Luan - nego
Respiro fundo, tentando não surtar com esse cara, porra! Que que eu fiz pra merecer isso?— Já mandei parar com isso, loló — Olho feio para ele, sentindo a paciência indo com Deus.
— Porra! Pelo menos me diz quem é esse? — Ele pergunta pela vigésima vez.
— Puta merda em, vai perturbar o capeta, diabo! — Encaro o celular vendo se o Uber já estava chegando.
— Coé preto, quando eu te chamo pra sair tu não vai — Disse com dengo. — Podia ser pelo menos justo
— Ah, por favor! Mama meu pau cacete — Digo puto.
— Com todo prazer — Dou um tapa em sua cabeça, sentido a vergonha me consumir.
— Vai tomar no seu cu, vá — Desisto de discutir, dando total atenção para meu celular.
Até o Uber chegar ele ficou enchendo meu saco, sendo chato, grudento e cara de pau. E como já tinha imaginado, assim que o carro chegou, ele entrou.
— Sério isso? — Pergunto incrédulo
— Sim — Disse determinado
— Se brecarem a minha entrada por causa de tu, eu te mato — Foi a última coisa que falei.
Chegamos lá um pouco mais tarde que o planejado, o engarrafamento estava demais, quase me fez desistir de toda essa merda.
Mando mensagem para o Miguel perguntando onde ele estava. O local era um barzinho bem tranquilo, com um pagode soando no fundo. A vibe daqui é perfeita.
Puxo o outro pelo braço, fazendo ele me seguir. Avisto Miguel algumas mesas a frente, conversando com um cara.
— Até que fim! — Disse, assim que me viu né aproximar. — E parece que veio acompanhado.
— Pois é né — Digo simples, me sentando na cadeira. Loló senta ao lado, com os braços cruzados, todo marrento.
Ele para de conversar com o cara depois de um tempo, eles falavam sobre algumas coisas aleatórias, e estava claramente flertando com o garoto.
Garoto mesmo.
Sei que não sou velho, tenho 17 anos né. Mas pelo menos já vou fazer 18 semana que vem, mas, esse cara tem o que? 15?
Tento esconder minha cara de desgosto, o que não adiantou muito, já que o loló percebeu e deu uma risada baixa.
— Acho que ele tem tesão por novinhos — Ele sussurrou no meu ouvido.
— Que nojo — Falo no mesmo tom, ele ri. — Vai querer comer o que?
— Nada, na verdade — Deus de ombros — Tô com fome não
— Veio pra que então? Praga — Resmungo, abrindo o cardápio
— Pra ver quem era o meu "rival" — Trincou o maxilar, encarando o Miguel. Que, por sinal, estava muito concentrado no celular.
— Rival? — Arqueio a sobrancelha — Que ideia é essa?
— Tua tia disse — Solto uma risada alta, chamando a atenção do Miguel.
O garçom chega perguntando o que iríamos querer, peço o tradicional da casa e algumas cervejas, aparentemente eu seria o único a comer.
As faíscas eram quase visíveis entre eles, e isso já estava ficando desconfortável. Por que esse arrombado vem se vai ficar com a maior cara de cu existente?