Naquele dia Joaquim havia combinado de sair com os amigos — Mattia incluso —, mas Rebeca ficou enchendo TANTO a cabeça dele para ir visitar Nikolai, que ele acabou cancelando todos os planos para irem a Kravtlândia.
— Boa noite! — Felipe disse animado, abrindo a porta para recebê-los.
Rebeca nem deu papo para ele, saiu correndo casa a dentro, a procura do amigo.
— Nossa, me ignorou na cara dura — ele reclamou, fazendo um muxoxo.
Joaquim soltou um risinho e abraçou a cintura dele, enquanto puxava a porta e a fechava.
— Culpa sua por nos receber sempre que ela quer!
— E vou continuar, a casa é de vocês.
— Vai falando isso que em dois tempos eu passo a mansão pro meu nome e você fica aí chorando querendo de volta!
Felipe soltou uma gargalhada alta e se inclinou, para beijá-lo com um sorriso no rosto.
— Você me faz muito feliz, sabia? — soltou, de repente.
Joaquim não era muito bom para lidar com palavras, então recorreu ao seu super poder: decidiu fazer uma piadinha.
— Claro que eu sei — respondeu. — Eu faço sonhos se realizarem!
Em meio a mais uma onda de risadas, Felipe segurou na mão dele e o puxou para a sala de TV, caindo com tudo no sofá e puxando Joaquim para o seu colo.
Eles ficaram conversando por um tempo. Felipe contou sobre o novo treinamento dos Kravtsov — o que estava evitando que ele aparecesse com mais frequência no shopping — e Joaquim relatou, animado, sobre como a padaria não parava de crescer e que logo eles precisariam contratar mais um padeiro para ajudá-los.
Tudo vai bem na House Of Pães!
Rebeca e Nikolai surgiram de repente, correndo apressados em direção ao corredor que seguia para o escritório.
— Seu irmão está em casa? — Joaquim questionou. — Esses dois vão levar uma bronca se ficarem fazendo barulho por aí! — Soltou um risinho, se sentindo animado com a ideia.
Quem tem irmãos crianças e tem que conviver com a bagunça deles vai entender!
— Quim, a gente precisa conversar — Felipe disse, encarando Joaquim com uma expressão séria.
— Sobre o quê? — ele perguntou, cruzando os braços e encarando o outro com curiosidade.
— Você não me contou sobre sua saidinha com o Mattia!
Joaquim soltou um som que parecia um pigarro.
— Não foi uma saidinha com o Mattia, foi com meus amigos e ele estava junto. E eu já te contei tudo!
Felipe fez um bico e franziu as sobrancelhas.
— Não, eu sei que tem detalhes...
— Felipe, você realmente vai entrar nessa de ser ciumento?
— Não é isso, por Deus, cara!
Joaquim se mexeu no sofá, se afastando de Felipe para ficar de frente para ele.
— Então me conta exatamente o que é!
*
Nikolai e Rebeca estavam brincando de pega-pega e seria a vez de ele correr atrás dela assim que conseguisse agarrá-lo, mas isso acabou acontecendo quando estavam muito perto da porta entreaberta do escritório do pai do garoto, e, sendo curiosos como eram, as duas crianças não viram nenhuma saída além de se aproximarem, o mais silenciosas que podiam, para escutar o que acontecia lá dentro.
— Como alguém pode sumir dessa forma? — Aleksei falou, batendo na mesa.
— Sinto muito, senhor... — alguém respondeu.
Os dois se inclinaram um pouco e viram Santos sentado em uma das cadeiras de frente a mesa.
— A gente precisa achar ela, ou podemos ser atacados de novo... E dessa vez será pior!
Rebeca segurou na barra da camisa de Nikolai — ele odiava que segurassem em seu braço — e o puxo para longe da porta.
— Do que o seu pai ta falando? — perguntou.
— Acho que é da minha mãe — contou o garoto, parecendo confuso. — Acho que ela fez algo errado, ouvi os seguranças falando sobre ela ter fugido.
Rebeca arregalou os olhos.
— E você não tá falando com ela?
— Não... ela sumiu!
A garota não conseguiu deixar de pensar em como aquilo era estranho. Ela sabia que jamais uma de suas mães fugiria sem ela.
— Vamos voltar pro seu quarto? — ela sugeriu e Nikolai concordou!
Mas, quando estavam voltando e se aproximaram da sala de TV, perceberam que Joaquim e Felipe estavam brigando.
— Eu sinceramente não acredito que a gente tá tendo essa conversa! — Joaquim disse.
Quando as crianças se aproximaram, sorrateiramente, viram o padeiro se levantando do sofá em um pulo.
— Não é uma conversa se você não me responde e apenas fica na defensiva! — Felipe falou, mas não se levantou.
— Eu não vou mais falar sobre isso — Joaquim afirmou. — Rebeca! — ele gritou. — Vamos embora!
A menina soltou um suspiro, se sentindo frustrada, e encarou o amigo antes de ir andando até onde o irmão estava.
*
Joaquim mal havia saído quando Samuel apareceu, entrando na sala e se sentando no sofá. Felipe virou a cabeça, encarando o amigo que o encarava de volta.
— Por que o baixinho saiu soltando fogo pelas ventas? — Samuel questionou.
De repente Felipe se sentiu envergonhado com toda aquela situação.
— A gente brigou porque ele acha que eu estou com ciúmes dele — explicou, e ouvindo a própria voz fazendo aquela afirmação, teve um entendimento diferente da situação.
— E você está com ciúmes? — Samuel perguntou, usando um tom que demonstrava estar realmente curioso.
Felipe colocou as mãos sobre o rosto, sentindo vontade de se esconder naquele momento e apenas balançou a cabeça, afirmativamente.
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KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)
Roman d'amourNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...