Capítulo 59

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Depois de descansar, meu pai conversa com minha mãe e meu antigo psiquiatra, eles querem conversar comigo.
Só de imaginar o que já passei lá, virei teste humano, não posso deixar me prenderem lá de novo, mas meus pais não sabem pelo o que eu passei.
Sabe por que fui liberado? Eu fingi estar melhor, fingi que não sonhava mais e eles foram obrigados a me liberarem porque eu falei com meu pai em uma visita, pedi para sair.

- Filho, ele precisa conversar com você, tudo bem? Estaremos na porta, fique calmo.

- Pai, não...

- Vai ser rápido, querido.

Diz minha mãe.

- NÃO, PAI, por favor, me escute.

- Deixe-nos a sós, por favor.

Diz meu pai.

- Até eu?

Pergunta minha mãe.

- Não, mãe, também quero falar com você.

Suspiro e digo:

- Esperei demais para contar sobre esse trauma da minha vida, preciso que saibam que não posso voltar lá de modo algum.

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Conto tudo até o dia que fui pego, minha mãe pediu tantas desculpas que perdi a conta, assim como meu pai, ele está se sentindo culpado.

- Por que não falou antes, filho?

- Você já nem ligava para mim, mãe, e eu não achei que vocês fossem acreditar, eu lutei muito para não ficar lá e ia parecer uma desculpa.

Ao falar isso, minha mãe abaixa a cabeça, ela sabe que é verdade.

- Sentimos muito por fazer com que você pensasse assim, filho. Não vamos deixar ninguém te levar, e vamos processar a clínica.

- Isso.

Concorda minha mãe com meu pai.

Nos abraçamos novamente e minha mãe diz que vai atrás do médico para sabermos os resultados dos exames, pelo menos os que saem rapidamente.

- Onde vamos encontrar um advogado bom? Quero o melhor de todos, vamos fazer justiça.

Diz meu pai.

- Eu conheço uma boa advogada.

Uma bela moça diz ao entrar na sala.

- Rachel!?

Espere, a Rachel? A mãe de lolita?

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Meu pai entrou em estado de choque, ela está parada na porta com os braços cruzados, encarando ele com uma expressão séria. Imagino o ódio que ela deve ter dele.

- O que vo.. você está fazendo aqui?

- Eu sou a mãe da garota, da Lolita.

- Você sabia disso, filho?

- Descobri a pouco tempo, pai.

- Precisamos conversar.

Diz Rachel.

- Certo, já volto, filho.

- Ok.

Eles saem e fico sozinho, ficar nessa maca me trás lembranças não tão boas daquele quarto branco...

* Flashback

Minhas mãos são amarradas, minhas pernas também.
Tento gritar ou lutar, mas estou zonzo, depois de tantas vezes levado para cá não sinto mais nada.
É sempre a mesma coisa, me amarram, colocam fios que são ligados a um aparelho em minha cabeça e induzem meu sono.

- EMMA, EMMA, NÃO!

Gritava até ficar sem voz, mas eles não paravam, não até conseguirem o que queriam.

*

Nesses sonhos tinha os meus piores pesadelos se repetindo, eles investigavam o que eu dizia e anotavam tudo o que falava.
Eu não sei como ou o que descobriram, ou se descobriram, mas sei que várias pessoas fizeram parte desse pesadelo e um dia farei justiça.

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Outro corpo, mesma almaOnde histórias criam vida. Descubra agora