Capítulo 18 - CHUVA

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Os dias estavam se passando tão rapidamente que Joaquim só percebeu que faltava uma semana para a inauguração do KravtShopping quando um dos caras que foi fazer a plotagem da vitrine da padaria disse:

— Perdão pela demora, levou tempo demais pra confeccionar seu adesivo — ele estava recolhendo as ferramentas em uma bolsa surrada. — Pelo menos viemos antes da inauguração!

Joaquim ficou lá fora, olhando para os adesivos com desenhos de nuvens, pães e bolos enquanto os caras se afastavam. Logo depois ele se apressou para dentro da padaria, sorrindo de orelha a orelha.

As cadeiras e mesas que haviam comprado já estavam dispostas, a bancada já recebera a decoração — era um quadro negro onde escreveriam preços e deixariam os clientes fazerem desenhos — e as tias estavam fazendo mil e uma fotos de Rebeca usando um dos novos aventais — agora eles tinham decorações de nuvens e pães de amigurumi.

Estava tudo lindo. Era a realização dos sonhos deles, e estava prestes a começarem.

— A inauguração já é semana que vem! — ele disse com um terror tão grande na voz que parecia estar dizendo que estava rolando um tornado no centro de Belo Horizonte.

Tudo bem que começara a chover meia-hora antes, mas não era pra tanto né?!

— Tá batendo o nervosismo, Quim? — tia Sabrina se aproximou, passando o braço sobre os ombros dele.

— Demais. Vocês não? — ele olhou de Sabrina para Ângela, que estava ajudando Rebeca a tirar o avental.

— Não — tia Ângela disse, sorrindo. — Nossa luta sempre foi pra ter um lugar. E agora a gente tem.

— O que precisamos é continuar a fazer o que fazemos de melhor — Sabrina completou.

— Pão! — Joaquim afirmou, e as duas riram.

— Quero comer pão de alho! — Rebeca disse de repente, e aquilo pareceu tão fora da curva da conversa que os três adultos começaram a rir.

— Já tá ficando tarde mesmo, melhor irmos embora — Sabrina disse.

Joaquim soltou um suspiro ao se lembrar que precisava ir ao escritório do shopping.

— Eu preciso ir assinar o contrato de locação. É o último dia!

Ele se despediu das tias quando elas saíram com Rebeca e depois trancou a padaria, parando para dar mais uma olhada na fachada. Lá encima da porta os adesivos em letras redondas com aparência de fofinhas diziam "Padaria Pão de Céu". A ideia para o nome tinha vindo um dia em que estavam fazendo pão de ló e Rebeca acabara chamando de pão de céu.

O telefone vibrou no bolso de Joaquim, o arrancando dos pensamentos, e ele o pegou, vendo que era uma mensagem de Aluísio no grupo dos amigos e... O SHOPPING IA FECHAR EM VINTE MINUTOS!

Ele saiu apressado pelo corredor, virando direto nas escadas pra chegar mais rápido até o último andar e encontrou Felipe saindo da sala.

— Desculpa... desculpa — ele gaguejou, todo ofegante.

— Tá ficando comum eu te ver ofegando por aí, hein — Felipe brincou.

— E ainda dizem que gordos são sedentários — Joaquim brincou de volta. — Eu vim assinar o contrato, perdão pela demora!

Felipe sorriu e escancarou a porta.

— Sem problemas, entra aí!

Antes de assinar Joaquim teve que ler todas as páginas porque Felipe insistira, mas meio que não valia de nada. Se lá tivesse dizendo que Joaquim daria sua vida para os Kravtsov ele jamais entenderia aquela linguagem rebuscada.

KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)Onde histórias criam vida. Descubra agora