(Nem) Todos os Clichês São Iguais

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Crystal
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Acordei com um feixe de luz que vinha da janela em meu rosto, demorei um pouco para abrir os olhos, e assim que fiz me dei conta que ainda estávamos no ônibus, levantei a cabeça do ombro de Kyra, que ainda dormia profundamente, fiquei por um tempo a observando, ela era tão linda que nem parecia ser real, mesmo que seu rosto tivesse traços marcados, não deixava de ser delicado, ela era perfeita.

Por mais que estivesse um tanto apreensiva com essa ideia de apresentá-la como uma amiga, me sentia feliz por estarmos viajando juntas. Por saber que ela vai conhecer as pessoas que eu mais amo nesse mundo, sem contar que também vai ver a casa na qual eu cresci. Pode parecer coisa da minha cabeça, mais para mim isso é muito importante.

Olhei pela a janela do ônibus a paisagem das árvores ia desaparecendo aos poucos, dando a lugar para as casas e prédios de vários tamanhos, suspirei terminando de me ajeitar na poltrona que estava sentada por horas, balancei devagar o braço da garota que dormia ao meu lado, mas ela nem se mexeu.

— Kyra! – balanço seu braço mais uma vez, mas a única coisa que ela faz é suspirar — Kyra!? – meu Deus, que sono pesado é esse?! — Cariño, acorda! – dou um beijinho na sua bochecha.

Ela resmungou baixinho, abrindo os olhos devagar, piscando-os várias vezes — Humm… já chegamos?

— Já estamos quase

Kyra, olha pela janela, dando um bocejo — Coelhinha, você não tinha falado que era uma cidadezinha pequena? – olha pra mim — Não parece uma cidade pequena do interior

Dei risada com sua observação, o que a fez arquear a sobrancelha

— Estamos na cidade vizinha, ainda temos que pegar uma condução para a minha

Seus olhos cresceram — Minha nossa… coelhinha tu mora longe pra caralho! Como eu iria te encontrar se não fosse por você ter ido estudar lá no colégio?!

— Se estivesse escrito – olhei pra ela sorrindo — Como eu sei que estava, o destino arrumaria um outro jeitinho! – digo confiante

— Destino? – me olhava com  um brilho nos olhos e um sorriso tímido.

Assinto com a cabeça dizendo que sim — Destino sim! Como explicaria eu ter me apaixonado por você no primeiro dia que nos vimos?

— É por isso que caiu encima de mim? – diz divertida

Abri a boca em surpresa e indignada — Ei! Eu cai porque você se esbarrou em mim!

— Caiu encima de mim! – provocou

— Porque você se esbarrou em mim!? Você estava tão apressada naquele dia! – me lembrei, logo no primeiro dia de aula, ela estava apressada para ir na secretaria.

— Me esbarrar em você, foi definitivamente a melhor coisa que me aconteceu naquele dia!

Ouvir isso dela me deixou de coração quente, e só me dava mais certeza sobre, o que era estar apaixonada por alguém.

Por mais que já tivesse lido, nos vários romances que tive a chance de ler, não se comparava ao que eu sinto quando estou com ela, sei lá, se me pedissem para descrever, certamente eu não acharia uma palavra correta que pudesse descrever ao certo.