Fools*

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Fools*

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Fools*

Os últimos três dias foram um borrão de dor e vazio, um nevoeiro denso que me envolvia desde o momento em que Blanca Petrini entrou ao lado de Pablo Gavi no tapete vermelho.

A humilhação pública e a traição pessoal haviam me engolido por inteiro, deixando-me trancada no quarto, incapaz de encarar o mundo. A outra ferida, a mais profunda, veio com a revelação de que eu era Madison Beer. Todo o esforço que fiz para manter minha identidade anônima virou pó em questão de minutos. Minhas escolhas me traíram e, junto com elas, o homem que eu amava.

Durante esses dias, as palavras de Gavi ecoavam como um fantasma na minha mente, cada frase uma lâmina fria:

"Desde que eu te conheci, Anica se tornou irrelevante."

"Não houve um dia em que eu não pensei em você."

"Desde o começo, foi você que eu desejei com toda minha alma."

"Eu amo você, Gavi"

"Então eu sinto muito por você"

Mas ele entrou ao lado de Blanca.

Ele a escolheu ao invés de conversar comigo e saber o meu lado.

Ou pior: escolheu expor nossa história, nossa intimidade, como se não tivesse significado nada. E agora eu me sentia como se tivesse sido partida ao meio. Uma parte queria odiá-lo, mas a outra não conseguia esquecer a intensidade da conexão que tivemos.

Eu me encolhia na cama, o edredom puxado até o queixo, como se pudesse me proteger do mundo que continuava girando lá fora. O celular estava jogado no criado-mudo, desligado. Sabia que a internet estava inundada com rumores, fotos, e manchetes devastadoras. Eu me escondia de tudo, principalmente de mim mesma.

O som da porta se abrindo sem cerimônia foi seguido pelo clique firme dos saltos de Isla no chão do quarto. Sua presença era impossível de ignorar. Minha prima não conhecia o significado de sutileza. Ela puxou a cortina, inundando o quarto de luz.

- Angelina, isso tem que parar agora. - Sua voz cortou o silêncio, decidida e implacável.

- Isla, eu... - minha voz saiu baixa, trêmula, quase um sussurro.

- Não. - Ela cruzou os braços, como quem não tem tempo para desculpas. - Eu nem estou te reconhecendo. Cadê aquela Angelina que encarava tudo de cabeça erguida? Aquela que não se deixava abalar por nada?

- Talvez ela tenha desaparecido. - Murmurei, minha garganta apertando com o peso das palavras. – Eu simplesmente não consigo me reerguer. É como se tivesse um peso sobre mim.

Isla estreitou os olhos, a paciência claramente se esgotando.

- Todos nós estamos sujeitos a decepções, Angel. Faz parte da vida. Mas sofrer, se afundar nisso, é escolha sua. E a mulher que eu conheço nunca escolheria sofrer por um homem ou por uma manchete. Você é mais que isso. – Quase esbravejou, com os olhos pegando fogo. – Eu não vou deixar você se afundar na merda.

THE DEVIL IN DESGUISE - GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora