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N/D.:

Achei que conseguiria terminar nesse, mas achei maldade deixar vocês com tão pouco. Então, vejo vocês em breve com o final (se deus quiser)

Boa leitura geleias.

🍓

Harry bateu uma, duas, três vezes

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Harry bateu uma, duas, três vezes. Quase pesou que estivesse no lugar errado, pois ninguém atendia.  Andou pela calçada tentando olhar pela janela da casa se havia alguém, mas as cortinas fechavam qualquer visão da parte de dentro. Olhou até a bicicleta que ia para escola quando era mais novo. Lá estava ela, encostada na cerca da casa, como se estivesse esperando para saírem pelas ruas mais uma vez, foi então que teve certeza de que estava na casa certa. Por isso, tentou mais uma vez.

Quis saber por que não havia jogado fora, até por que, seus pneus estavam furados. O metal, praticamente enferrujado em todas as partes possíveis. Era apenas um detalhe velho, em um jardim velho, em uma cerca não tão velha assim. Talvez esse seja o sentido dela, pensou. Sou apenas um adereço velho, é pra lembrar que estive ali.

Quando a porta se abre, ele tenta se lembrar de quem é. Tem os cabelos loiros, sorriso bonito e não tem olhos claros. Mas é sua irmã. Gemma, ele tenta lembrar. É a Gemma. Pensei que tinha cabelo preto?

– Oi. Desculpa a demora, em que posso ajudar? – ela pergunta.

Harry acha uma bela pergunta. Nem ele mesmo sabe responde–la. Agora, naquela porta, nem sabia mais por que tinha vindo. Ela nem me conhece, se conhece, não lembra. Será que mudei demais? Sou gay demais?

Recompõe-se, e a olha nos olhos.

– Queria falar com a Anne. Ela tá aí?

Harry percebeu que ela parecia muito mais com ele do que um dia se permitiu pensar. Seus rostos eram tão parecidos que o fazia pensar que estava olhando para um espelho e estivesse de peruca. Notou que ela ainda faz a boca torta quando está impaciente e que seus olhos, mesmo escuros, brilham na luz do dia.

– Você me dá um minutinho? Vou ver se ela pode te receber. Qual o seu nome?

O que quer que esteja dentro da garganta, Harry engole e tenta encará–la novamente. Em poucos segundos, pensa em gritar: "SOU SEU IRMÃO GAY", "SOU AQUELA PARTE QUE VOCÊ ODEIA FALAR PARAS AMIGAS QUE EXISTO", "SOU O IRMÃO ATOA", "SOU O SEM FUTURO QUE A MÃE AMA", mas então diz:

– Harry.

– Ok.

Ela se vira para fechar a porta e ir atrás da mãe. Então parece que algo lhe toma por inteiro e a faz congelar no meio do caminho.

Harry também congela. Eles deviam estar se abraçando agora? Devia ele, beijá–la no rosto e perguntar como vão as coisas?

– Harry–Harry–Ha–....

your eyes // lsOnde histórias criam vida. Descubra agora