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[N/DENISE]
Escutem a música na mídia. *Go Insane - Fleetwood Mac/ Lindsay*
Notas finais importantes.
Boa leitura, geleias.

[....]

Harry permaneceu no sofá pelo resto do dia, as luzes apagadas e o cheiro das velas queimando por toda a sala, tentando decidir se iria à festa ou se inventaria qualquer dor para não ir. E isso parecia a decisão mais difícil do mundo. Como ele poderia recusar passar qualquer fosse o tempo com Louis? Era com escolher entre comer chocolate ou salada. Harry sempre queria escolher Louis. Mas o pensamento de conhecer os amigos dele, o fazia querer desistir de imediato.

Pensar em bebida, quando ele não ingeria sequer um gole depois de dois anos sóbrio, pensar no quanto Louis poderia ter planejado algo perfeito para essa noite e pensar na dor que ele sentia quando ia em lugares assim, o fazia querer ainda mais permanecer naquele sofá.

Ele poderia apenas levantar–se, tomar banho e procurar algo para comer, mas mesmo assim ele continuou sentado e folheando um dos livros que estavam em cima da mesa. A cada palavra que lia, se perguntava como seria a melhor forma de ir aquela festa e voltar sem chorar feito uma criança com medo do mundo. Eu só queria ser legal como Louis. Como eu queria.

Dois toques na porta, o fez levantar. Quando a abriu, um pequeno homem de capuz escondendo o cabelo bagunçado e uma mochila nas costas pulou em seus braços. Louis enroscou suas pernas ao redor da cintura dele, com o rosto totalmente afundado em seu pescoço, respirando fundo enquanto ouvia o riso desconcertado sair da boca de Styles.

– Você está aqui. – Harry sussurrou o segurando mais forte em seu colo e olhando em seus olhos. – Eu estava pensando em você.

– Ah! Harry! Por favor! – Louis o calou com um beijo, segurando o seu queixo com a delicadeza que as suas mãos necessitavam em tocá–lo. – Não seja tão romântico. Não me deixe apaixonado por você. Eu vim te buscar.

Harry o abraçou forte, querendo que aquele momento não escapasse nunca mais de sua memória. Ele queria sentir aquele cheiro de baunilha todos os dias, o corpo quente junto ao seu como se precisasse disso para se aquecer e daquele sorriso. E o mais engraçado de tudo era que não precisava de nada romântico para se apaixonar por Louis. Por que ele já estava, completamente e irredutivelmente apaixonado por ele.

– Tudo bem, pedaço de torta de cereja? – Louis perguntou ao ser depositado em cima do sofá. – Eu... Eu falei algo demais?

– Não... Não... – Harry segurou a mão dele, o puxando para que fossem até o quarto. – Se importa em ficar comigo um pouco? É só que foi um pouco ruim hoje pela manhã e eu acho que gosto de te ouvir me chamar de milhões de apelidos sem nexo e dessa sua risada estridente. Nós podemos falar sobre o mundo?

– Harold, você tá bem? – Louis deitou–se na cama junto com ele, chegando mais perto de seu rosto e tirando os fios de cabelos que caiam e beijando a ponta do seu nariz. Ele sabia que algo estava errado, pela respiração ofegante e pelo suor no rosto, no meio de um inverno de dezembro, algo não parecia não encaixar. – Eu estou aqui, geleia.

Harry suspirou, um sorriso torto formou–se involuntariamente em seu rosto e deu–lhe um beijo na testa.

– Eu fui visitar a minha única amiga na terra, foi isso. – Harry continuou a olhar seus olhos azuis, tentando perder–se em seu infinito e esquecer o que tinha passado. – Mas você está aqui agora, e isso é a única coisa que eu quero falar.

– Só isso?

– Não quero falar sobre. – Harry respondeu.

– Eu queria poder te ajudar, sabe? Desde criança eu tenho essa mania de querer salvar todo mundo. Mas, se existe algo que eu aprendi, é que nós temos que lidar com os nossos problemas nós mesmos e pedir ajuda quando nada estiver mais fazendo sentido. – Louis disse, com a expressão semicerrada e sem deixar de entupi–lo de selinhos. – Promete que quando não puder mais fazer sozinho, você vai pedir ajuda? Que você vai me ligar, nem que seja no meio da noite? Por que eu quero ser a pessoa que vai vir correndo e te abraçar...

your eyes // lsOnde histórias criam vida. Descubra agora