Quando Joaquim chegou para trabalhar naquela manhã, as 05 horas e 35 minutos, Felipe estava parado em frente à entrada da padaria. Ele estava usando um conjunto azul-escuro e branco de calça e moletom da Adidas que o lembrou de um outro momento que eles haviam vivido juntos dois meses antes.
Acho que me lembro desse dia rubro.
— Bom dia — Felipe cumprimentou as tias do padeiro, antes que elas entrassem e deixassem os dois sozinhos. — Ei!
Joaquim havia passado a noite toda ignorando as mensagens dele, de tão possesso de raiva que estava. Como Felipe podia se sentir tão enciumado? Tudo bem que Joaquim já esperava a possessividade, ele mesmo tinha bastante daquele sentimento em si, mas ainda assim estava chateado com o Sr. Mafioso Ciumento.
Ainda assim, ao vê-lo daquela forma, todo vestido combinandinho igual a uma criança indo para a escola, as olheiras marcadas que denunciavam a insônia da última noite e as bochechas coradas com o frio inesperado daquela manhã... Bom, ele já estava perdendo muito da pose de raivoso.
— Ei — ele o cumprimentou, cruzando os braços em frente ao corpo.
— Me desculpa? — Felipe disse, baixinho.
E por um momento Joaquim achou que ele havia dito daquela forma por vergonha, porque estaria ferindo o próprio orgulho, mas então percebeu que não. Felipe estava com vergonha por ter agido daquela forma.
— Tudo bem — ele respondeu, se aproximando enquanto descruzava os braços e alcançava as mãos grandes de Felipe.
— Eu juro que não vou mais cair nessa de ciúmes — prometeu. — Você pode me dar esse voto de confiança?
Os lábios de Joaquim se esticaram em um sorriso.
— Vamos confiar um no outro, tudo bem?!
*
Um dia de folga era coisa rara no trabalho de Isadora. Um dia de folga e de frio era literalmente um milagre, e naquele dia ela havia vencido na loteria.
Ela acordou naquela manhã pouco depois das 08hrs e se deu todo o tempo do mundo para tomar café e se arrumar antes de sair para uma missão importante.
— Vamos nessa? — ela disse para o próprio reflexo no espelho do quarto, e então saiu desfilando.
A garota desceu do carro de aplicativo em frente ao portão da grande mansão e se apressou para apertar o botão do interfone.
— Eu vim ver Aleksei! — ela anunciou, quando o interfone foi atendido.
— O Sr. Kravtsov não está recebendo ninguém hoje — disse uma voz masculina.
Sem responder, ela pegou o telefone e colocou o número de Aleksei para chamar. Ele a atendeu no primeiro toque.
— Estou na frente da sua casa!
— Só um momento — ele respondeu, claramente animado.
E realmente, um momento depois, o portão se abriu, e ela entrou como se estreasse na passarela do BH Fashion Week.
Tá aí uma cena que seria incrível de ver!
Aleksei surgiu apressado, abrindo a porta para recebê-la. Ele estava usando uma camisa preta sem estampa e calça jeans claras, com um tênis de corrida nos pés — Isadora nunca o vira vestindo algo tão informal como naquele momento.
— Oi — ele passou a mão sobre o cabelo bagunçado, parecendo tímido.
Estava usando óculos de grau com uma armação retangular simples. Tudo nele, naquele momento, lhe passava um ar de técnico de TI, e absolutamente tudo isso estava deixando Isadora com vontade de arrastá-lo para o quarto e...
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KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)
RomanceNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...