2.

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– Obrigado, Harry. Ele ia me matar se não fosse por você.

Louis lavou a mão enquanto ele continuava ali, parado ao lado da pia do pequeno banheiro.

– Tudo bem? - Harry perguntou.

– Nunca vi tanto sangue sair das minhas próprias mãos desse jeito. – ele disse. – Talvez eu queira vomitar um pouco antes de ser demitido por justa causa. Não se preocupe esta tudo bem.

Os dois sorriram.

– Primeiro dia como garçom? - Harry perguntou.

Louis tirou mais um caco de vidro escondido entre os dedos, gemendo baixinho e enfiando as mãos embaixo da água corrente.

– Primeira semana. Ou a última. – ele sorriu.

Harry o olhou mais uma vez, tentando sorrir de forma mais amigável possível.

– Eu podia fazer um curativo. – Harry disse. – Eu moro a poucos metros daqui, naquele prédio marrom quase caindo. Não quero soar estranho, só acho que você devia fazer um curativo, sabe... Essas coisas infecionam com muita facilidade, e eu não queria que sua mão caísse.

Os dois sorriram de forma tímida um para o outro.

– Então... A minha mão vai cair? – Louis passou por ele em direção à porta. – Por que você ta me ajudando, grandalhão?

– Isso tudo foi minha culpa, só... Me deixa te ajudar. Já me cortei com cacos e sei o quanto isso pode doer depois. – Harry parou na frente dele, segurando a mão ferida. – Prometo que farei o possível para que não doa.

Louis hesitou por um momento, olhando paras mãos feridas e latejando em uma dor insuportável.

– Deixa eu só avisar que vou pra casa.

– Claro.

Louis abriu a porta da cozinha com o ombro e assobiou para que pudessem vê-lo. Andou pela cozinha, até avistar um dos seus colegas de trabalho. Niall sorriu e levantou-se da mesa.

– Meu Deus Louis, olha o tamanho desses cortes!

– Alguns arranhões. Nada demais. – Louis tentou sussurrar para não chamar mais atenção.

– Sua mão vai cair, cara. Olha o tamanho desses buracos, pela amor de Deus. Me deixa te levar ao hospital, qualquer coisa. – Niall disse.

– Cala a boca, Niall. – Louis sorriu. – Só vim avisar que vou dar um jeito nisso aqui e depois vou pra casa.

– Seu dormitório barra nojo que você divide com aquele pé no saco?

– Sim, minha casa. - Louis bufou.

– Toma cuidado. Esse bonitão ai fora é meio estranho. – Niall sorriu. – Te vejo amanhã?

– Oh! Será que eu ainda vou ter emprego amanhã pela manhã?

Niall passou a mão pelos ombros de Louis, o guiando de volta para a saída da cozinha.

– Tenho certeza que sim. – Ele disse, o ajudando a botar a mochila nas costas e dando leves tapinhas. – Cuida dessa mão pra ela não cair.

Louis olhou que Harry continuava no mesmo lugar onde o deixou. Os dois seguiram rumo à saída, sem falar nada por alguns minutos. Tentou decifrar cada detalhe da expressão séria do rosto do homem de olhos verdes, cabelos negros longos, mas, a única coisa que conseguia ver era seu rosto totalmente tomado pela preocupação, e se recusou a achar fofo.

– Por que você está fazendo isso? Você nem me conhece. – Louis perguntou, o olhando pelo canto do olho, ainda tentando prestar atenção aonde caminhava. –Tudo bem, eu deveria agradecê-lo por isso. Tem sido um péssimo dia.

Harry sorriu e o pediu para que acompanhasse pela calçada.

– Às vezes, eu me pego dizendo coisas que queria ouvir e fazendo coisas que eu queria que tivessem sido feitas para mim.

Desviou o olhar rapidamente.

Os carros passavam em pouca velocidade e o sol que estava um pouco distante e quase a pino, sumiu entre as nuvens escuras.

– Tem sido um dia péssimo também, até agora. – Harry sussurrou, como se fosse apenas para si.

your eyes // lsOnde histórias criam vida. Descubra agora