Capítulo 55 - NOVOS KRAVTSOV

18 8 2
                                    


— Você prefere que eu use um vestido com muitos botões ou nenhum botão — a voz de Isadora tocou os ouvidos de Aleksei, saindo pelo telefone.

— Depende — ele respondeu, sorrindo. — Se for com muitos botões, o que vou poder fazer enquanto desabotoo eles?

Ela soltou um risinho, animada.

— Você é o poderoso chefão — afirmou. — Pode fazer o que quiser!

Ele passou a mão sobre o rosto, sentindo o sangue esquentar.

— Melhor não me dar ideias agora, estou no meio de uma reunião — Ele se virou no corredor, olhando para a porta de seu escritório fechada. — Te encontro daqui a pouco? — E assim que ela respondeu, ele se despediu e guardou o aparelho no bolso. — Desculpa, Figueira — ele voltou a entrar no escritório. — Não dá pra ignorar uma ligação da patroa, não é?!

O homem soltou um risinho, Aleksei viu o irmão revirando os olhos.

— Continuando — Figueira disse. — Eles se chamam Amélie e Dominik — ele tirou as fotos da pasta de papel e colocou sobre a mesa.

Aleksei encarou as fotos das duas crianças: um menino e uma menina, ambos muito parecidos, com a pele negra clara e o cabelo castanho cacheado. O dela até a metade das costas e o dele cortado bem baixinho.

— São gêmeos.

— Qual a idade deles? — Felipe questionou, com a cara fechada em curiosidade.

— Onze anos — respondeu o homem. — São cuidados pela mesma babá desde o nascimento, por causa da morte da mãe, como eu já contei. O tio de vocês mantinha um depósito em nome da funcionária, e visitava as crianças duas vezes por semestre.

Aleksei colocou a mão sobre a boca, tentando mascarar um pouco do seu choque. Após a morte de Grigori ele havia chamado Figueira, o investigador particular da família, para descobrir se o tio havia escondido mais alguma coisa deles. Ele havia esperado que aquela investigação chegasse a uma série de diferentes falcatruas, mas jamais que fossem descobrir que Grigori tinha filhos e os mantinha escondidos.

— Eles moram em Lauro de Freitas, cidade da Bahia! — completou Figueira.

— Não mais! — Felipe encarou o irmão, os olhos expressando um pedido silencioso. — Eles são Kravtsov também!

— Você está certo — Aleksei concordou. — Figueira, agilize o trabalho, traga as crianças para Kravtlândia. A família deve ficar unida!

Eles terminaram as últimas negociações e os dois irmãos acompanharam o investigador até a saída. Logo em seguida Nikolai apareceu, já todo arrumado para sair. Rapidamente Felipe agarrou o sobrinho, pegando-o no colo.

— Niko, você quer saber uma novidade?

— Fala, não gosto de surpresa! — pediu o garoto.

Com um sorriso de orelha a orelha, Felipe contou.

*

Assim que chegaram, Nikolai foi entrando na casa de Rebeca e correu para encontrar ela em seu quarto, separando alguns jogos para eles brincarem. Mas, naquele momento, Nikolai apenas queria contar as novidades.

— Eu vou ganhar primos! — ele disse, o que fez com que ele conquistasse toda a atenção da garota.

— Como assim? Quem vai te dar?

— Não sei! — ele admitiu. — Mas meu tio disse que logo, logo os novos Kravtsov chegam em casa!

E eles se abraçaram, ambos já animados para brincar com as novas crianças que chegariam em suas vidas.

*

Aleksei seguiu em direção ao quintal da casa enquanto o irmão ia encontrar com Joaquim em seu quarto. O patriarca da família estava sorrindo, se sentindo animado, e percebeu que fazia muito tempo desde que se sentira tão em paz como estava naquele momento.

Ele cumprimentou Sara e Ângela que colocavam carne, frango e linguiça para assar na churrasqueira e apertou a mão de Samuel e a de Aluísio, que estavam sentados lado a lado junto a uma mesa debaixo de um guarda-sol com estampa de uma marca de cerveja.

Então, finalmente, ele a viu, parada um pouco mais ao fundo do quintal, usando um vestido rosa-claro colado ao corpo que ia até a altura das canelas e tinha um monte de botões na parte de trás. Ela estava tirando algumas fotos em seu telefone e ele esperou enquanto ela terminava, a admirando como se estivesse em um museu e observasse uma obra de arte.

— Ei, você sempre fica me encarando — Isadora disse, ao percebê-lo ali perto.

Ela bloqueou a tela do telefone e deu dois passos até chegar nele, esticando os braços e passando por cima dos ombros dele.

— Eu fico te admirando — ele disse, após se inclinar para um beijinho. — E aí, quais são os planos com esse vestido?

Isadora soltou um risinho e mordeu o lábio inferior.

— Vamos descobrir. Nós temos tempo!

KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)Onde histórias criam vida. Descubra agora