Você malha para isso, daddy

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--- KIM ---

Acordo cedo como sempre e sinto Chay se remexer perto de mim, eu o observo por um tempo ainda com a chupeta na boca, eu adoro ver ele com ela, principalmente porque tem escrito o meu nome. Possessivo? Talvez. Eu me levanto da cama e vou até o banheiro me organizar, desço carregando a tralha do jantar da noite anterior. Graças a Deus estamos quase nas férias letivas de Porchay, e teremos um tempo livre, quem sabe uma viagem?

Faço o café da manhã com panqueca de chocolate, acho que hoje é um dia de ressaca, ontem Porchay chorou muito e ficou muito chateado sobre tudo que eu disse. Eu mesmo fiquei... Não achei que ele encararia daquela forma, tendo me provocado daquele jeito, eu quis devolver na mesma moeda, deveria saber melhor.

Porchay é alguém de jogos físicos, ele acabou de começar na questão psicológica, e não lida tão bem com isso.

Coloco a comida na mesa porque sei que ele vai descer a qualquer momento quando notar minha falta, e de certa forma eu acho que faço isso de propósito, adoro quando ele vem atrás de mim. Qual é? Um dominador também pode ser carente. Principalmente depois de ouvir "Eu te substituo rapidinho", meu coração quase parou, pensar nele naquele maldito armário com o Macau.

Eu acho que se eu o vir, eu o esfolo.

Ele desce as escadas sonolento, ainda do jeitinho que eu o tinha deixado na cama, e caminha até perto da mesa.

- Bom dia. – Eu sorrio, ele semicerra os olhos e cruza os braços, eu o puxo e dessa vez coloco em cima da mesa beijando sua barriga. – Dormiu bem? – Eu olho para cima ele continua me olhando emburrado.

- Mesa não é lugar de sentar. – Ele diz tirando a chupeta da boca, e pula pro meu colo, eu sorrio passando a mão pela sua bochecha.

- Só queria ter certeza que tinha entendido qual era seu lugar depois da conversa de ontem. – Eu beijo entre seus olhos. – Sempre aqui. – Eu abraço sua cintura e ele se encosta em mim suspirando.

- Você já está fazendo de propósito, saindo da cama. – Sua voz volta a ficar manhosa.

- Claro que sim. – Eu digo, então pego seu rosto para ele me olhar. – Provando meu valor. – Sorrio, eu poderia falar que não era substituível, mas não queria tocar tanto assim na ferida.

- Me desculpa, Daddy, eu não queria te machucar. – Ele coça os olhos. – Eu só fiquei com medo...

- A verdade Porchay. – Eu levanto seu rosto. – É que você lidou com minha perda melhor do que eu com a sua. E lidaria de novo, você é forte o suficiente, e vai entender isso, principalmente depois da terapia. Agora, está mais frágil com tudo que aconteceu, e eu estou aqui para você. – Acaricio os dois lados do seu rosto com meus polegares. – Eu não vou a lugar nenhum.

- Eu lidei melhor? – Ele franze o cenho.

- Nunca tentou me sequestrar. – Eu pisco e ele ri, eu faço cócegas e ele se contorce sorrindo. - Não irmos embora é uma escolha nossa, porque nos gostamos, mas não pode se tornar uma dependência. E, só porque você fica carente quando está no age espace, manhoso e tudo que fica, não deixe de acreditar que consegue viver sem mim, como você mesmo disse ontem. – Toco em sua testa.

- Mas, os sentimentos são tão confusos. – Ele respira fundo.

- Porque você entra num espaço de pensamento diferente, se permitindo ter comportamentos mais vulneráveis, aqueles que esconde ou finge que não possui, ao mesmo tempo que se comporta de forma mais infantil, dentro do nosso jogo. – Beijo seus olhos inchados. – Você confia em mim para suprir essas demandas.

Sob Meu Domínio (KimChay) 2º TEMP.Onde histórias criam vida. Descubra agora