Sam
Estou sorrindo feito uma boba da corte. E agora não é hora de estar sorrindo feito uma boba da corte, não quando estou do jeito que vim ao mundo, com um monte de mulheres tomando banho à minha volta e minha namorada me encarando furiosa. Mas estou tão feliz de vê-la que não posso controlar meus músculos faciais.
Meus olhos engolem sua visão. O rosto lindo. O cabelo escuro puxado para trás num rabo de cavalo com um enfeite cor de rosa. Os olhos castanhos enfurecidos.
Fica tão gata quando está com raiva de mim.
– Bom ver você também, linda, – respondo, alegre. – Como foi de férias?
– Nem vem com esse negócio de linda pra cima de mim. E não me pergunte das férias, porque você não merece saber disso! – Mon me lança um olhar colérico, então se volta para as três jogadoras nas cabines vizinhas. – Pelo amor de Deus, dá para se enxaguar e cair fora? Tô tentando gritar com a capitã de vocês.
Contenho o riso, mas ele acaba escapando quando minhas colegas de time recobram a atenção como se tivessem recebido uma ordem de um sargento. Chuveiros são desligados, toalhas aparecem, e, um minuto depois, Mon e eu estamos sozinhas.
Fecho a torneira e me viro de frente para ela. A porta da cabine faz um excelente trabalho em esconder minhas partes baixas, mas tudo o que Mon tem que fazer é espiar por cima dela e terá uma bela visão do meu pau endurecendo depressa, pois está incrivelmente feliz em vê-la.
Mas ela não faz isso. Simplesmente mantém os olhos cravados nos meus. – Você baixou uma lei no campus inteiro para ninguém sair comigo? Está de brincadeira com a minha cara?
Não demonstro o menor arrependimento ao fitar seus olhos. – Claro que baixei.
– Ai, meu Deus. Você é inacreditável. – Ela balança a cabeça em descrença. – Quem você pensa que é, Sam? Não pode simplesmente sair por aí e dizer para todos os homens da faculdade que eles não têm permissão de falar comigo ou você vai quebrar a cara deles!
– Não falei com todos os homens. Você acha que tenho tempo para isso? – Abro um sorriso. – Falei só com algumas pessoas-chave e fiz questão de que espalhassem a notícia.
– Como assim? Se você não ficar comigo, ninguém mais pode, é isso? – pergunta, sombriamente.
Rio. – Bom, isso seria maluquice. Não sou uma psicopata, gata. Fiz por você.
Ela fica boquiaberta. – E como você chegou a essa conclusão?
– Porque você está apaixonada por mim e não quer sair com mais ninguém. Mas fiquei preocupada que a teimosa em você a obrigasse a sair com alguém só para justificar a sua mentira, então tive que tomar algumas medidas preventivas. – Apoio os braços na porta da cabine. – Sabia que se saísse com outra pessoa iria acabar se arrependendo, e depois se sentiria um lixo quando finalmente recobrasse o juízo, então quis poupar você de toda essa dor e sofrimento. De nada.
Ela parece atordoada por um momento.
Então começa a rir.
Nossa, como senti falta do som da sua risada. Fico tentada a pular por cima da porta e beijá-la até dizer chega, mas não tenho a chance.
– Que merda é essa?
Mon dá um pulo de susto quando o treinador Jensen aparece na área do chuveiro.
– Ah, oi, treinador, – digo. – Não é o que parece.
Suas sobrancelhas escuras se unem numa cara feia de quem não está nem um pouco satisfeito. – Parece que você está tomando banho na frente da sua namorada. No meu vestiário.
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𝐎 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨
FanfictionSe ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em um cara puder garantir sua vaga no time, ela topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz com que Sam e Mo...