Monaco, 25 de Maio de 2024

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Catrina

Pole Position. Charles e eu éramos Pole Position.

Os treinos da sexta haviam sido ótimos, eu me sentia extremamente assustada na mesma medida que confiante.
Nosso plano estava correndo muito bem, éramos rápidos e bem posicionados, esse final de semana só poderia dar Ferrari.

Julia largaria em P2, ao meu lado, e faria de tudo para não ser ultrapassada, ela seria meu escudo.
Carlos largaria em P3 e Piastri seria Front Row ao lado de Charles, correndo num carro verde e amarelo homenageando o Rei de Monaco, Senna.

Fui elogiar os novos trajes de Lando assim que o vi pelo paddock, ele parecia muito animado com as homenagens e a corrida, mas pude ver, passando atrás do meu amigo, um Charles com uma cara bem fechada.

Eu havia sumido depois daquele dia.

Bem, quero dizer, eu meio que entrei em pânico.

Depois que, num súbito de coragem, eu sentei em se colo e beijei todos os lugares que tinha pra beijar em seu rosto, ele me levantou.
Me segurava com um dos braços pela cintura e outro segurava uma das minhas pernas, e como se tivesse lido minha mente mais cedo naquele dia, me colocou em cima do piano, que fez barulho assim que sentei nele.

Ele levantava a bainha do meu vestido e acariciava minhas coxas enquanto me beijava, e a essa altura eu sequer sabia onde estava ou como me chamava, eu só sabia que queria estar ali para sempre.
Nos braços dele, nos beijos dele, sentindo seu cheiro e sua respiração em minha pele.

Ele segurava meu pescoço porque eu sequer tinha forças para sustentar minha cabeça, que insistia em pender para o lado. Beijava meu pescoço de forma carinhosa e delicada, como se não quisesse fazer nenhum estrago visível. Diferentemente dos meus lábios que estavam mordidos e completamente vermelhos.

Ele descia os beijos, passava pela bochecha, maxilar, e quando chegou na minha orelha eu pude sentir ele rindo contra minha pele ao perceber que eu me arrepiava facilmente. 
Mas minha clavícula foi um ponto muito baixo.

Ele deslizou uma das alças do meu vestido para fora de meu ombro e respirava suavemente sobre minha pele, passava os lábios próximo o suficiente para que eu sentisse, mas distante o suficiente para sequer ser chamado de beijo. 
Ele parecia querer sentir todas as sardas que eu tinha naquela região e sinceramente, e eu não me importava.

Charlie... — Eu suspirei quando senti ele morder minha pele, bem suavemente.

E, novamente, eu senti ele rir. 
Ela parecia fazer tudo isso de brincadeira, provocando e esperando que eu implorasse por algo.
Mas eu não iria me render facilmente.

Eu estava completamente entregue, é claro, mas não me renderia. Eu tinha dignidade.

A linha tênue da minha morte em seus braços foi quando ele subiu o carinho das coxas, chegando aos meus quadris, por debaixo do vestido.

Eu fui fraca.

Aquilo foi o suficiente para me fazer agarrar seu pescoço e trazer sua boca de volta para minha. Foi o suficiente para me fazer abraçá-lo porque qualquer mísero centímetro de distancia entre nós era demais para mim.

E eu teria tornado essa distancia inexistente se o telefone dele não tivesse tocado.

Estava jogado, em cima do sofá, mas eu conseguia ver. Era Arthur.

— Atende. — Eu disse. Minha voz quase não saía.

— Eu não quero. — Ele enterrou a cabeça em meu pescoço, respirando tão forte que alguns cabelos meus voaram.

15 • 16 | CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora