01.

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Luan - nego      

° Antes da viagem °
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— Sério, olha pra mim, Luan! — Gabriele gritava com aquela sua voz irritante.

— Porra, me deixa em paz, caralho! —empurro o braço dela, tirando o mesmo de cima da minha mesa.

— Luan! Não grite na sala de aula, tenha respeito! — A professora Michele grita lá da frente da sala.

— Pô, professora! É essa chata aqui, direto enchendo o saco, posso nem prestar atenção na sua aula — Digo, fazendo com que Gabriele me encarasse raivosa.

— Gabriele, vá para o seu canto! — E assim aquela anêmica do caralho saiu de perto de mim.

Na sinceridade, que menina insuportável, é direto no meu pé, essa gasguita do diabo.

Encosto meu queixo na palma da minha mão, tentando prestar atenção no que a professora explicava, em um momento de leseira, acabo encarando o Davi, que desenhava alguma coisa no papel.

— tá desenhando o que, abestalhado? — Sussurro, tentando enxergar.

— Tô desenhando nada não, baitola — Ele sussurra, virando o rosto para me encarar — Tô copiando a lousa

— Eita pega, sério? — Perguntei surpreso, e ele concorda com a cabeça.

— Tô te falando, Man! Passei dois dias gazeando, tô precisando de nota — Ele dá um sorriso sem jeito.

— Cê tá fudido, parceiro — Digo sincero, entregando meu caderno a ele — Vê se termina antes da aula dela

— Valeu, patrão! Cê sabe ser prestativo — Pegou o caderno alegre, voltando sua atenção à sua própria mesa.

...

O sinal finalmente tocou, me levantando rapidamente da minha cadeira, pegando minha mochila e descendo para o portão da escola. Fico esperando o Davi, até que ele aparece com alguns amigos dele.

— Vamo, pomba lesa, tenho treino hoje — Grito com ele, que apenas resmunga algumas coisas e vem na minha direção.

— Pow, mano! Tava marcando um 4 é par com os pivete ali — Ele fala enquanto andamos.

— iih, com quem? — Pergunto curioso.

— O Diegin com a Luísa e eu com a vitória — Solto uma risada.

— Dei fé em, cheio de esquema tu — Ele solta uma risada, me fazendo rir também.

Conversamos até chegarmos na minha casa, ele vai ficar aqui o dia todo, como sempre. Entro junto com ele, estranhando o silêncio do cômodo.

— diabeiso, que silêncio todo é esse? — Davi foi o primeiro a falar, enquanto abria a geladeira.

— O pai deve ter saído, sei lá — Dou de ombros, deitando no sofá.

— Vai tirar essa catinga de rato morto, seu nojento

— Vai te danar — Respondo, fechando os olhos.

Sinto minhas pernas serem levantadas e o sofá afundar para um lado, abro os olhos só um pouquinho, vendo que Davi tinha se sentado no sofá e deixado minhas pernas em cima dele.

O cabra folgado da mísera.

Sinto meus olhos pesarem, me ajeito no sofá, virando de lado, fico tentando dormir, me remexendo de um lado para o outro, mas no fim, não consegui dormir.

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