Capítulo 52 - OS KRAVTSOV

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— O que está acontecendo aqui? — Mattia gritou, repetindo a pergunta que o pai fizera.

Rapidamente Joaquim atravessou o pátio, se posicionando ao lado de Felipe.

— Você achou mesmo que roubaria o que é meu? — Felipe questionou, encarando o italiano com um sorriso debochado.

— Ele está falando de mim! — Joaquim afirmou, sorrindo de orelha a orelha.

O choque da traição passou sobre o rosto de Mattia como se alguém o tivesse acertado com um soco.

— Oi, Sara — Aleksei disse, olhando para a ex-esposa. — Ah, na verdade é Bela, não é?!

A mulher o encarou por um segundo, um momento apenas, mas foi o suficiente para ele ver o medo em seu olhar antes de se virar e correr para dentro da casa.

— SEUS IDIOTAS! — Mattia gritou, de repente parecendo entrar em um acesso de raiva. — EU VOU ACABAR COM VOCÊS!

Ele deu um passo para o lado, chegando até um de seus guardas, e arrancou a arma da mão dele. Rapidamente, vendo o que aconteceria, Felipe segurou no braço de Joaquim e o puxou para o lado, o salvando de ser atingido.

No mesmo momento o embate se iniciou, e o som dos disparos começou a se espalhar.

*

Samuel abateu alguns dos homens dos Romano enquanto guiava um grupo dos seus guardas para dentro da mansão. Eles foram encontrando seguranças aqui e ali enquanto revistavam o lugar e não se preocuparam em economizar balas — ele bem sabia que se Hernan Kravtsov ainda estivesse vivo, com certeza diria que eles estavam fazendo um trabalho para exterminar pragas.

Eles estavam virando em um corredor quando uma onda de cabelos loiros passou apressado por uma porta que levava para os fundos da propriedade. No mesmo momento Samuel começou a correr.

Aleksei sabia exatamente onde queria ir. Ele se jogou sobre um dos seguranças italianos, agarrando seu pescoço e dando um tiro em sua cabeça e empurrou o corpo sobre dois outros caras, distraindo-os para apertar o gatilho mais duas vezes antes de seguir em frente. Ele atirou em outros e se assustou quando uma arma surgiu ao seu lado, matando um dos guardas que se aproximava.

— Seja bastante maldoso, irmão! — Felipe falou, sorrindo para ele.

Sem demora, Aleksei continuou em seu destino, dando a volta no grande canteiro e finalmente ficando cara a cara com Andrea Romano e seu filho mais velho, Sávio.

— Se afaste, estou avisando! — Sávio gritou e sem hesitar Aleksei levantou a arma e lhe deu um tiro no meio das pernas.

O rapaz caiu no chão, gritando de dor, e ficou lá, gemendo.

— Então é você quem arquitetou uma vingança contra a minha família — ele encarou Andrea, sentindo a raiva queimar em suas veias.

— Vocês são apenas escória! — gritou o homem.

— E vocês serão apenas cadáver! — O Sr. Kravtsov atirou, acertando em cheio na testa do homem, que caiu sem exprimir mais nenhuma sílaba sequer, e sem seguida acabou com o sofrimento de seu filho.

Do outro lado do pátio, Joaquim se questionava se realmente havia conseguido causar um dano significativo em alguém. Quando toda a confusão começara Felipe lhe dera um revólver preto, como aquele que ele usara em sua única aula de tiro, mas o padeiro havia atirado a torto e a direito, tomando cuidado apenas para não atingir os seguranças Kravtsov, mas sem saber se realmente acertara alguma parte vital dos Romano.

Provavelmente não.

Felipe, vendo que o namorado rodava como uma barata tonta em meio a toda a confusão, começou a andar em direção a ele. Mas de repente um movimento rubro surgiu a sua direita, chamando sua atenção. Felipe virou a cabeça, vendo Mattia se levantando, a lateral da cabeça vertendo sangue enquanto ele levantava uma arma.

— JOAQUIM! — Felipe gritou.

O padeiro se virou no mesmo momento em que Mattia apertou o gatilho.

O som do disparo chegou aos ouvidos de Felipe antes que a bala atingisse o alvo. Logo em seguida, veio a dor.

Mas não era uma dor no corpo, ele não era o alvo.

Ele correu em direção ao namorado enquanto disparava uma torrente de tiros no corpo do italiano. Em seguida seus joelhos bateram no chão, no mesmo momento que as lágrimas saíam em um choro desesperado. Suas mãos correram para o local que a bala atingira o corpo de Joaquim, tentando estancar o sangue, pedindo ao universo que alterasse aquela história e que fosse ele o atingido.

Naquele momento ele sentiu que poderia perder tudo, todas as coisas de sua vida, toda a esperança, toda a felicidade, mas jamais saberia viver sem ele!

Não depois de tudo o que haviam vivido, não depois das apostas, do desejo, da paixão e da declaração, não depois que havia se permitido confiar nele como jamais confiava em alguém que não fosse de sua família.

Não! Ele não podia perdê-lo! Jamais aceitaria isso, jamais poderia aceitar que eles não tivessem a oportunidade de programar um futuro, de brigarem mais, de se apaixonarem mais, de absolutamente tudo...

— Por favor... —pronunciou, tão baixinho, que por um momento se perguntou se apenas imaginara que havia falado. — Por favor, não morra!

KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)Onde histórias criam vida. Descubra agora