Capítulo 48 - DESCULPAS

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OU DISCURSO


Enquanto as tias se arrumavam Joaquim percebeu que fazia muito tempo desde que eles haviam tido um encontro em família, mas era meio triste que aquilo estivesse acontecendo logo quando estavam passando por um momento de tamanha tensão.

Quando Aluísio parou na frente da casa dele e começou a buzinar o carro loucamente, Joaquim prometeu a si mesmo que fariam algo legal entre família quando toda aquela confusão se tornasse coisa do passado.

Espero que sejamos convidados!

Correndo o risco de serem presos por infringir algumas leis de trânsito, Joaquim e família se espremeram no carro junto com Isadora e seguiram o caminho para Kravtlândia, a maioria deles claramente animada com o evento.

— Ei, o que tá rolando? — Aluísio perguntou, enquanto Sabrina, Ângela e Isadora tagarelavam no banco de trás. — Você anda tão estranho ultimamente.

Aparentemente ele não estava conseguindo esconder os sentimentos como jurou que estivesse.

— É toda essa situação com o Felipe e a família dele — respondeu. — Só estou preocupado.

— Ah, você está igual ao Samuel — respondeu, debochado. — Todo mundo naquela família tá estranho.

— Tá mesmo! — Isadora entrou na conversa de repente. — O Aleksei tava com um papo todo doido de guerra. Ele perguntou se eu estaria ao lado dele numa coisa dessas.

— E o que você disse? — perguntou tia Ângela. Ela sempre estava mais avida para ouvir sobre Isadora e Aleksei.

— Eu disse que sim, claro — Isadora respondeu animada. — Depois disso ele me agarrou pelo braço e...

— ISADORA! — todos no carro gritaram ao mesmo tempo, Sabrina apontando para Rebeca em seu colo.

— Meu Deus — Isadora comentou. — Acho que eu nunca vou poder ser mãe.

— O Conselho Tutelar agradece! — Aluísio brincou.

*

Eles chegaram à mansão e os Kravtsov estavam parados na porta, os esperando em fila: Aleksei, Nikolai, Felipe e Samuel. Todos usando roupas informais, o que era bem incomum para o grupo.

Todos se cumprimentaram e enquanto Aleksei e Samuel levavam os adultos para a sala de estar, e Nikolai e Rebeca saiam correndo pela casa, Felipe segurou Joaquim ali perto da entrada. A cara fechada em uma tristeza tão grande que quase parecia uma criança que perdera o seu cobertor favorito logo na hora de ir dormir.

— Me desculpa... — ele começou a falar, mas Joaquim logo o interrompeu, cansado de ouvir desculpas.

— Felipe, não começa — pediu, abrindo um sorriso. — Tá tudo bem!

— Me deixa pedir desculpas, por favor!

Joaquim suspirou e deixou. Ás vezes, para calar um homem, a gente precisa deixar que ele chore um pouco!

*

Fazia quase uma hora que o grupo havia chegado em Kravtlândia, e como sempre Nikolai e Rebeca logo se cansaram de ficar brincando dentro do quarto e decidiram sair correndo pela casa.

Como da última vez fora a garota quem correra atrás dele, dessa vez foi trabalho de Nikolai perseguir Rebeca. Eles desceram as escadas, passaram pelo salão de festas e então pela sala de estar onde os adultos bebiam, conversavam e riam alto e entraram no corredor do escritório de Aleksei.

Antes que pudessem chegar à porta, Joaquim saiu do escritório, guardando algo no bolso dianteiro da bermuda clara que estava vestindo.

— O que você tava fazendo no escritório do meu pai? — Nikolai questionou, apontando para a porta.

— Resolvendo assuntos de adulto — Joaquim disse, sorrindo. — Vocês não estão com fome? Vamos comer!

E então ele os arrastou de volta para a sala.

*

Aleksei não conseguia se lembrar de quando fora a última vez que a mesa de jantar de casa estava tão cheia de pessoas queridas, o que significava que tinha sido há muito tempo atrás.

Ao longo dos anos eles haviam usado aquela mesa para diversas reuniões, haviam decidido estratégias, a usado para festas dos funcionários ou outros eventos sociais... Mas nada daquilo tinha o mesmo efeito de unir pessoas com quem você se importava tanto e sabia que poderia confiar a própria vida.

Claro que alguma daquelas pessoas ele ainda não havia tido a oportunidade de conviver e conhecer melhor, mas o fato de que as pessoas que mais amava confiava nelas, fazia com que ele confiasse também.

De repente, ele sentiu que aquele momento merecia um brinde.

— Me perdoem ser piegas, mas não posso perder a oportunidade — ele se levantou, chamando a atenção dos presentes e fazendo o silêncio cair sobre a sala. — Quero agradecer a presença de todos vocês, e todo o carinho que vêm demonstrando em meio a tempos tão sombrios. Espero que um dia possamos retribuir todo esse apoio.

Animadamente, Felipe puxou uma salva de palmas, parecendo verdadeiramente emocionado em sua cadeira ao lado de Joaquim.

Ninguém pode negar que aqueles realmente eram momentos de grande emoção.

KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)Onde histórias criam vida. Descubra agora