt? Da última vez que vi vocês juntos, foi quando ele estava te acalmando enquanto tudo aquilo acontecia comigo.

- Sim, ele foi um amor, ele é um amor.

- Aawn, minha irmã está apaixonada, finalmente admitiu. Louis sempre disse que sentia uma leve química em vocês, e que ele olhava muito para você.

É estranho falar do Louis de uma maneira casual assim, como se nada tivesse acontecido, acho que foi a primeira vez que falei algo tranquilo relacionado a ele.

- Sim

Diz Alice rindo.

- Eu sempre achei ele bonitinho, mas agora, caramba, ele está um verdadeiro gato.

Continua Alice.

- Sua tarada!

Digo, zoando dela.

- Ué, eu não menti.

E rimos de novo, acho que rir é o que mais fazemos juntas.

Enquanto olho o armário, vejo aquele vestido vermelho que usei no primeiro encontro com Louis.
É tudo recente demais, eu não tive tempo para luto, não tive tempo de me apaixonar de novo, foi tudo tão repentino.
Eu já estou apaixonada por Zayden, sei que estou, cada olhar, cada vez que ouço sua voz, cada toque, é tudo como fogo, mas de um jeito bom, diferente.

- Deixa desse vestido, nada disso agora.

Diz Alice pegando o vestido de minha mão.

- Vamos, que tal usar uma roupa minha emprestada? Pode pegar aquela blusa verde, ficamos linda com essa cor.

- Obrigada, de verdade, por tudo, não sobreviveria sem você.

- Não precisa agradecer, é o que irmãs fazem, certo?

- Certo.

........................................................................

Saio do quarto e já recebo elogios:

- Uau! Que menina mais lindaa, deve ter puxado a mãe.

Diz minha mãe.

- Puxei mesmo.

- Você está belíssima, querida, volte no máximo às 22:00 está bem?

- Pode deixar.

São seis horas agora, o pôr do sol começa mais ou menos às 20:00.

No fim das contas, usei a blusa que Alice me emprestou. Ela é verde esmeralda, não é muito longa, e por baixo uso uma blusa de frio preta, está ventando muito.
Nós pés uso uma rasteirinha mesmo, sei que estou de legging, e não combina muito, mas aqui é praia, a gente vive de chinelo.

- Achei que você nunca mais usaria roupas que mostrassem o braço, por isso está de manga comprida?

- Claro que não, é que está ventando muito. E, mãe, eu não me importo com essas marcas, estou cuidando muito bem para cicatrizarem da melhor maneira possível, fica tranquila.

Minha mãe beija minha testa e segura na minha mão, olha nos meus olhos e diz:

- Continue assim, você vai longe, Lolita, sei que vai, seu futuro é gigantesco.

Sorrio em resposta.

- Vamos?

Pergunta minha mãe.

- Vamos.

Então ela me leva até a porta, Alice vem acompanhando, e então passa um gloss em mim.

- Me conta tudinho, estarei te esperando aqui.

Diz Alice

- Pode deixar.

Viro as costas e então escuto Alice gritar.

- Eu te amo muito.

- Eu também te amo muito, Alice.

........................................................................

Estamos perto da praia, então peço para ela me deixar na esquina.

- Pode me deixar aqui, mãe, muito obrigada.

- imagine, minha filha, eu estou muito feliz por você, de verdade. Só espero que vá com calma, amizade, sei que vocês se apaixonaram logo de cara, mas foi assim com seu pai e.. você já sabe o resto.

- Fica tranquila, mãe, eu sei exatamente o que estou fazendo e sei que é preciso ter calma.

Engraçado como ele é praticamente o meu marido ainda, enquanto para minha mãe ele é um doido que se apaixonou por mim.

Abro a porta do carro e sorrio ao sentir a brisa da praia.

- Cuidado, te amo, filha.

- Pode deixar, eu também te amo, mãe.
 

Agora estou prestes a ver o meu marido da vida passada, isso é simplesmente surreal!

Atravesso a rua e chego na praia, vou para a areia e sinto ela acariciar meu pé. Caminho mais um pouco, então olho para o mar, depois para a ponte.
Percebi que agora estou criando novas memórias sem Louis, isso é doloroso, mas é bom, muito bom.

Outro corpo, mesma almaOnde histórias criam vida. Descubra agora