Monaco, 21 de Maio de 2024

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Charles

Eu havia saído, depois da reunião, para dar uma volta com Leo e me arrependi disso assim que coloquei os pés para fora de casa.

Não cheguei a ir muito longe, virei duas ou três esquinas até passar na frente de um café e ver Alexandra com um cara.
Eu vi, dei meia volta e estava no meu caminho para passear com Leo em outro lugar quando ouço sua voz me chamando.
Ela havia me visto.

— Charles. — Chamou andando apressada atrás de mim. — Charles, espere.

Então eu fiz o que ela pediu.

Ela usava um vestido vermelho, sempre achei que ela ficava bem de vermelho. Tinha os cabelos soltos e parecia feliz.

— Você iria passar por mim e não falaria comigo?

— Tecnicamente eu não passei por você.

Leo fazia uma festa, fazia tempo que ela não a via e pulada e latia como um louco.
Ela se abaixou e o pegou no braço, fazendo alguns carinhos.

— Senti falta de você também, mon bébé.

Ela voltou seu olhar para mim.

— Porque você fingiu que não me viu?

—  Eu não queria atrapalhar nada. — Era verdade.

— Não minta, Charles. — Disse sorrindo de lado. — Tudo bem ficar com ciúmes.

— Eu não estou. — Era verdade.

Alexandra pareceu não acreditar.

— Sabe, ele é um cara legal. — Disse. — Me trata bem, é gentil, é... presente.

A ultima palavra teve mais peso.

— Eu verdadeiramente espero que sim. Te desejo o melhor, você sabe.

— Eu sei. — Sorriu com ternura. — Desculpa de novo por tudo que eu disse, eu estava muito chateada. 

— Eu sei, não se preocupe com isso.

Ficamos em silencio um tempo, brincando com Leo.
Assim ela que soltou ele no chão se virou para mim novamente.

— Então, você também está... — Fez um gesto com as mãos, mas não consegui compreender, então ela teve que completar seu pensamento. — Você sabe. Saindo com alguém?

— Ah... — Disse sorrindo. — Não, não. A menos que você considere todos os momentos que passo como Carlos como encontros. 

— Entendi. — Disse balançando a cabeça. — Sempre trabalhando. 

Ela fez menção a se afastar, a voltar para a mesa com sua companhia que parecia ansioso para que voltasse. Mas ela parou. Parou e ficou apenas me olhando e sorrindo.

Ela costumava fazer isso.
Quando parecia saber de algo que eu não sabia, quando algo obvio acontecia e eu simplesmente não via. Como quando eu queria achar algo que estava bem na minha frente. Era sempre aquele sorriso.

— O que foi? — Perguntei sorrindo. — O que eu não estou vendo dessa vez?

— A garota. — Disse simplesmente. — A ruiva com espírito de dragão.

Eu fiquei serio.
Alexandra nunca foi muito presente dentro do meu trabalho porque eu simplesmente a afastava, não pareciam ser mundo que deveriam se juntar. 
Ela nunca chegou, de fato, a conhecer Catrina. Deve ter visto uma ou outra corrida, mas só.

— Não a deixe ir, Charles. Não a perca. 

Alexandra me abraçou e deixou um beijo na minha bochecha, voltando para seu companheiro que esperava na mesa logo em seguida.

15 • 16 | CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora