Monaco, 26 de Maio de 2024

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Catrina

Passamos o resto da tarde deitados, abraçados no meu sofá. Charles e eu.
Deus, como era estranho pensar nisso.

Catrina do início do ano jamais pensaria que iria estar assim em alguns meses.
Não só com alguém, mas principalmente por esse alguém ser Charles Leclerc.

Certa hora eu fiz menção a me levantar, mas ele me puxou de volta para o sofá.
Isso já havia acontecido três vezes.

— Não. — Murmurou contra meu pescoço.

— Eu preciso ir ao banheiro.

— Não! — Ele soava terrivelmente manhoso. — Se eu te soltar você vai fugir de novo.

Eu sorri.

— Eu estou na minha casa, para onde iria fugir?

— Eu não sei, você poderia pular pela janela.

— Você está me dando ideias, Charlie.

Ele jogou uma almofada em mim.
Eu não desviei rápido o suficiente e tomei uma almofadada na cara, ele pareceu ter se arrependido no momento que fez isso.

— Meu Deus, Cat. Você está bem? — Ele havia virado o seu corpo, se encontrava em cima de mim. — Me desculpa, não era pra ser forte.

— Não foi forte, Charles. Está tudo bem.

— Você me odeia de novo. — Disse deitando a cabeça sobre meu peito.

Eu sorri.
Quando foi que ele havia se tornado essa pessoa manhosa e completamente rendida?
Eu não sabia. Mas eu adorava.

Eu acariciei seus cabelos, sempre muito macios e cheirosos, e puxei seu rosto para o meu. Beijei seu nariz e depois sua boca, delicadamente. O que parecia ser uma coisa que ele desconhecia, pois novamente minha boca havia sido mordida e estava muito vermelha.
Mas isso não era um problema.

— Eu não odeio você. — Disse olhando em seus olhos. — Não mais.

— Eu acho que nunca me odiou de verdade. Só queria muito meus beijos e não estava sabendo como pedir.

Dessa vez quem jogou a almofada fui eu.

— Você pediu essa. — Disse me levantando.

Ele massageava a cabeça, mas eu sequer tinha jogado forte. Acho que de todas as coisas ruins que eu já havia chamado Charles, o "mimado" era a única coisa que eu havia acertado.

Fui ao banheiro, mas ele parecia querer me seguir.

— Nem meus gatos me seguem tanto, Charles. — Me virei para ele assim que cheguei à porta do banheiro.

— Todas as vezes que você me chama assim parte meu coração, mon cher.

— Você é muito dramático, sabia? Já está me dando nos nervos.

— Eu não quero largar você. — Parecia impaciente. — Eu tenho que ir embora daqui a pouco, amanhã não vamos ficar juntos e meu Deus, amanhã é um dia muito importante.

— De fato. Eu não aguento nem pensar nisso.

— Muito menos eu. — Encostou a cabeça na parede atrás de si. — Eu não quero pensar, eu só quero ficar junto se você. O mundo parece parar e é disso que eu preciso agora. Só você.

— Eu posso, pelo menos, ir ao banheiro?

Ele riu.

— Tudo bem, mas te espero aqui. Nada de fugir.

15 • 16 | CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora