A aproximação do último dia de trabalho para os Kravtsov estava deixando um clima de animação no ar, então as tias de Joaquim decidiram que fariam uma noite do pastel. Ele ligou para Isadora e Aluísio e os dois chegaram meia hora depois, ele trazendo algumas cervejas, ela trazendo uma garrafa de vinho branco suave.
— Meu favorito, obrigado, Dora — ele disse, indo em direção a amiga para pegar a garrafa.
Isadora abraçou a garrafa e o encarou com olhos cerrados.
— É o meu favorito também, não vai beber sozinho!
Ele fingiu um rosnado para ela antes de levá-los para a cozinha.
Ângela e Sabrina estavam a todo vapor recheando e fechando massas. Rebeca estava sentada em um banco perto da pia, assistindo vídeos sobre Cumplice de um Resgate no telefone de uma das mães.
— Beca, melhor você ir pra sala — Joaquim disse, enquanto os amigos se sentavam junto a mesa. — Quando esses dois começam a beber, só sai coisa errada da boca deles.
— Que tipo de coisa errada? — ela perguntou.
— Se fosse pra você saber, não precisaria ir pra sala — ele rebateu.
Na mesma hora Rebeca se levantou e deu um chute na canela do irmão, saindo da cozinha logo em seguida.
Joaquim se jogou na cadeira que ela estava um momento antes e ficou murmurando enquanto esfregava a perna.
— Você mereceu essa — tia Sabrina disse, e os amigos dele caíram na risada.
— Vocês duas mimam demais essa garota — Joaquim reclamou.
— Para de nojo e pega o saca-rolha — Isadora disse.
A garrafa de vinho não tinha uma rolha, a tampa era de rosquear, e já estava quase vazia quando os pastéis já estavam prontos. Joaquim e os amigos foram para a sala e limparam a mesinha de centro, e as tias vieram com as travessas com os pastéis.
— Hoje no trabalho um cliente falou que só conseguiria discutir os acordos do divórcio dele depois que comesse um pastel de carne — Isadora contou de repente, fazendo com que todos rissem.
— E você foi a responsável por ir comprar? — Aluísio perguntou, depois de virar o restante da cerveja na boca.
— Sim, e eu nem sou do direito a família — ela choramingou. — Mas vivo lá porque o pessoal do setor empresarial não me respeita.
— Hierarquia ou transfobia? — Ângela perguntou, mordendo um pastel de queijo que se esticou lindamente enquanto ela o afastava da boca.
— Tento não ficar muito paranoica pesando, porque é muito mais fácil ser transfobia — Isadora responde. — Então eu penso que é só porque eu sou novata, mesmo. E também um pouco de inveja, eu passei na OAB de primeira e, eu vejo eles conversando, e a maioria foi lá pra segunda ou terceira vez.
Joaquim e os outros caíram no riso de novo.
— Querem ouvir outra coisa engraçada?! — ele questionou, olhando dos amigos para as tias. — O Aluísio jura que os Kravtsov são uma família de mafiosos!
Todo mundo começou a rir, mas Aluísio deu um tapão no braço de Joaquim.
— Eles são da máfia, eu juro de pé junto — ele afirmou. — Um dia você vai perceber também e vai ficar todo medrosinho por ter atacado o chefão!
— Que história é essa de atacar o chefão? — Sabrina perguntou, os encarando.
Vendo que não tinha mais como voltar atrás, Joaquim contou toda a história de sua picuinha com Felipe Kravtsov, que ele havia escondido totalmente das tias.
VOCÊ ESTÁ LENDO
KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)
RomanceNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...