⚕️ No dia da barbearia - noite⚕️
Luan - nego
Volto para casa ainda surpreso e puto pelo o que aconteceu, não esperava que aquele cara fosse desse tipo.
Pra ser sincero, eu já tinha percebido os olhares dele para mim desde que cheguei lá na barbearia, mas pensei que talvez fosse porque já tínhamos nos conhecido antes.
Lógico que também estranhei ele estar lá, já que no primeiro dia que nós falamos, ele disse que seria arriscado subir no morro, e agora ele simplesmente sobe só para cortar o cabelo?
No fim eu tava certo, mas nunca imaginei que ele fosse tão filho da puta.
Fico deitado na cama ainda pensativo, será que devo contar para alguém? Especificamente para ele?
Dei todo aquele discurso imbecil para o que? No fim nem eu sei o que eu estou fazendo.
— Qual foi? Tá assim por que? — Davi pergunta, se sentando na cama.
— Nada não — Minto, escondendo meu rosto no travesseiro.
— Seu zoi — Ele deita do meu lado — É sério, tá assim por que?
Fico calado por alguns segundos, é o Davi, por que estou querendo esconder uma coisa dele?
— Eu estou em dúvida sobre uma coisa — Digo, tirando o travesseiro da cara e encarando ele.
Explico toda a situação, e a cada palavra minha ele soltava um palavrão.
— Conta pro loló — Foi a primeira coisa que ele disse quando terminei de contar — Talvez não seja tão ruim assim se ele se prevenir
— Eu tava pensando sobre isso também, mas não sei bem como dizer isso — Encaro o teto, Davi suspira ficando de barriga para cima.
— Só fala o que ele falou, o resto quem faz é ele — Concordo com a cabeça, me virando de lado. — Vai dormir?
— Sim, estou meio cansado
— Beleza então, vou ajudar a tia — Levantou da cama — Não fica muito pensativo não, só faz o que tu achar que é certo.
⚕️ Presente ⚕️
Suspiro pela vigésima vez, trabalhar com público é invenção do capeta, ou talvez os próprios clientes sejam demônios disfarçados.
— Senhor,como eu já falei — Aponto para o carro — Está peça está queimada, não posso só remendar.
— Não está não! Meu filho é mecânico e disse que só precisa de um remendo! — Insistiu novamente.
— Infelizmente não é algo com conserto, ou troca a peça ou o carro não anda — Respondo já perdendo a paciência.
— Porra, filho da puta! — Ele grita — Tô te dizendo que esse caralho não tá queimado, só faz o teu trabalho, cacete!
Fico calado só encarando ele, deveria ter uma lei que permitisse agredir cliente sem noção.
Dou um sorriso forçado, me segurando para não espancar esse velho nojento do caralho.
— O caralho! Abaixa tua bola aí — Viro para trás surpreso, me deparando com o loló. — O cara já não falou que essa porra não tem conserto? Se não tem dinheiro, não vem atrás de ajeitar, seu merda
— Foi mal aí — O homem estava com uma cara de medo — Vou pagar por uma nova peça, pode fazer aí o que quiser — Saio rápido.
Desgraçado covarde, pra cima de mim ele se cresce. Tudo um bando de pau no cu.