Capítulo 43

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Não sei o que aconteceu depois da explosão, eu corri até não ouvir mais os gritos de Emma junto com os meus.
A lua está linda, brilhante como sempre, ela é um exemplo para vida, sabe por que? Porque ela está sempre voltando inteira e brilhante, ela nunca para de brilhar, nada faz isso com ela.
Um dia farei a Emma dessa vida brilhar para sempre, eu trarei amor para sua alma, assim como antes fazia. Tornarei Emma lua.

A previsão que nunca acerta acertou dessa vez, um vento que me faz bater os dentes trouxe com si chuva, como eu amo chuva.

- Eu te amo, chuva!!!

Feito louco grito para o nada.
Não sei onde estou, mas não parece ser muito longe de casa, assim espero.
Deito no asfalto molhado, sinto a água fria molhar meu corpo, molhar meus cabelos.
Chuva limpa, limpa a alma, assim como a água do mar. Fico ali até meus pensamentos não serem mais nada além de como eu amo a chuva e como eu amo Emma.

- Eu te amo, Emma!!!! Estou a caminho!

Uma moto passa buzinando, será um sinal? Não, acho que não, deve ser porque estou deitado no meio da rua.
ESTOU NO MEIO DA RUA CARAMBA.

Levanto e volto para casa, entro de fininho para não ter que ouvir reclamações da minha mãe.

- Filho?

Pergunta meu pai.

- Oi, pai.

- Por Deus, onde você estava?? Houve um acidente terrível na escola, achei que tinha acontecido algo com você, onde você ficou o dia todo???

- Na rua, deitei no asfalto e senti a chuva me limpar, eu estava precisando me sentir mais leve, depois de hoje, sabe, o fogo da explosão, me deixou abalado.

- Você estava lá?

- Sim, eu tentei salvar as pessoas do carro, tinha uma garota desesperada pelo namorado, mas eu não consegui salvar ele. Como está a garota?

- A garota? Que garota? A namorada? Ela está viva filho, mas se queimou feio nos braços. Já o namorado dela faleceu, infelizmente.

- Que horrível.

- Você está bem, filho?

- Estou, agora estou. Cadê a mãe?

- Dormindo na casa de uma amiga modelo dela, eu sei lá por que.

- Vocês se resolveram?

- Mais ou menos.

- Eu queria agradecer por você ter me defendido, como sempre. Eu ouvi tudo, aquilo acabou comigo, mas também vi quem é o meu verdadeiro pai, você. Obrigado, pai, por tanto até agora, eu não sei que tipo de homem eu seria sem você.
Não me lembro do meu pai, ele morreu quando eu era um feto, mas sei que ele deve ficar muito feliz que eu ganhei um pai como você.

E dizem que homem não chora.
Meu pai está chorando, chorando como um bebê, então eu percebo que tem algo a mais nisso.

- O que foi, pai? Por que está chorando tanto?

- Preciso contar uma coisa para você, filho, mas temo em contar, temo que você não me olhe como antes.

Como assim.

- Pai, seja o que for, me conte. Você sabe que eu odeio mentiras, você ensinou isso, o que você está escondendo?

- Eu tinha outra família, é isso.

- Como assim!? Você os abandonou??

- Eu era um tolo, imaturo, minha esposa engravidou pela segunda vez e eu briguei com ela, eu não queria outro filho e estava drogado.

- São muitas informações, você já foi casado e usava DROGAS? Esse não é você, nem um pouco. É algum tipo de pegadinha?

- Não, só me escute. O nome dela era Rachel, ela foi o meu primeiro amor, nós nos casamos cedo, engravidamos sem querer logo depois e um ano depois engravidamos de novo.
Fui preso por roubo, se eu não me engano.

- Se você não se engana?

- Só escuta. Então eu perdi contato, ela não quis mais falar comigo, eu fui um babaca e simplesmente deixei elas.

- Você tem duas filhas???

- Tenho.

- Tá bom, eu estou perdendo a cabeça que já não tinha.

- Olha, está muito tarde, você deveria descansar, amanhã eu conto mais.

- Tá bom, não vou insistir.

- Boa noite, filho.

- Boa noite, pai.

O que foi isso!?

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Outro corpo, mesma almaOnde histórias criam vida. Descubra agora