Outro corpo, mesma alma

Capítulo 64

ZAYDEN

Não posso esperar, são quatro da tarde e simplesmente não consigo esperar o pôr do sol nessa casa, preciso sair.
Eu não acredito que encontrei ela, isso é libertador de uma forma que não posso explicar.
Por um bom tempo, eu também acreditei estar maluco, acreditei que merecia ficar preso e ser usado para testes, eu quase desisti de fugir.
Agora eu sei e posso provar para mim que eu não sou louco, e que a única loucura que há em mim é o tamanho do meu amor por aquela garota.

- Pai, eu posso encontrar Em.. Lolita na praia? A gente quer ver o pôr do sol.

- Claro, divirta-se, mas não faça nenhuma loucura, e não chegue perto daquela ponte, entendido?

- Entendido sim senhor!

Digo ficando em postura militar, fazendo meu pai sorrir.

- A mãe está dormindo?

- Está sim, ela precisa descansar.

- E pai, eu tenho uma pergunta, só espero que o senhor não se ofenda.

- Diga, você sabe que eu aguento porrada, só ver os tapas que sua mãe me dá quando provoco ela falando sobre loirinhas.

Rio e tomo coragem para dizer:

- Já sabe quem era o pai?

O rosto do meu pai fica sério, ele pode ser um cara sorridente, mas quando fica sério...ninguém tem coragem de olhar em seus olhos.

- Não, sua mãe tentou me contar, mas eu disse que para o bem do cara, era melhor eu não saber.

Está bem, isso foi super medonho, melhor mudar de assunto.

- Ok... Desculpe por isso, já vou indo.

- Certo, tudo bem. Cuidado, filho.

- Pode deixar, pai.

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Pego minha bicicleta na garagem, solto o cadeado e levo comigo para poder deixar a bicicleta segura.
Não vou avisar que sai, ela precisa ficar com a família nesse momento, sua mãe não parecia feliz depois de conversar com meu pai.

Como vamos fazer isso dar certo? Sei que meu pai não vai ligar muito para isso, mas minha mãe e a mãe de lolita vão entrar em guerra! Minha mãe é MUITO ciumenta ( hipócrita né), imagina quando ela descobrir que a minha futura sogra é a ex do meu pai? A MÃE das filhas do meu pai!

Cara, eu tô completamente ferrado.

Chego na praia e essas preocupações parecem sumir, o barulho do mar, as gaivotas... Isso é paz.
Desço da bicicleta e prendo ela com meu cadeado, foi um presente de uma menina que tinha uma queda por mim, será que eu deveria jogar fora?
É, eu definitivamente deveria jogar fora.
Vou na sorte e deixo minha bicicleta sem cadeado, vou jogar ele no mar, não quero nada de qualquer outra garota nesse mundo, a não ser a minha.

***

Uma hora se passou, caminhei pela água, fiz uma exercícios, tive que mostrar o dedo para umas garotas carentes que não podem ver um garoto sem camisa e agora eu parei para tomar uma água.

Deixo a água me refrescar, está gelada, no ponto perfeito.
Sento em uma pedra e vejo as ondas baterem, mas então..

- DROGA!

Acabo gritando em voz alta sem querer.

Será que eu deveria buscar ela?? Ah não, não, não, eu não quero falhar com ela, eu tenho que ser o melhor.
Corro até onde deixei minha bicicleta, ou onde ela deveria estar.