23. Rio de Janeiro (Por Otávio).

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                                                                                Sete meses depois

           ─Alô, Rio de Janeiro!

Mal saímos do aeroporto e já podíamos sentir o calor de quarenta graus que a cidade maravilhosa esbanjava. Tinha sido um voo de duas horas de duração, mas foram minutos que passaram voando – não só pela programação de séries disponíveis no serviço da linha aérea, mas também pelas conversas corriqueiras de Mateus. E isso foi o que me distraiu durante esse trajeto, já que Laís, ao meu lado, estava mais preocupada em dormir do que em qualquer outra coisa.

─Você confirmou com o hotel, Mateus? – Perguntou Olívia, enquanto tentava equilibrar três malas ao mesmo tempo. Iríamos passar apenas 6 dias, mas Olívia interpretava isso como uma temporada de férias. E por mais que ela aparentasse estar carregando seu apartamento inteiro na mala, Mateus falou que aquilo não era nem um terço de todo seu guarda-roupa.

─Você perguntou isso três vezes – Mateus respondeu – e nas três eu respondi que sim.

─Não custa nada checar mais uma vez!

─Custa se a resposta vai ser sempre a mesma.

─Não comecem, por favor. – Eu falei. – Sintam essa brisa, sosseguem. Daqui a pouco vamos estar no hotel, relaxados, próximo ao mar. Sem estresse.

Não sei se foi o clima da cidade ou a animação por estarmos fazendo nossa primeira viagem de casais, mas os dois acabaram concordando. E Laís, mesmo ainda estando sonolenta, veio até mim para me dar um beijo.

─Está animado? – Perguntou.

─Mais do que você imagina.

Mais a frente, Mateus já conversava com o taxista que nos levaria até o hotel. Guardamos nossas malas no porta-malas – as que couberam, porque só as de Olívia ocuparam quase o porta-malas inteiro. Em seguida, entramos no carro e seguimos em direção ao hotel. O que eu não conseguia deixar de pensar era que, há um ano, Isabela traçava esse mesmo caminho. Ao invés da animação que nos consumia, tinha uma dor e uma angústia que não podia ser explicada. Havia tanto tempo que não conversávamos que era quase como se não nos conhecêssemos – mas o sentimento continuava lá. Aquele sentimento que me fazia passar horas com sua página na internet aberta, ponderando se devia ou não falar com ela. Aquele sentimento que estava em minha mente quando sugeri à Laís e Mateus que deveríamos ir para o Rio de Janeiro em nossa primeira viagem. Claro que a cidade era linda – isso era inegável. Mas lá no fundo do inadmissível, eu sabia que estava considerando aquela como uma oportunidade de revê-la. No fundo, era o que eu queria.

O hotel ficava a uns trinta minutos do aeroporto. Quando chegamos, ainda esperamos mais um tempo para podermos fazer o check-in. Início de dezembro, algumas pessoas já estavam aproveitando o início das férias, claro que o hotel estaria lotado. Ainda mais aquele que era um dos mais requisitados – o que não era pra pouca já que optamos por um hotel próximo à Copacabana. Não havia outro lugar melhor que pudéssemos nos hospedar.

Após o período de espera, subimos para nossos quartos carregando nossas próprias malas. Dispersamos o serviço de bagagem já que os funcionários pareciam sobrecarregados e, afinal de contas, não era esforço nenhum carregar sua própria bagagem pelo elevador.

Escolhemos quartos que ficavam frente a frente para que não precisássemos atravessar todo o corredor para ir ao quarto do outro. Laís e eu no 221, Mateus e Olívia no 222. Assim que largamos nossas malas no canto, nos jogamos sobre a cama de casal. O quarto era simples, mas muito confortável. Tínhamos ar-condicionado(o que era muito bem-vindo com todo aquele calor), televisão, uma bancada grade, frigobar e, claro, um banheiro. O custo-benefício era ótimo. Não quisemos gastar muito com hotéis luxuosos, porque queríamos conhecer toda a cidade; e para isso, precisávamos de bastante dinheiro. Por fim, acabamos encontrando aquele num catálogo virtual de ofertas de hotéis.

Eu, você e o tempo entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora