capítulo 31

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Mon

- Não acredito que isso tá acontecendo - Anuncia Harry -mais ou menos pela milionésima vez- no banco de trás do Jeep de Sam.

Ao seu lado, Ariana suspira e concorda também pela milionésima vez: Quem diria, né? Estamos no carro de Sam. Parte de mim tá com vontade de dar uma de Carrie Underwood e gravar meu nome nos assentos de couro.

- Não se atreva! - Ameaço do assento do motorista.

- Relaxa, não vou fazer nada. Mas parece que se não deixar minha marca neste carro, ninguém nunca vai acreditar que estive nele.

Até o momento, os dois já me perguntaram pelo menos duas vezes durante a viagem se Sam e eu estamos namorando. Usei minha resposta padrão "só saímos às vezes". Mas está ficando cada vez mais difícil convencer a mim mesma disso.

Seguimos pelo restante do trajeto cantando aos berros. Hazz e eu cantamos juntos, e nossa harmonia é absurdamente incrível "por que não chamei ele para um dueto, droga?" Yuki e Ariana seriam incapazes de cantar de forma afinada nem que suas vidas dependessem disso, mas se juntam a nós nos refrãos, e estamos todos muito animados quando paro o carro no estacionamento da arena de hóquei.

Nunca vim a Harvard antes e gostaria de ter mais tempo para explorar o campus, mas já estamos atrasados, então levo meus amigos para dentro, porque não quero correr o risco de não encontrar lugar. Fico espantada com o tamanho da arena, bastante moderna, e com a quantidade de pessoas aqui esta noite. Por sorte, encontramos quatro lugares vazios perto do lado da Briar no rinque. Não perdemos tempo comprando comida, já que devoramos uma tonelada de batatinhas no caminho.

- Certo, como funciona esse jogo mesmo? - Pergunta Harry.

Sorrio. - Sério?

- É, sério. Sou um garoto britânico e artista, Mon. Acha que sei alguma coisa de hóquei?

- Muito justo.

Enquanto Yuki e Ariana conversam sobre uma de suas aulas de teatro, faço um rápido resumo a Hazz sobre o que ele pode esperar. No entanto, quando as jogadoras surgem no gelo, percebo que minha explicação não lhes fez justiça. Este é o primeiro jogo de hóquei que vejo ao vivo, e não esperava o clamor da multidão, o volume ensurdecedor do sistema de som, a rapidez surpreendente das jogadoras.

Sam joga com a camisa 44, mas não preciso nem olhar para o número para saber qual das jogadoras de preto e prata ela é. Está no centro da linha de ataque e, no segundo em que o árbitro deixa cair o disco, ganha a disputa inicial e faz um passe para Halsey que eu pensei que jogava de ala, mas, aparentemente, faz parte da defesa.

Estou ocupada demais prestando atenção em Sam para me concentrar em qualquer uma das outras jogadoras. Ela é... hipnotizante. Com os patins ela parece enorme. E é tão veloz que tenho dificuldade de acompanhá-la com o olhar. Voa sobre o gelo, perseguindo o disco que Harvard roubou de nós e marcando o adversário como uma profissional.

Briar sai na vantagem, graças a um gol de uma jogadora que o locutor chama de Demetria, e levo um segundo para perceber que está falando de Demi, a aluna do último ano de cabelos escuros que conheci no Malone's.

O cronômetro no placar vai diminuindo, mas, quando penso que Briar vai conseguir fechar o primeiro período sem levar um gol, uma das atacantes de Harvard faz uma finalização rápida em cima de Kehlani e empata o jogo.

Quando o período termina e as jogadoras desaparecem em seus respectivos túneis, Hazz me cutuca nas costelas e diz: Sabe de uma coisa? Isso não é tão chato. Talvez devesse começar a jogar hóquei.

𝐎 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora