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Esse capítulo foi dificil. Espero que tenham paciência para entendê-lo e irem até o final.

"Take my hand, It's alright, 'cuz tonight, we can fly."

Boa leitura babies.

...

🌫

Às vezes, Louis tinha medo do turbilhão de emoções diante das coisas. Do quanto elas pareciam emergir simultaneamente em silêncio, mas quase tão perturbadoras como uma tempestade de inverno.

Diante dele, existia um estacionamento praticamente vazio, sem o calor dos casais espalhados pela grama ou do movimento de carros pelo concreto escuro. E isso o fez olhar para cada detalhe daquela manhã nebulosa, em como o dia parecia estranho e ao mesmo tempo tão normal.

Olhou para os corredores e seus murmúrios aqui e ali.

O céu cinza, pois era Londres, claro que o céu tinha que estar cinza.  Ficou ainda mais surpreso em perceber que ainda não havia chovido naquela manhã ou, que nem o frio lhe incomodava enquanto permanecia encostado em uma das colunas do prédio da faculdade.

Olhou para algumas pessoas agasalhadas sorrindo ainda mais longe, com seus copos de café ou de mãos dadas por todo lugar. Olhou de novo para o céu e percebeu que existia uma mistura de cores diante dele, um contraste nítido de felicidade que ia e voltava pelo chão e uma tristeza inerte que vinha de cima.

Louis sentia–se cinza, mesmo não sabendo por quê. Talvez fosse um daqueles dias que a tristeza não batia na porta quando queria entrar. Lhe trazendo a sensação de finitude que aquele ano lhe trazia. Como se fosse o último ano de escola. Lembrava-se bem da despedida da sala de aula, dos corredores cheios de adolescentes e dos amigos de infância. Lembrou-se ainda mais de como odiava ir à escola, principalmente de ter passado anos e anos a fio se debatendo sobre a necessidade de estar naquele lugar quando queria estar em outros – em vários lugares – por que era assim que o mundo era nos olhos de um Louis jovem, cheio de sonhos e de expectativas. Era assim quando achava que tinha o mundo nas mãos, e agora, olhando ao redor completamente cinza, sabia que, estava longe de tê-lo. Mas, mesmo depois, quando fora hora de partir, se sentia triste por ser o último dia. Sentia-se triste pela sensação de estar no fim, embora soubesse que logo depois haveria um recomeço.

A faculdade.

Agora, lá estava outro fim. Como poderia prever que chegaria tão rápido? Nunca pensou que estaria onde está em primeiro lugar e agora as coisas caminhavam para a última vez no restaurante universitário, a última vez na sala de aula, a última vez de ter que encarar Stan. Era o fim delas. E no seu mais íntimo pensamento, rezou para que houvesse outro recomeço. Algo palpável o bastante para o mantivesse sano para seguir em frente com o Louis maduro, não mais aquele que corria pelos corredores da escola ou o Louis que machucou alguém que o tanto quis bem.

Mesmo que o Louis de agora soubesse o que queria para o futuro, o medo de que outras coisas desmanchassem pelas bordas o fazia querer sumir na cor escura do céu. Por que se fosse pra recomeçar, que seja com o Harry, Louis pensou. E doía pensar na possibilidade de não tê-lo.

Respirou fundo, passando as duas mãos no cabelo deixando escapar um "merda". Fez o seu caminho até o dormitório em silêncio, tentando captar os detalhes daquele lugar sem se lembrar de que sim, era o último ano.

O que diabos eu vou fazer?

– Hey, Louis.

Stan levantou–se da cama assim que a porta se abriu.

your eyes // lsOnde histórias criam vida. Descubra agora