capítulo 29

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Sam

A casa cheira a restaurante italiano quando passo pela porta. Viro para Tee, que me lança um olhar de - O que está acontecendo aqui? - e dou de ombros, como quem diz - Não sei de nada, - porque, sinceramente, não faço ideia. Abaixo para desamarrar as botas pretas, então sigo o aroma de dar água na boca até a cozinha. Quando chego à porta, pisco algumas vezes, porque acabo de me deparar com o que parece ser uma miragem.

Meus olhos são recebidos pela bunda gostosa de Mon. Ela está debruçada sobre a porta do fogão, usando as luvas cor-de-rosa de Jim e tirando uma travessa fumegante de lasanha da prateleira do meio. Ao som dos meus passos, olha por cima do ombro e sorri. - Ah, oi. Chegaram bem na hora.

Tudo o que posso fazer é ficar de boca aberta.

- Sam? Ei?

- Você fez o jantar? - gaguejo.

Sua expressão animada falha momentaneamente. - Fiz. Tudo bem?

Estou chocada demais e genuinamente tocada para responder.

Por sorte, Halsey aparece na porta e responde por mim. - Princesa, que cheiro bom!

Jim aparece depois de Halsey. - Vou colocar a mesa, - acrescenta.

Minhas três amigas entram na cozinha. Jim e Halsey para ajudar Mon, enquanto Tee apenas fica parada ao meu lado, parecendo embasbacada.

- E ela também sabe cozinhar? - suspira.

Tem algo em sua voz, e não é qualquer coisa; é o inconfundível tom de angústia, e isso me faz ficar tensa. Merda. Tee não pode estar apaixonada por ela, pode? Achei que só queria dormir com ela, mas pelo jeito como a olha agora…

Não estou gostando disso.

- Mana, segura a onda, - murmuro, o que provoca uma risada em Tee, que obviamente sabe o que estou pensando.

- Nossa, tá com uma cara ótima, - diz Jim, em pé diante do prato de lasanha com uma faca e uma espátula.

Nós cinco nos sentamos à mesa, que Mon não só limpou, mas cobriu com uma toalha azul e branca. Tirando minha mãe e Jim, nenhuma mulher fez o jantar para mim antes. Eu meio que... gosto disso.

- E aí? Vai se fantasiar amanhã? - pergunta Jim para Mon, servindo um quadrado modesto de lasanha no prato dela.

- Para o quê?

- Para o Halloween.

Mon deixa escapar um suspiro. - Aí, merda. Já é amanhã? Juro, não tenho noção de tempo.

- Tenho uma sugestão de fantasia para você. - se intromete Halsey. - Enfermeira sexy. Não, nada disso. Vivemos num mundo moderno.... Médica sexy. Uuuuhhh, ou piloto da marinha sexy.

- Não vou me vestir de nada sexy, muito obrigada. Já basta ter que ficar presa distribuindo bebidas na cervejada do alojamento.

Rio. - Você caiu nessa? Não creio. - Na cervejada anual de Halloween dos alojamentos as pessoas vão de prédio em prédio pegando bebida grátis. Ouvi dizer que é muito mais divertido do que parece.

Ela projeta o queixo, melancólica. - Ano passado também. Foi um saco. Se vocês forem, precisam passar na Bristol House.

- Adoraria, gata, - diz Tee, num tom sedutor que me faz enrijecer. - Mas não espere pela Sam aqui.

Ela me olha. - Você não vai fazer nada no Halloween?

- Não.

- Por que não?

𝐎 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora