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Oli: bota fé n, visse? Nunca fiz essa desgraça de hot 🙅🏾‍♀️

🕊️

Luan - nego

Olho para o lado e vejo que a cama ainda está vazia, loló não voltou ontem a noite. Levanto da cama sentindo o corpo pesar, que saco, vou ter que trabalhar nesse final de semana para compensar a falta de ontem.

O dia já começou uma merda, na real, antes mesmo do sol aparecer, tudo já tava dando errado. A única coisa boa é que o Davi vai voltar hoje.

Tomo um banho rápido e visto uma roupa.

A tia Maria disse que vai fazer uma festa de boas vindas para ele, tanto que irá fechar o bar hoje de noite.

O th é quem mais está ansioso por isso, já perdi as contas de quantas vezes ele veio aqui conferir se estava tudo nos conformes. E por falar nele, o mesmo está aqui, ligando para o cara do som.

— Esse arrombado do caralho tá de brincadeira com a minha cara, acha que tô o quê? Brincando caralho? — E aí está o Th de
verdade, já estava sentindo falta disso.

— Sossega o cu Caraí, o cara não atrasou tem nem dois minutos — Tento reconfortar, mas ele parece ficar mais puto ainda.

— O cacete isso! Se eu marquei 9:30, o cara tem que tá aqui 9:39, porra! — Jogou o celular em cima da cama.

— Faz o seguinte baitola, resolve os bagulho com o DJ, eu vejo isso ai— Ele resmunga e resmunga, mas acaba concordando.

O restante da tarde foi assim, mesmo enquanto trabalhava, sempre que podia, tentava ajudar o Th com alguma coisa.

Sento no chão da calçada suspirando pesado, não estou nem um pouco afim de subir o morro, nem mesmo de levantar daqui. Esse trabalho com toda certeza vai me matar.

E o salário ainda é pouco. Quem ganha 900 por mês trabalhando em um horário ridículo como esse? A sorte é que eu moro com a tia, se não, já teria morrido de fome.

Loló não me responde dês de manhã, nem deu sinal de vida. Então nem vou perder meu tempo esperando por ele, sei que o mesmo não vai aparecer. Por algum motivo, sempre tive o pensamento que seria assim.

Ele vem como todo esse papo de apaixonado, diz que me ama e os caralho a quatro. Eu nego, de novo e de novo, me culpo por um amor não correspondido. Mas aí, quando resolvo abrir mão de todo o orgulho que me rodeia, ele me mostra para o que veio.

Os pensamentos desgastantes martelam na minha mente diversas vezes, uma parte de mim quer negar, dizendo que estou enganado, exagerando sobre tudo, afinal, foi só um dia. A outra tenta me convencer que fui um otário.

Mas, sempre começa assim, não é? Acontece a primeira vez, eu perdoou achando que foi sem querer, então vem a famosa segunda chance. No meio tempo me apego ainda mais, e ele erra de novo, o mesmo erro. Quando for ver, estou todo fudido, e acreditando que o culpado sou eu.

Nego de novo, balançando a cabeça para tentar tirar esses pensamentos da minha mente. Foi só um dia, tá tudo bem, não é?

Sinto que estou me contradizendo.

Levanto da calçada cansado de pensar, não quero me encher de paranóias quando nem sei o que aconteceu. Tenho que parar de pensar tanto. Se conversarmos, tirarei minha própria conclusão em relação a tudo isso.

Um Romance Criminoso Onde histórias criam vida. Descubra agora