Miami, 05 de Maio de 2024

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Charles

Carlos me arrastou para a comemoração na boate que Lando estava dando pela sua primeira vitória e eu pensei comigo mesmo, porque não?

Fui P3, foi uma boa corrida. Estava cansado de fugir de todos e fingir para mim mesmo que eu não me sentia triste. Também estava cansado de fazer o pobre do Leo se suporte emocional.

O término não havia sido bom, havia sido uma briga feia e eu disse coisas que não queria dizer. Alexandra tentou ser madura e firme e eu sei que foi minha culpa ela acabar dizendo o que disse, sei que ela não pensa assim. Foi realmente uma pena perdê-la, é algo que ainda me deixa triste, principalmente porque essa noite eu descobri que ela já está seguindo em frente. 

A alguma semanas marcamos dela ir recolher o que era seu que estava em minha casa, acho que ela queria conversar, mas eu fugi, é claro. Levei Leo para passear nos Jardins Japoneses e foi quando encontrei Catrina.

Eu estava sendo implicante com ela a semanas, dando razão para que ela me detestasse, já que queria tanto. Mas naquele dia eu não consegui. Eu estava triste, e sinceramente ela parecia a única pessoa a não ter pena de mim, conversar brevemente com ela me fez bem.

Leo queria brincar com ela desde a primeira vez que a viu, e se ele gostava dela, ela não deveria ser tão ruim assim. Não pude evitar de abrir um sorriso quando vi que ela passeava na rua com dois gatinhos, um tanto incomum.

Ela disse que se chamavam Luna e Salem, porque ela gosta de Sabrina e Harry Potter.

— É claro que gosta. — Pensei em voz alta.

Ela apenas deu de ombros.

Ela era estranhamente muito parecida comigo. Imagino que realmente deva ser um saco ser comparada o tempo todo, mas dessa vez eu acho que ela sequer sabia que eu era tão fã de Harry Potter quanto ela.

Senti vontade de perguntar seu filme favorito e qual a sua casa. 

— Te vejo em Miami, Leclerc. — Ela disse se despedindo.

— Te vejo em Miami, MonteRey. — Foi tudo o que disse, guardei para mim as perguntas que quis fazer.

Depois desse dia não nos vimos muito, a não ser durante o GP.
Confesso que impliquei com ela nos últimos dias apenas pela força do hábito, mas não era como se estivesse com vontade de fazer isso.

Ela parecia calma e ponderada, as vez eu pegava ela me olhando, o que é engraçado, tendo em vista que ela nunca me olha nos olhos. Eu nunca entendi o porque, parece que ela vai entrar em combustão se fizer isso. 

Não pude deixar de ficar feliz quando a vi subindo no pódio. Um pontinho que normalmente é todo vermelho, hoje estava azul e vermelho, o que me fez rir sozinho por nenhuma razão.

Confesso que estava pensando em toda a situação com ela mais do que gostaria de admitir, e talvez, só talvez, se ela viesse tentar pedir desculpas novamente, eu a perdoaria.

Ou pelo menos tentaria entender seu lado.

Eu não sei porque ela me odeia, eu realmente não sei o que fiz de errado. Mas embora isso seja altamente intrigante, o que me deixa mais pensativo é: porque eu me importo tanto com o que ela pensa?

Eu sei que Alexandra falou da boca para a fora, ela queria me machucar porque fui rude com ela. Com ela eu fui rude, com Catrina não. 

Ela verdadeiramente pensava aquilo de mim.

Comparações a incomodavam e pessoas que não me conhecem o suficiente dizendo o que sou ou deixo de ser é o que me incomoda. É um ponto realmente fraco.

15 • 16 | CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora