Sou liberada pelo Dr Albert, entro no carro em silêncio e assim fico até chegar em casa.
Acho que são nove da noite, não sei muito bem, eu dormia e acordava, queria aproveitar para descansar já que não estava tendo nenhum sonho.- Você quer jantar, Loli?
Pergunta Alice.
- O que temos para jantar?
- Hambúrguer. Aceita?
- Claro.
Então minha mãe sai do quarto.
- Como você está, querida?
- Sem dor alguma. O que tenho, mãe?
- O médico diz que é estresse pós traumático, mas ele não entende o motivo de estar tão grave. Você irá retornar com ele na quarta, tudo bem?
- Tudo, só não deixem que me internem, eu não sou louca, sou?
- Claro que não filha! Claro que não.
- Na verdade você é sim Loli, doidinha.
- Hahaha. Agora vamos fazer os hambúrgueres ou não??
- É pra já.
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Foi um dia terrível, mas essa noite salvou um pouco. Por mais que a minha vontade fosse de me trancar no quarto e ficar chorando, igual fiquei por duas semanas depois do acidente, eu sei que isso não adiantaria nada.
Eu disse que não ia parar de queimar, então vou continuar com essa promessa.
Fizemos enormes hambúrgueres, não entrava nem na boca:- Fiz hambúrgueres enormes para acabar com toda a tristeza.
Diz minha mãe.
- E tá funcionando. Está Loli?
Pergunta Alice
- shimm.
Tento dizer sim, mas estou tentando enfiar o hambúrguer em minha boca.
Elas riem e tentam fazer o mesmo, começando uma competição.
Minha mãe ganhou, ela é muito competitiva.- Como você acabou com ele tão rápido??
- Nem eu sei querida.
Reponde minha mãe.
Esperamos os soluços intermináveis de minha mãe acabarem para irmos dormir.
- Boa noite, filha, qualquer coisa me chame. Alice vai dormir do seu lado, tá bom?
- Boa noite, mãe, fiquei tranquila, estou bem.
- Eu te amo muito, meu amor.
- Eu também te amo muito, mãe.
Vou para o quarto, preciso de um banho quente.
Entro no chuveiro e começo a pensar no que aconteceu hoje, estou apavorada, não imaginei que precisaria ir ao psiquiatra.
Minha mãe disse para faltar, mas eu não quero, sinto que preciso ir, não sei explicar, mas sinto que tem alguém me esperando.........................................................................
Adormeci e nem percebi. Acordei com Alice me chamando, eu pedi para me acordar.
- Bom dia, dormiu bem??
- Milagrosamente bem. E você?
- Dessa vez eu não, fiquei preocupada com você, acordado durante a noite para ver se você estava dormindo.
Aí que fofa.
- Nossa Alice, obrigada. Mas estou bem, de verdade.
- Que bom, Lolii. Tem certeza que quer ir para a aula? Hoje vamos de Uber, a mãe teve que ir para uma reunião mais cedo.
- Tenho certeza sim.
Então comemos cereal, escovamos os dentes e ficamos prontas. Alice está toda arrumada, usando um jeans boca de sino, junto com uma blusa verde.
Prendeu duas mechas da frente atrás com uma piranha de borboleta, passou um blush, rímel e um gloss alaranjado.
Eu não senti ânimo para isso, estou com uma legging preta, uma blusa vermelha e um moletom bem quente preto por cima.- Vamos? O Uber chegou.
- Sim.
Entramos no carro, uma mulher está dirigindo.
- Bom dia! Escola, eim? Bons tempos.
- Bom dia.
Eu e Alice respondemos.
- Depende.
Vinte minutos depois chegamos, mas esquecemos de pedir para deixar a gente na entrada de trás.
- Loli...
- Está tudo bem, vamos.
- Boa aula!
- Obrigada. Bom trabalho!
Responde Alice.
Vou andando rápido, não quero mais ter medo de andar na frente da escola, estou cansada disso.
- Loli, espere! LOLI.
E BOOM, como uma bomba, ela disparou uma memória.
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Outro corpo, mesma alma
RomansaLolita pensou ter encontrado o namorado dos sonhos, sua alma gêmea, mas isso não durou por muito tempo. Quando achava que estava com a pessoa certa, ela começou a ter sonhos, pensamentos intuitivos de que algo trágico estava prestes a acontecer, mas...