Ele estava no topo das escadas que davam acesso a casa pelas portas de vidro. Dois segundos antes Felipe havia batido uma colher que pegara no bar contra a taça de vinho já vazia, chamando a atenção de todos os presentes.
O DJ parou de tocar a música ambiente entediante e dezenas de pares de olhos recaíram sobre o caçula dos Kravtsov.
Ugh, isso é muito constrangedor!
— Boa noite a todos — Felipe disse, sorrindo e parecendo animado. — É um prazer recebê-los em nossa casa ou, como os nossos colaboradores costumam falar, Kravlândia!
Houve risinhos entre todos os presentes e ele sentiu que estava indo bem. Em outras circunstâncias Felipe se sentiria muito envergonhado com a pressão de falar para tantas pessoas — não que ele fosse tímido, ele só não gostava de ser encarando por aquele tanto de gente ao mesmo tempo —, mas o retorno de Aleksei o deixara animado, o que era um bom sentimento para se apoiar.
— Para nós, receber a CONEMP é uma honra imensurável — um grupo de três caras passou andando em meio à multidão e Felipe achou estranho não os conhecer, a maioria dos presentes ele já vira em festas, reuniões ou pelo menos estavam acompanhados de alguém que ele conhecia; aquele grupo parecia diferente demais. — Espero que, assim como é conosco, seja uma experiência enriquecedora a todos vocês! Muito obrigado!
Uma salva de palmas se espalhou entre os presentes enquanto ele descia as escadas indo em direção a tio Grigori, que dava ordens a um dos garçons.
— Belo discurso — Grigori disse, dispensando o garçom. — Você costuma falar tanto que não consegue ocupar o lugar do seu irmão, tem se saído bem.
O DJ voltou a tocar, Felipe se virou o encarando e achou que o cara não parecia muito contente em passar a noite rodando música naquela altura ambiente.
— Eu finjo bem — Felipe respondeu, sorrindo. — Eu vi uns caras diferentes, o senhor os conhece?
Ele se virou e apontou os caras, que haviam parado um garçom e estavam comendo todas as miniaturas de pizza que ele tinha na bandeja.
— São os Romano — respondeu Grigori. — Eles acabaram de chegar em Minas e querem fazer negócios com a gente.
— Romano? — Felipe encarou o tio, intrigado. — Italianos? Nós não fazemos negócios com italianos!
Dinheiro não é a única coisa que a gente herda dos nossos pais, não é mesmo?!
— Felipe, essa era uma neura do seu pai, totalmente sem precedentes — Grigori afirmou. — Quanto mais negócios a gente fizer, melhor vai ser para a família. E a Itália é um dos poucos países que não importamos!
— Porque não confiamos em italianos!
— É dinheiro, isso que importa.
Ele ficou olhando o tio se afastar, andando pela festa e cumprimentando as pessoas. Será que Grigori estava realmente se metendo demais nos negócios da família ou Felipe só estava começando a ficar desconfiado porque o irmão havia dito aquilo?
*
Em defesa de Nikolai e Rebeca, os dois realmente haviam tentado ficar dentro do quarto.
Durante duas horas eles haviam jogado no Playstation, brincado com alguns jogos de tabuleiro e até mesmo colorido juntos metade de um livro de colorir com desenhos de flores que o garoto havia ganhado de presente de uma tia italiana que não sabia muito bem dar presentes para crianças. Fala sério, eles haviam tentado muito.
Para eles parecia que haviam se passado uns dois dias, e foi por isso que decidiram sair do quarto. Primeiro foram a cozinha e após Joaquim brigar com Rebeca por ter sumido por tanto tempo, ele deixou que comessem quantos canapés quisessem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)
RomanceNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...