– Obrigado, Harry. Ele ia me matar se não fosse por você.
Louis lavou a mão enquanto ele continuava ali, parado ao lado da pia do pequeno banheiro.
– Tudo bem? - Harry perguntou.
– Nunca vi tanto sangue sair das minhas próprias mãos desse jeito. – ele disse. – Talvez eu queira vomitar um pouco antes de ser demitido por justa causa. Não se preocupe esta tudo bem.
Os dois sorriram.
– Primeiro dia como garçom? - Harry perguntou.
Louis tirou mais um caco de vidro escondido entre os dedos, gemendo baixinho e enfiando as mãos embaixo da água corrente.
– Primeira semana. Ou a última. – ele sorriu.
Harry o olhou mais uma vez, tentando sorrir de forma mais amigável possível.
– Eu podia fazer um curativo. – Harry disse. – Eu moro a poucos metros daqui, naquele prédio marrom quase caindo. Não quero soar estranho, só acho que você devia fazer um curativo, sabe... Essas coisas infecionam com muita facilidade, e eu não queria que sua mão caísse.
Os dois sorriram de forma tímida um para o outro.
– Então... A minha mão vai cair? – Louis passou por ele em direção à porta. – Por que você ta me ajudando, grandalhão?
– Isso tudo foi minha culpa, só... Me deixa te ajudar. Já me cortei com cacos e sei o quanto isso pode doer depois. – Harry parou na frente dele, segurando a mão ferida. – Prometo que farei o possível para que não doa.
Louis hesitou por um momento, olhando paras mãos feridas e latejando em uma dor insuportável.
– Deixa eu só avisar que vou pra casa.
– Claro.
Louis abriu a porta da cozinha com o ombro e assobiou para que pudessem vê-lo. Andou pela cozinha, até avistar um dos seus colegas de trabalho. Niall sorriu e levantou-se da mesa.
– Meu Deus Louis, olha o tamanho desses cortes!
– Alguns arranhões. Nada demais. – Louis tentou sussurrar para não chamar mais atenção.
– Sua mão vai cair, cara. Olha o tamanho desses buracos, pela amor de Deus. Me deixa te levar ao hospital, qualquer coisa. – Niall disse.
– Cala a boca, Niall. – Louis sorriu. – Só vim avisar que vou dar um jeito nisso aqui e depois vou pra casa.
– Seu dormitório barra nojo que você divide com aquele pé no saco?
– Sim, minha casa. - Louis bufou.
– Toma cuidado. Esse bonitão ai fora é meio estranho. – Niall sorriu. – Te vejo amanhã?
– Oh! Será que eu ainda vou ter emprego amanhã pela manhã?
Niall passou a mão pelos ombros de Louis, o guiando de volta para a saída da cozinha.
– Tenho certeza que sim. – Ele disse, o ajudando a botar a mochila nas costas e dando leves tapinhas. – Cuida dessa mão pra ela não cair.
Louis olhou que Harry continuava no mesmo lugar onde o deixou. Os dois seguiram rumo à saída, sem falar nada por alguns minutos. Tentou decifrar cada detalhe da expressão séria do rosto do homem de olhos verdes, cabelos negros longos, mas, a única coisa que conseguia ver era seu rosto totalmente tomado pela preocupação, e se recusou a achar fofo.
– Por que você está fazendo isso? Você nem me conhece. – Louis perguntou, o olhando pelo canto do olho, ainda tentando prestar atenção aonde caminhava. –Tudo bem, eu deveria agradecê-lo por isso. Tem sido um péssimo dia.
Harry sorriu e o pediu para que acompanhasse pela calçada.
– Às vezes, eu me pego dizendo coisas que queria ouvir e fazendo coisas que eu queria que tivessem sido feitas para mim.
Desviou o olhar rapidamente.
Os carros passavam em pouca velocidade e o sol que estava um pouco distante e quase a pino, sumiu entre as nuvens escuras.
– Tem sido um dia péssimo também, até agora. – Harry sussurrou, como se fosse apenas para si.
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your eyes // ls
FanfictionHarry é um escritor que sonha em ter um livro oficialmente publicado. Louis é apenas um estudante de História que trabalha em um café na esquina. Harry não sabe lidar com o mundo. Louis acha que o tem nas mãos.