Joaquim havia passado a noite inteira esperando por notícias de Felipe, mas não recebera uma figurinha sem graça sequer. Pra piorar, quando ele enviara uma mensagem naquela manhã, Felipe simplesmente a ignorara. Muitas pessoas eram ligadas as energias e coisas sobrenaturais, Joaquim não era uma delas, ainda assim, enquanto seguia para o shopping naquele dia, ele sentia uma angústia muito grande. Será que alguma coisa havia acontecido?
Ele chegou para trabalhar como todos os dias, colocou o avental, foi ajudar as tias na cozinha, e ainda assim o sentimento estranho continuava. Se Felipe aparecesse depois como se nada tivesse acontecido, Joaquim meteria um rolo de pizza na cabeça dele.
Pouco tempo depois de começarem o trabalho, Aluísio apareceu, seguindo direto para a cozinha e discutindo com Priscila.
— Minha filha eu cresci dentro dessa cozinha! — ele disse, entrando com tudo e parando perto da pia, ele encarou Joaquim: — Você pode avisar, por favor?!
— Tudo bem, Priscila — foi tia Sabrina quem falou. — Se é atiradinho assim, você pode ter certeza de que é amigo do Joaquim.
Eles riram.
— E olha que ainda tem mais uma pra conhecer — Aluísio comentou, quando a funcionária saiu da cozinha, parecendo chateada, e completou: — Tô de folga hoje e meu retiro espiritual é acompanhar o trabalho de vocês.
— Você é tão estranho — Joaquim comentou.
Era quase 9:30hrs quando Felicia entrou na cozinha, interrompendo um blá blá blá de Aluísio para avisar que alguém estava procurando por Joaquim. Ao sair para o caixa ele deu de cara com Aleksei.
— Oi... — ele cumprimentou, se sentindo meio tímido.
Ele não havia conversado nenhuma vez com Aleksei após conhecê-lo no coquetel da CONEMP, mas pareciam muito próximos por causa de Felipe e agora de Isadora.
— E aí, Joaquim — Aleksei claramente forçou um sorriso. — Você tem um tempinho para conversar?
Que estranho!
Naquele momento as tias já haviam saído da cozinha para ver o que estava acontecendo e as funcionárias da padaria o encaravam, com curiosidade.
— Claro, você aceita um café?
Os dois se sentaram em uma das mesas livres mais ao fundo da padaria. Aleksei colocou sobre a mesa uma pasta preta de couro.
— Meu irmão pediu que lhe entregasse isso — ele empurrou a pasta para perto de Joaquim.
— Por que ele mesmo não entregou? — Joaquim acharia que aquela era uma piadinha ou uma ideia exagerada de Felipe para convidá-lo para outro encontro exagerado, mas Aleksei estava tão sério que estava deixando-o assustado.
— Abra — Aleksei disse, e sua voz soou muito como um pedido tristonho.
Joaquim abriu a pasta. Dentro havia um envelope amarelo estufado e sobre ele um post-it verde e um papel branco dobrado ao meio. Primeiro ele leu a nota no post-it:
Você venceu!
Parabéns!
Ele abriu o envelope e viu um montante de notas de R$50 e de R$100. De repente ele lembrou de si mesmo, dizendo:
— Eu aceito — ele afirmou, após Felipe propor a aposta de tentarem fazer um ao outro se apaixonarem — Mas, quando ganhar, também vou querer cinco mil reais!
Joaquim respirou fundo, deixando o envelope de lado e pegando a folha dobrada. Nela, havia um texto corrido, escrito na mesma caligrafia que estava no post-it. Era uma carta.
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KravtQuim - Máfia e Pão (Romance gay hot)
Roman d'amourNão faz muito tempo que os Kravtsov se estabeleceram em Minas Gerais, mas o pouco tempo foi suficiente para que se tornassem a família mais importante de Belo Horizonte. Entre contrabandos e a gestão da multinacional KravInc, os irmãos Aleksei e Fel...