Capítulo 18

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Minha mãe está no encontro com o Will, Alice dormiu e eu estou aqui, em seu lado deitada, tentando pegar no sono. Não quero dormir, não até falar com Louis.
Não sei para onde ele foi, se ele está com o pai dele, se está bem ou se tem alguém para ajudar ele.
Também tenho receio de dormir e sonhar com a casa, pegando fogo e Peter berrando meu antigo nome.

Preciso de ar fresco, então vou para minha varanda e fico olhando a Lua.
Hoje a lua está cheia, mas como está chovendo um pouco, as nuvens deixam ela embaçada, o que não a torna menos linda. Nada pode apagar a beleza da Lua, pois a lua é feliz.
O segredo da beleza é a felicidade, o sorriso e a alegria nos olhos, pois tais coisas deixam qualquer um bonito.

Não consigo largar o meu celular, Louis não mandou nenhum mensagem e eu não vou mandar nada até ele falar algo.
Sei que sou a vítima, mas me sinto culpada pela briga, culpada pelo modo que acabou. Ele queria se resolver, mas eu não, deixei a raiva tomar posse de mim e terminei tudo com ele.
Dói muito imaginar que foi o meu melhor amigo de infância que me feriu assim. Dói ver os arranhões em mim, as marcas da mão dele em meu pescoço, os roxos das pancadas que levei quando fui atirada ao chão.
Mas sabe o que dói mais? Saber que essas mesmas mãos que me feriram tanto, são as mesmas mãos que segurava quando ia à praia com ele e tomávamos sorvete. As mesmas mãos que tocaram meu cabelo com amor, colocando mechas atrás de minha orelha. As mesmas mãos que massageavam meu pescoço quando tinha um dia tenso. As mesmas mãos que me ajudaram a levantar quando aprendi a andar de bicicleta com ele e Alice. As mesmas mãos que seguravam flores e chocolates, junto com cartas de amor dedicadas à mim.

Agora vejo essas mãos em meu pescoço, como um lembrete de que não adianta lembrar do passado ou amar o Louis do passado.
Essas marcas são a prova de que eu sou a vítima.

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Estou tão sonolenta que não sei se estou dormindo ou se estou acordada, mas então, escuto um barulho, o meu maior pesadelo.
O Barulho de uma uma bicicleta parando.

- Não... NÃO

Então vejo ele parado no lugar que ele sempre estava nos sonhos.
Ele está de capuz, olhando para o nada, mas com o meu grito ele olha para mim, então vejo seus olhos, aqueles olhos azuis.
Pensei em chamá-lo, mas lembrei de que ele não se lembra de ter falado comigo nos sonhos.
Não há nada que eu possa fazer, esse dia chegou, o fim de Louis está próximo.
Corro para minha cama e pego meu celular, ligo várias vezes para Louis.
Ele não me atende, o que vou fazer? Não sei onde ele está, quero dar um beijo nele e dizer que continuo o amando. Quero abraçá-lo e dizer que o perdôo, que nada daquilo importa, pelo menos por um dia, seu último dia aqui.

Outro corpo, mesma almaOnde histórias criam vida. Descubra agora