N/D
Oi?
Esse capítulo é o Harry buscando uma luz no fim do túnel.
Boa leitura babies.
...
Harry queria parar de pensar tanto. Queria parar de dar poderes às memórias que um dia lhe fizeram tão mal. Queria não se lembrar da vontade de acender mais um cigarro, deitado no carpete sujo da sala e sussurrando as palavras de qualquer livro dentro daquele apartamento. Dentre os milhões de coisas que desejava nada parecia lhe dar mais conforto do que querer tanto que Louis ficasse por mais tempo.
Depois de algumas horas juntos, finalmente experimentou os tacos que ele havia comprado. Os dois deitados na cama, conversando sobre como as coisas eram diferentes e de como tacos poderiam ser gostosos quando estivessem encharcados de pimenta.
Harry discordou claro. Odiava pimenta.
E então Louis fora embora. Isso não deveria ser supostamente algo dramático, lhe causar dor no peito ou um tremendo vazio ao beijá–lo pela ultima vez antes de passar pela porta. Mas era. Como nas diversas vezes, se achava idiota por sentir tanta falta assim de alguém, se sentia idiota por precisar tanto de alguém, se sentia idiota por que era idiota gostar tanto de alguém assim.
Não acendeu nenhum cigarro, não pegou nenhum livro, não releu mais uma vez o romance terminado no seu computador. Começou a procurar por algo mais palpável. Algo que parecesse insano o suficiente que lhe pusesse em uma zona de desconforto o bastante pra lutar com o medo enraizado de conhecer o mundo. Procurou por emprego. Procurou por mais editoras que pudessem publicar seu livro. Mesmo que dentro da sua mente, algo lhe dissesse que nada daquilo daria certo.
Mas ele queria tentar, queria tentar estar em sintonia com alguém além de Louis, por mais difícil que fosse. Queria estar com crianças tão adoráveis quanto às irmãs de Louis. Queria ser orgulhoso de algo seu assim como Louis tinha orgulho da faculdade. Mesmo que no fim do dia, esses fossem apenas inúmeros desejos que pairavam pelo quarto, sabia que podia dar certo.
Anotou todas as escolas que aceitariam seu currículo. Mandou a última crítica do mês. E mandou o último rascunho para Sophia.
No meio da tempestade, se viu sorrindo no escuro. Sentindo–se aquecido por algo indescritível e inacreditável. Mas existia, bem no fundo, no mais profundo de seus pensamentos, uma pergunta: "e se nada der certo?". Harry não estava pronto para respondê-la.
Quando deitou–se na cama, com os cobertores cobrindo seu corpo até o queixo, o celular vibrou no criado mudo. Era Louis.
Onde você está pensando em passar o ano novo?
Segundos depois, outra mensagem.
Você já foi dormir? Posso te ligar?
Permaneceu com os olhos fixos no teto, sentindo o frio dos lençóis e a brisa que soprava da janela.
– Oi. – Louis deu uma risadinha pelo telefone. Harry conseguia imaginar como seu rosto estaria no momento, com as bochechas marcadas pelo seu sorriso e os olhos tão pequenos.
– Ei, amor. Tudo bem?
– Eu pensei que você já estivesse dormindo. – ele sussurrou.
– Não consigo dormir sem você aqui.
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your eyes // ls
FanfictionHarry é um escritor que sonha em ter um livro oficialmente publicado. Louis é apenas um estudante de História que trabalha em um café na esquina. Harry não sabe lidar com o mundo. Louis acha que o tem nas mãos.