Capítulo 56

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Passei seis meses investigando cada grito pedindo socorro, depois da última vez eu aprendi como não ser pego, já peguei o jeito.
Depois de longos 182 dias eu consegui ver o que fazem com as pessoas dentro daquela sala, mas depois desse dia, eu passei a ser uma das pessoas implorando por ajuda aos berros de madrugada:

Estou entrando pela porta secreta, esperei ela se fechar, então, dez minutos depois, abri a porta novamente puxando o livro vermelho.
Assim que a porta se fecha, percebo que todos os pacientes rindo, gritando ou conversando sozinhos sumiram, isso não é um bom sinal, o silêncio aqui não é um bom sinal.
Ando em passos grandes, mas leves, não há portas nem passagens no corredor branco, só há uma porta, no fim de tudo, onde tem uma única luz.

- Ok, eu estou em um filme de terror, lá vou eu ser o cara burro que todos gritam para não ir lá.

Digo a mim mesmo.
Estou ficando mais maluco a cada dia que fico preso aqui, não me reconheço, só não perdi minha sanidade por contar as horas sempre.

Ao chegar no final do corredor, olho por uma brecha na porta o que estão fazendo, acho que foi difícil fechar dessa vez já que o cara que estavam trazendo era gigantesco, foram preciso seis homens para segurá-lo.

Injetaram algo nele, imagino que seja para dopar já que, em questão de segundos, o grandalhão estava apagado na maca.
Prenderam suas mãos e pernas, colocaram fios em sua cabeça, acho que estão estudando ele.
Preciso ver o que ele tem, por que ele veio parar aqui? Preciso descobrir o motivo desse estudo.

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De acordo com minhas contas, são quase quatro da manhã, eles estão há duas horas naquele quarto, será que ele está bem?
Consigo sair sem ninguém me notar, os seguranças daqui estão sempre cochilando ou dando em cima das mulheres aqui.
Vou até o quarto de onde tiraram o grandalhão, vou chamá-lo assim até descobrir o nome real do coitado.
Pego sua ficha na porta, em cada porta eles deixam as fichas do paciente, falando o que ele tem, as medicações que toma, essas coisas.

Pego o papel da pasta, seu nome é Hernandes Rodriguez, internado por psicopatia e agressão excessiva, que bacana, gente fina.
Vejo relatórios, ele também tem pesadelos, diz ele que era um soldado russo, então ele passou a ficar confuso com a realidade com os sonhos, e acabou achando que era um soldado russo.
Por que raios eu não pensei em ver os sintomas das pessoas escolhidas?
Vou até o quarto de uma jovem de 21 anos, ela foi uma das escolhidas antes do Jefferson, outro paciente.
O quarto é um pouco longe, preciso ir rápido, não tenho muito tempo, o segurança vai trocar de turno as 5:00 da manhã.
Chegando no corredor certo, vejo que também tem o quarto da primeira paciente que eu vi sendo levada, assim como a terceira também, ótimo.

Entro no quarto, vejo o outro formulário, sorte que são pessoas que ficam sozinhas, se não eu não saberia de quem é o documento.

Seu nome é Cristiana Steves, internada por graves alucinações, onde ela sonhava acordada e dizia que precisava achar Rory, sua irmã.
Mas aí é que está, ela não tem irmãs, e para piorar, quando ela sonhava, ela falava com sotaque britânico, mas ela não é britânica.
Sinistro.

Depois de olhar mais um formulário eu chego em uma conclusão não tão boa, pelo menos para mim.
Todos os escolhidos, sonham com vidas passadas, até ateus.
Eu posso ser o próximo a qualquer segundo, preciso fugir.

- Tarde demais, Zayden Ward.

Diz Robert.

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Outro corpo, mesma almaOnde histórias criam vida. Descubra agora