15.

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N/D
Fiquei meio insegura quanto ao capítulo, mas confesso que deu pena de apagar tudo e voltar a estaca zero. Acho que era preciso os dois conversarem. Harry não podia simplesmente deixar tudo pra lá.
Boa leitura geleias.

Harry voltou pra casa naquela madrugada com um olho na estrada e outro no garoto desmaiado no banco de trás. As avenidas estavam vazias. As luzes pareciam mover–se a medida que acelerava. Com as janelas abertas, sentia a brisa do dia amanhecendo bater em seu rosto, querendo sentir–se livre de tudo que o aprisionava dentro de si mesmo como um dos milhares questionamentos impregnados nas suas terminações nervosas como vírus. O sinal fechou. Olhou para trás, e viu a coisa que julgou a ser a imagem mais tranquilizadora que seu coração jamais sentira em lugar nenhum ou em outro alguém, Louis dormia com os braços abraçando seus joelhos, suspirando contra o banco sem mover–se.

Entrou no estacionamento escuro. Saiu aos passados apressados, abrindo porta de trás do carro, o segurando pelos braços e o carregando. Subiu as escadas sentindo o peso as pálpebras, o corpo sonolento e o estômago formigando pela dor. Quando chegou no seu andar tentou girar a chave na fechadura com dificuldade, pois Louis não movia nenhuma parte do corpo, permanecendo com o corpo estirando em seus braços enquanto ele tentava girar a maçaneta sem bater a cabeça do garoto na parede. Quando finalmente a abriu, empurrou com o pé e foi até o quarto, o depositando na cama e beijando a sua testa, o observando respirar tão devagar quanto um bebê ao se aconchegar no travesseiro. Inspirando o ar e gemendo, respondendo as mãos a afagar seus cabelos.

Deu a volta, sentando–se na beirada da cama, observando o tom alaranjado do céu com o sol tímido a raiar, perguntando–se por quanto tempo aguentaria no propósito em fazer as coisas certas, quando só queria deitar ali ao lado dele, sentindo o seu cheiro doce e beijar seu rosto por inteiro.

Harry sentia um peso sobre os ombros. Em segundos, cansou de fazer as mesmas perguntas. Questionamentos sobre um sentimento que crescia em seu peito como erva daninha, sobre o seu corpo ou a natureza de tudo. Queria parar de pensar tanto, enquanto os sentimentos estavam à flor da sua pele prontos para serem experimentados sem reflexões profundas. Mas, o medo de cair de um abismo sem volta o atormentava tanto quanto o sono que ardia em seus olhos. Ao sentir o corpo juntar–se ao dele, depositou um beijo nas suas costas e adormeceu.

[...]

A luz do sol ardia na pele na Louis. Escondeu o rosto com as mãos ao abrir os olhos, sem saber onde estava ou que horas eram, uma voz rouca soprou em seu ouvido e segundos depois sua visão voltou ao normal.

– Bom dia Louis. – Harry sussurrou beijando sua mandíbula.

– Minha cabeça dói. Meu corpo está latejando. Eu quero vomitar. – Ele respondeu, chegando mais perto, botando suas pernas entre as de Styles, deixando um beijo no seu peito. – Obrigado.

– Pelo que?

– Por ter me trazido pra sua casa. – Louis apertou a mão na sua cintura, respirando fundo no pescoço de Harry, com os olhos lacrimejando. – Você é maior do que eu, em todos os sentidos.

– Muito cedo pra isso.

– Você vai me dar um beijo de bom dia e esquecer tudo que eu fiz ontem?

– Eu não... Posso te beijar Não escovei os dentes. – Harry sussurrou, sorrindo. – Muito cedo pra isso também.

– Muito cedo pra conversar também? – Louis perguntou.

– Sim. – ele respondeu. – Banho?

– Você pode deitar comigo só mais cinco minutos? Está tudo meio rodando, não tenho certeza se consigo ficar em pé.

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