Felipe Kravtsov estava armado até os dentes. Estava com dois revólveres presos no colete, carregava uma espingarda presa as suas costas por uma alça e levava na mão direita uma bolsa com muitas outras formas de ferir um ser humano.
Aleksei Kravtsov e os guardas da casa não estavam muito diferentes: armas, metralhadoras, facas e até mesmo Katanas e balestras eram carregadas enquanto a KravtCavalaria entrava em seus carros e seguiam para o destino indicado no mapa de rastreamento do telefone do padeiro Joaquim.
Os Kravtsov estavam seguindo para a batalha, e estavam preparados para vencê-la!
*
Grigori Kravtsov estava de pé, em frente a Joaquim, vestindo uma camisa social branca que, no braço direito, terminava em um curativo branco onde outrora havia uma mão.
— O que aconteceu com você? — Joaquim perguntou, porque estava curioso, e não preocupado.
Felipe já havia contado a ele que o tio era um traidor, ele não teria nenhuma pena do velho.
— Isso aqui? — Grigori ergueu o braço. — Isso é apenas um sacrifício mínimo em nome de algo muito maior...
Mas não parecia nada mínimo. A cabeça estava raspada, a pele mais pálida que o normal e ele claramente estava muito mais magro. Aquele homem estava definhando.
— Algo maior? — Joaquim questionou.
Ele sentia que deveria ganhar tempo, continuar conversando, buscando por algo. Ele não tinha nem coragem de pensar o que Grigori poderia fazer com ele se havia cortado a própria mão — Joaquim se perguntou o que ele havia feito com ela, afinal, cortar um membro ajudaria em quê?
— Os Kravtsov dominaram por tempo demais — ele respondeu. — As coisas com a máfia estão prestes a mudar radicalmente.
— E você não é um Kravtsov?
Grigori cerrou os dentes ao ouvir a pergunta.
— Já pensei ser, um dia, mas não passava de tolas esperanças...
— Chega de conversa! — a voz surgiu antes da pessoa.
Os passos eram rápidos e firmes e Joaquim só a viu quando Grigori virou de lado, dando passagem para que ela se aproximasse.
— Olá, Joaquim, como você está? — perguntou Sara, ex-esposa de Aleksei, parando ao lado do tio dos Kravtsov.
— Você? — ele falou, pela segunda vez naquele dia. — Tá todo mundo achando que você foi sequestrada!
— Então significa que o meu plano deu certo — ela soltou um risinho e se virou para Grigori. — Eu te falei que criar terror faria com que eles acreditassem em qualquer coisa.
Os dois caíram na risada, como se fossem uma dupla maluca de vilões de desenho animado e Joaquim precisou de um momento para superar o choque.
— O que tá acontecendo? Por que estão fazendo isso?
— Eu vou explicar para você, padeiro — Sara disse, se aproximando dele e cruzando os braços em frente ao corpo. — Eu vou acabar com os Kravtsov e tomar o poder que uma vez foi da minha família, um poder que foi tomado pelo avô deles quando decidiu se mudar para o Brasil...
— O que é isso, Game Of Thrones? — O deboche era a única forma que Joaquim tinha para lidar com a situação estando desarmado e preso em uma cadeira.
— Talvez seja — Sara respondeu, simpaticamente. — Tem anos que tenho trabalhado com esse plano, me infiltrando na família, buscando pontos fracos — ela inclinou o ombro, apontando para Grigori. — E agora está chegando a hora.
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KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)
RomanceNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...