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Thiago - Th

A guerra contra os alemães estava foda, os cara não parava de vim e toda noite tinha trocação. O bagulho tava pesado, os caras não estavam dormindo direito e eu incluso.

Já são quatro da manhã, os galo nem canta com medo de morrer, e eu parado que nem tacho no beco, agachado no chão, vendo se não tem ninguém por perto. Biel tava quase virando o zumbi ao meu lado.

O cara tá cheio de problema, agora não sei porque, pode ser por causa do Kaká, ou talvez a vida que foda ele bastante. Enfim, não é hora de pensar em biel.

Loló disse que quem mataria o chefia seria ele, o que é uma pena, porque aquele filho da puta merecia ser morto pelas minhas mãos. Eu odeio ele mais do que ninguém.

— Porra, minha cabeça tá zonza — Se sentou no chão.

— Porra, fica firme, Caraí! Pra ser morto é bem facin — Digo, olhando para ele.

— Como se desse, a porra daquele tiro começou a doer de novo, e tenho quase certeza que os pontos abriram — Resmungou, passando a mão na costela.

— Caralho! Por que tu veio? Quer morrer? — Me agacho ao seu lado, levantando a blusa dele.

— Eu ia ficar vendo vocês se matando? Eu não! — Se levantou com dificuldade.

Andamos um pouco mais para frente, vendo a rua vazia. O barulho dos tiros estavam diminuindo, o que quer dizer que a guerra está cessando.

— Th, olha aquilo! — viro, olhando para onde ele estava apontando.

Tinha um pivete no meio da rua, chorando o nome da mãe, um pouco mais atrás, vinha um alemão, meu corpo paralisou por um momento. Porra, o que caralhos ele tá fazendo ali?

Em um segundo, eu estava parado, no outro, segurava o garoto no braço e atirava em direção do arrombado. Dois disparos, um acerto no braço direito.

Quando ele fraquejou, levantei com o garoto e comecei a atirar nele novamente. O desgraçado morreu com três tiros, e a bendita criança ainda chorava.

— Porra, quem é a mãe dele? — Biel pergunta, fazendo carinho na cabeça dele.

— E eu sei? — Guardo a arma — Vamo, vou deixar ele na casa da tia Maria

Biel me seguiu com uma careta na cara, resmungando direto da dor que estava sentindo na costela. O dó do coitado, tá nessa desde de manhã.

Negócio de 10 minutos e já estávamos lá, mandei mensagem pro Davi, dizendo para ele abrir a porta. Alguns minutos e ele estava lá, me olhando surpreso.

— pega, quero que fique com ele até que tudo isso acabe — Entrego a criança para ele — Tenho que ir agora, vida! Sabe que eu te amo, né?

— Pera, quê? — Ficava entre me olhar e olhar para a criança — Cara, de que merda tu tá falando?

— Pô, dá pra explicar agora não, branquelo — Digo apressado, dando um selinho nele.

— Ah... tá. Também te amo! — Ouço ele gritar quando eu já estava virando a esquina.

Davi - dl

Um Romance Criminoso Onde histórias criam vida. Descubra agora