Capítulo 28 - CONVITES

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Aluísio estava tendo uma daquelas noites tão tediosos que nada conseguia distraí-lo de verdade quando Joaquim mandou uma mensagem, o chamando para ir a sua casa, fazerem algo juntos.

Trinta minutos depois ele estava sentado no chão da casa do amigo, jogando uno e perdendo a terceira partida consecutiva.

— Você chamou Isadora? — ele perguntou, jogando uma carta de +4.

No mesmo momento Joaquim jogou outro mais quatro por cima.

— Sim, mas ela disse que precisa revisar uns documentos pra uma reunião amanhã — ele soltou um suspiro animado, enquanto assistia Aluísio comendo oito cartas.

— Que chatice, imagina nunca tirar folga do trabalho...

— Aluísio eu sou padeiro — Joaquim o interrompeu no meio da frase. — Todo dia eu faço pão, nunca tem folga.

— Ah, nem vem, Quim — ele rebateu. — Ultimamente a única massa que você tem colocado a mão, são os peitos largos daquele mafioso!

Os dois caíram na risada, e Aluísio perguntou:

— Por que vocês não saíram hoje? Pausa do concurso de paixão?

— Não é um concurso! — afirmou, sério, enquanto abaixava um bloqueio amarelo e depois um 1 da mesma cor. — Ele precisou desmarcar, alguma confusão de família.

Animado, Aluísio abaixou quatro cartas de número 1, de cores diferentes, e Joaquim começou a discutir porque odiava aquela jogada e nunca aceitava que aquilo fosse uma regra.

Pouco depois Rebeca veio para a sala, querendo assistir TV, então os amigos se viram na obrigação de irem se juntar com as tias na cozinha, se queriam continuar a falar em bobagens — quer dizer, em algumas bobagens restritas: as tias de Joaquim sabiam que ele estava saindo com Felipe, mas se Aluísio começasse a inflar, começariam a ter certeza de que eles estavam namorando, o que o padeiro jurava que não estava rolando.

Depois de perder pela primeira vez na noite, Joaquim estava embaralhando as cartas quando alguém bateu no portão de casa e ele se levantou para ir atender, deixando as cartas com tia Ângela, que depois de duas garrafas de cerveja estava mais do que pronta para uma boa jogatina.

Um minuto depois uma criança entrou correndo dentro da casa e então Rebeca começou a conversar animada com ele.

— Por que eu sinto que conheço essa criança de algum lugar? — Aluísio perguntou para tia Sabrina.

— É o filho do Sr. Kravtsov — ela respondeu, calmamente, sorrindo.

Como se estivesse extremamente feliz por de repente ter outra criança em casa — o que era um terror para Aluísio, ele gostava muito de Rebeca, afinal ela era irmã de um de seus melhores amigos, mas o rapaz não perdia a oportunidade de não estar presente com qualquer outra criança em sua vida. Isso havia sido um tremendo problema quando a irmã dele deu à luz a um menino no ano interior.

Joaquim apareceu um minuto depois e foi meio decepcionante porque todo mundo achou que logo atrás viria um homem de quase dois metros com cabelos lisos escuros, mas isso não aconteceu.

— Felipe pediu pro Nikolai dormir aqui essa noite — ele explicou e na mesma hora as duas crianças na sala gritaram animadas.

Disfarçadamente, Aluísio colocou os dedos indicadores sobre os ouvidos.

— Algum problema? — tia Ângela perguntou, parecendo preocupada, como sempre.

— Não — Joaquim voltou a se sentar no mesmo lugar de antes. — Parece que estão fazendo uma festa ou algo assim para os funcionários...

KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)Onde histórias criam vida. Descubra agora