capítulo 20

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Mon

Está cada vez mais óbvio que Sam tinha razão. Ela levanta mesmo a imagem de quem está ao seu redor. À medida que sigo a trilha de paralelepipedos em direção ao prédio de filosofia, pelo menos quinze pessoas me cumprimentam. 'Olá, como vai, bela roupa'. Sou acolhida por tantos sorrisos, acenos e "ois" que é como se tivesse acabado de pisar em outro planeta. Um planeta chamado Mon, porque todo mundo parece me conhecer. Mas não tenho ideia de quem são, embora deva tê-los conhecido na festa de Joe.

Um desconforto se revira em meu estômago, com uma onda de constrangimento que me faz acelerar o passo. Perturbada por tanta atenção, praticamente corro para a aula e ocupo meu lugar ao lado de Cher. Sam e Nop ainda não chegaram, o que é uma espécie de alívio. Não sei se quero falar com algum deles agora.

- Ouvi dizer que você saiu com a Sam neste fim de semana - É a primeira coisa que Cher me diz.

Deus do céu. Não posso passar um segundo sequer sem ser lembrada disso?

- Ahn, foi - Respondo, vagamente.

- Só isso? Foi? Como assim, quero todos os detalhes sórdidos.

- Não tem. - Dou de ombros. - Só saímos às vezes. - Ao que parece, essa é a minha resposta oficial agora.

- E a sua outra paixão? - Cher acena sugestivamente em direção ao corredor oposto.

Acompanho seu olhar e vejo que Nop acaba de chegar. Instala-se em sua cadeira, puxa um MacBook para fora da capa e, como se sentisse meu olhar sobre ele, ergue a cabeça e sorri.

Sorrio de volta. Logo em seguida, Tolbert entra na sala, e desvio o olhar para me concentrar no tablado.

Sam está atrasada, o que não é normal. Sei que saiu com as amigas na noite passada e não tinha treino de manhã, mas não é possível que tenha dormido até às quatro. Pego meu telefone discretamente para escrever para ela, mas a mensagem dela chega primeiro.

Ela: No meio de uma emergência. Vou chegar para a segunda parte da aula. Tome notas pra mim até lá?

Eu: Tudo bem??

Ela: Tudo. Arrumando a bagunça da Tee. Longa história. Mais tarde te conto.

Faço um monte de anotações durante a aula, mais por Sam do que por mim, pois já tinha lido a matéria e decorado a última teoria. À medida que Tolbert se estende em seu tom monótono, minha mente viaja. Penso no jantar iminente com Nop, e a sensação de desconforto volta, trazendo também certa náusea.

Por que estou tão nervosa com isso? É só um jantar. E vai ser só isso. Outras meninas podem topar ir para a cama logo no primeiro encontro, mas eu certamente não sou uma delas.

Mas Nop é um jogador de futebol americano. As meninas com quem sai provavelmente tiram a roupa antes de o cardápio chegar. Será que ele espera isso de mim?

Será que ele...

Não. Digo a mim mesma, com tirmeza. Eu me recuso a acreditar que Nop seja do tipo que obrigaria alguém a dormir com ele.

Aos quarenta e cinco minutos de aula, Tolbert faz uma pausa, e todos os fumantes disparam até a porta como se estivessem presos numa mina há duas semanas. Também saio do auditório, não para fumar, mas para procurar por Sam, que ainda não apareceu.

Nop vem atrás de mim até o corredor. - Vou pegar um café. Quer?

- Não, obrigada.

Seus lábios se curvam quando nossos olhos se encontram. - Nosso jantar ainda tá de pé?

𝐎 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora