— Me diz a razão de não termos contratado alguém para fazer este serviço — reclamou Nicolas enquanto passava o rolo melado de tinta creme na parede.
Como eu já havia esvaziado o meu antigo escritório de casa e levado alguns pertences para a Amélie's, resolvi que já estava na hora de pintar aquele cômodo de acordo com a decoração. Decidimos fazer algo mais clean já que nos mudaremos em breve.
— Porque já paguei uma pessoa para dar um jeito nessas paredes há um mês; seria um gasto desnecessário pagar para alguém mudar a cor quando nós podemos fazer isso.
— Eu poderia ter pago.
— Cala a boca, Nicolas. Lembre-se de que não é mais um herdeiro. Você já vai gastar uma fortuna com a reforma da casa nova, precisa aprender a economizar.
— Tenho um dinheiro guardado e vou vender o meu apartamento, então não se preocupe. Por enquanto, dinheiro não é um problema.
Melei o meu rolo na tinta e voltei a pintar a minha parede. Dinheiro ainda era um tópico que não era tão bem resolvido entre nós. Nicolas continuava a ser um gastadeiro enquanto eu controlava até o meu último centavo.
— Não estou preocupada com isso, não como você imagina. Antes, eu até me importava com esse lance de ter muita grana, essa era uma das minhas metas inclusive. Mas agora, quero aproveitar todos os momentos que eu puder. Os mais velhos têm razão quando dizem que a felicidade está nas coisas simples da vida. — Parei de pintar, indo até ele, fazendo-o se virar para mim. — E estou muito feliz em pintar essas paredes com você. Sem contar que vamos poder dizer a nossa filha que pintamos o primeiro quartinho dela.
— Não gosto de te ver cansada.
— Não estou cansada. Estou achando muito divertido pintar este quarto, chega a ser terapêutico.
— Gosto de fazer outras terapias dentro do quarto.
Gargalhei.
— Achei que não gostasse de me ver cansada — provoquei.
— Gosto de te ver relaxada e realizada, é diferente.
Nicolas me puxou para perto dele, colando os nossos corpos. Fiquei toda arrepiada.
— Saiba que também fico cansada. Você acaba comigo.
— Ah, é? — Ele riu sacana, adorando aquele comentário. A sua outra mão, que estava suja de tinta, também envolveu o meu corpo, melando a minha roupa.
— Nicolas Machado, você está me sujando!
— Lá vem você com este sobrenome.
— Mas ele ainda te pertence, só o dinheiro dele que não — zombei.
— Ai, essa doeu! — disse ele, me fazendo rir.
— Vai passar qual dos seus sobrenomes para Amélie? Fernandez ou Machado?
— O Fernandez pertence a família da minha mãe.
— Prefiro o Machado, combina mais com o meu Menezes. Amélie Menezes Machado, soa bem para você?
— Devia ser tão emocionante ouvir os nossos sobrenomes juntos?
— Besta.
Levantei o rolo que estava segurando, melando a minha mão esquerda com tinta, carimbando-a no peitoral de Nicolas.
— Ei!
— Agora estamos quites — sorri travessa.
Nicolas se afastou de mim, indo até o galão de tinta, enfiando a mão no mesmo. Depois, ele se aproximou de mim, dando um tapa rápido na minha bunda, deixando a marca da sua mão lá.
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Me odeie, mas me ame.
RomantikEloise descobriu que algumas taças de vinho podem alterar o curso de uma vida. E, bem... foi exatamente isso que aconteceu. Tudo começou a dar errado no momento em que ela e seu pior inimigo foram escolhidos como padrinhos do casamento de sua irmã. ...