Capítulo 33

21 15 0
                                    

Voltamos para sala, mas antes vou até o banheiro lavar meu rosto vermelho do choro.

Estou tirando o sabão de meus olhos quando escuto uma voz masculina me chamar.

- Emma...

Mas que...

- Emma?

- Quem está aqui?

Mas que pergunta besta eu fiz.

- Você sabe quem.

- Peter?

- EMMA, EMMA, EMMA, EMMA, EMMA!!!!!!

Os gritos me fazem cair ao chão, tampando os ouvidos em desespero. O que é isso??
Grito, então começo a chorar e não sei o que fazer, os gritos não param.

- EMMA!!! SOCORRO.

Então estou em transe novamente, vejo a casa pegando, escuto seus gritos e meus gritos, até que escuto outra voz familiar dizendo:

- Moranguinho? É você?

O garoto.

Então escuto a porta do banheiro se abrir brutalmente.

- O que está acontecendo?

Não consigo parar de ver a casa pegando fogo, muito menos parar de ouvir os gritos. Balanço para frente e para trás, choro muito e fico falando:

- Peter, Peter, Peter...

- Peter?

Diz o garoto.

Braços fortes e quentes me seguram por trás, sinto uma respiração ofegante em minha orelha. Ele fica dizendo:

- Está tudo bem, Moranguinho, está tudo bem. Eu sei como é isso, eu sei.

Paro de ver a casa pegando fogo, então os gritos param.
Tento respirar, estou suando muito e parece que estou pegando fogo.

- O que você estava vendo? Para onde você foi?

- Você não entenderia.

- Acredite, eu entendo.

Ainda não tirei a cara dos joelhos, não quero que um garoto que mal me conhece me veja assim.

- Você poderia ir embora, por favor?

- Mas você está bem? Consegue andar?

- Consigo.

- Você não respondeu a primeira pergunta.

- Eu pareço bem?

- Tudo bem, eu já entendi. Vou deixá-la em paz, boa sorte. Qualquer coisa me chame.

Então escuto seus passos e a porta batendo. Ele saiu deixando somente os óculos para trás, que droga, eu queria ter visto seus olhos.

Assim que me acalmo paro para pensar em algo muito intrigante,
Como ele sabia que eu estava precisando de ajuda? Eu não gritei, não de verdade. Eu gritei em minha mente, já que estava em transe e não conseguia nem respirar direito, falar era difícil demais.
Bom, talvez eu tenha gritado, não tem como saber exatamente.

Levanto e vou para a sala rapidamente, pedindo desculpas pela demora. Will deve imaginar que eu estava triste por Louis e chorei no banheiro, pois ele mostrou ter compreendido e continuou a explicação da matéria.

Assim que sento reparo que o garoto dos óculos não está aqui, queria entregar para ele os óculos.

Depois eu faço isso. Preciso começar a copiar a lição e tentar fingir que estou completamente bem de cabeça.

Eu não estou ficando louca, estou?

........................................................................

Outro corpo, mesma almaOnde histórias criam vida. Descubra agora