Mon
Parece que acabei de voltar no tempo para os recreios na terceira série. A menos que haja outra explicação para Sam estar me provocando a beijá-la.
- Não preciso provar nada - Rebato. - Acontece que beijo muito bem. Infelizmente, você nunca vai descobrir.
- Never say never - Responde ela, cantarolando.
- Obrigada por isso, Justin Bieber. Mas não, não vai rolar.
Ela suspira. - Entendi. Você está se sentindo intimidada pelo vigor da minha popularidade. Relaxa, acontece o tempo todo.
Ai, que saco. Ainda me lembro dos dias - há uma semana - em que Sam não fazia parte da minha vida. Quando não tinha que ouvir seus comentários arrogantes nem ver seus sorrisos de cafajeste ou me meter numa guerra de flertes na qual não tenho interesse algum.
Só que Sam é muito, muito boa numa coisa em particular: lançar desafios.
- O medo faz parte da vida - Diz, solenemente. - Não se deixe abater por ele, Mon. Todo mundo passa por isso. - Sam se reclina nos cotovelos, cheia de si. - Sabe de uma coisa, vou pegar leve com você. Se está com medo de me beijar, não vou te obrigar.
- Medo? - Retruco. - Não estou com medo, sua idiota. Só não quero.
Ela exala outro suspiro. - Então acho que voltamos às questões de autoconfiança. Não se preocupe, tem um monte de gente por aí que beija mal, gatinha. Tenho certeza de que, com prática e perseverança, um dia você vai ser capaz de...
Interrupção - Tá bom. Anda logo com isso.
Ela se cala, os olhos arregalados de surpresa. Rá. Então não estava esperando que eu fosse pagar pra ver.
Nossos olhares se fixam uma na outra por séculos. Ela está supondo que eu volte atrás, mas tenho certeza de que ela vai recuar primeiro. Talvez seja infantil da minha parte, mas Sam já conseguiu exatamente o que queria com essa história de aula. Dessa vez, eu quero ganhar.
Mas a subestimei de novo. Seus olhos castanhos se escurecem, adquirindo um tom de marrom metálico, e, de repente, transmitem calor. Um calor e um brilho de autoconfiança, como se estivesse certa de que não vou até o final.
Identifico essa certeza no tom desdenhoso que usa quando finalmente fala. - Tudo bem, vamos ver como você se sai, então.
Hesito.
Puta que pariu. Ela não pode estar falando sério.
E não posso mesmo estar considerando este desafio absurdo. Não me sinto atraída por Sam e não quero beijá-la. Fim de papo.
Só que... bem, na verdade, não parece o fim de nada. Meu corpo está em chamas, e minhas mãos estão tremendo, não de nervoso, mas de ansiedade. Quando imagino sua boca contra a minha, meu coração dispara mais rápido do que uma faixa de hip-hop.
Qual é o meu problema?
Sam se aproxima. Nossas coxas estão se tocando agora, e devo estar alucinando, porque acabo de ver uma veia pulsando no meio de seu pescoço.
Ela não pode querer isso... pode?
As palmas das minhas mãos ficam úmidas, mas evito limpá-las na legging porque não quero que perceba como estou nervosa. Tenho total consciência do calor que irradia da sua coxa coberta pela calça jeans, o cheiro fraco do hidratante, a ligeira curva em sua boca enquanto aguarda o meu próximo passo...
- Vamos lá - Provoca. - Não temos a noite toda, gata.
Agora estou arrepiada. Que se dane. É só um beijo, né? Nem sequer tenho que gostar disso. Calar essa boca arisca já vai ser recompensa suficiente.
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𝐎 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨
FanficSe ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em um cara puder garantir sua vaga no time, ela topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz com que Sam e Mo...